Bioética: Que Fundamentos?. Um Excurso sobre o Principio de Beneficència
Abstract
A era pós moderna revela algumas sintomas de uma razão enferma, sendo os pnncipais a fragmentação dos modelos racionais e a restrição do horizonte epistémico deles. A recusa a assumir referentes universais sobre os quais edificar validamente um sistema racional leva consigo a derrocada de todo o princípio de validação, teórico ou prático. Tal facto compromete decisivamente qualquer ensaio de fundamentação em bioética. A ausência de uma concepção substantiva de bens e de fins manifesta-se na diversidade de sentidos dados ao princípio de beneficência no interior de paradigmas também eles plurais. A questão premente é a de saber se, em tal situação, a tarefa de fundamentação em bioética é possível e, em caso afirmativo, como sanar as enfermidades da razão. Postmodern philosophy shows symptoms of some reason ills, the most evident of them being the fragmentation of rational paradigms together with the narrowness of their epistemic scope. Rejecting the possibility of knowing universal references upon which reason might construct a rational system, every essay of values foundation fails. As a result, dealing with the foundation of bioethics becomes a hard endeavor. Because a substantive notion of good and ends is absent, plural and opposite contemporary paradigms of bioethics foundation provide plural and opposite senses to the principle of beneficence. This article analyzes some of these contradictory theses. The central issue is to know if, being so, the foundation of bioethics is still possible and, if so, which therapies are suitable to heal the ills of contemporary reason