Schopenhauer e a fisiologia

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DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378638273

Palavras-chave:

Schopenhauer, Kant, Fisiologia, Nietzsche

Resumo

Desde a publicação, em 1628, do Exercitatio anatomica, de William Harvey, fisiologia (em sua concepção moderna, científica) e filosofia passaram a manter relações tanto de crítica quando de reforço mútuo. Nesse artigo, examinamos um momento particularmente interessante dessa longa história, a emergência, com Schopenhauer, da interpretação do intelecto como produto do homem físico. Pretendemos, assim, mostrar como o recurso à fisiologia (notadamente a autores como Gall, Cabanis, Bichat, Cuvier, Flourens e Lamarck) engendrou uma crítica da filosofia kantiana que marcou o lugar de Schopenhauer na história do pensamento filosófico moderno, a saber, entre dois limiares: Kant e Nietzsche.

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Biografia do Autor

Tiago Santos Almeida, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO

Doutor em História pela Universidade de São Paulo com estágio na Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne.

Professor na Universidade Federal de Goiás.

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Publicado

2019-09-04

Como Citar

Almeida, T. S. (2019). Schopenhauer e a fisiologia. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 10(2), 71–81. https://doi.org/10.5902/2179378638273