Esta enciclopédia abrange, de uma forma introdutória mas desejavelmente rigorosa, uma diversidade de conceitos, temas, problemas, argumentos e teorias localizados numa área relativamente recente de estudos, os quais tem sido habitual qualificar como «estudos lógico-filosóficos». De uma forma apropriadamente genérica, e apesar de o território teórico abrangido ser extenso e de contornos por vezes difusos, podemos dizer que na área se investiga um conjunto de questões fundamentais acerca da natureza da linguagem, da mente, da cognição e do raciocínio humanos, bem (...) como questões acerca das conexões destes com a realidade não mental e extralinguística. A razão daquela qualificação é a seguinte: por um lado, a investigação em questão é qualificada como filosófica em virtude do elevado grau de generalidade e abstracção das questões examinadas (entre outras coisas); por outro, a investigação é qualificada como lógica em virtude de ser uma investigação logicamente disciplinada, no sentido de nela se fazer um uso intenso de conceitos, técnicas e métodos provenientes da disciplina de lógica. O agregado de tópicos que constitui a área de estudos lógico-filosóficos é já visível, pelo menos em parte, no Tractatus Logico-Philosophicus de Ludwig Wittgenstein, uma obra publicada em 1921. E uma boa maneira de ter uma ideia sinóptica do território disciplinar abrangido por esta enciclopédia, ou pelo menos de uma porção substancial dele, é extrair do Tractatus uma lista dos tópicos mais salientes aí discutidos; a lista incluirá certamente tópicos do seguinte género, muitos dos quais se podem encontrar ao longo desta enciclopédia: factos e estados de coisas; objectos; representação; crenças e estados mentais; pensamentos; a proposição; nomes próprios; valores de verdade e bivalência; quantificação; funções de verdade; verdade lógica; identidade; tautologia; o raciocínio matemático; a natureza da inferência; o cepticismo e o solipsismo; a indução; as constantes lógicas; a negação; a forma lógica; as leis da ciência; o número. (shrink)

A Christian approach to scholarship, directed by the central biblical motive of creation, fall and redemption and guided by the theoretical idea that God subjected all of creation to His Law-Word, delimiting and determining the cohering diversity we experience within reality, in principle safe-guards those in the grip of this ultimate commitment and theoretical orientation from absolutizing or deifying anything within creation. In this article my over-all approach is focused on the one-sided legacy of mathematics, starting with Pythagorean arithmeticism (“everything (...) is number”), continuing with the geometrization of mathematics after the discovery of irrational numbers and once again, during the nineteenth century returning to an arithmeticistic position. The third option, never explored during the history of mathematics, guides our analysis: instead of reducing space to number or number to space it is argued that both the uniqueness of these two aspects and their mutual coherence ought to direct mathematics. The presence of different schools of thought is highlighted and then the argument proceeds by distinguishing numerical and spatial facts, while accounting for the strict correlation of operations on the law side of the numerical aspect and their correlated numerical subjects (numbers). Discussing the examples of 2 + 2 = 4 and the definition of a straight line as the shortest distance between two points provide the background for a brief sketch of the third alternative proposed (inter alia against the background of an assessment of infinity and continuity and the vicious circles present in contemporary mathematical arithmeticistic claims). (shrink)

Three recent books have argued that Keynes’s philosophy, like Wittgenstein’s, underwent a radical foundational shift. It is argued that Keynes, like Wittgenstein, moved from an atomic Cartesian individualism to a more conventionalist, intersubjective philosophy. It is sometimes argued this was caused by Wittgenstein’s concurrent conversion. Further, it is argued that recognising this shift is important for understanding Keynes’s later economics. In this paper I argue that the evidence adduced for these theses is insubstantial, and other available evidence contradicts their claims.