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O Sócrates de Platão e os limites do intelectualismo na ética

Benoît Castelnérac

Resumo


Minha intenção é a de mostrar como uma leitura cética dos diálogos socráticos de Platão permite explicar alguns impasses nos quais resulta a interpretação dogmática desses diálogos. Enumero aqui, de maneira programática, os elementos que permitirão sustentar que, nos diálogos de juventude, Platão desenvolveu uma lógica que conduz a uma posição forte sobre os limites do conhecimento e do intelectualismo. Essa interpretação se inspira em traços dominantes do ceticismo de Arcesilau (séc. III a.C.). Mostrarei como os diálogos de Platão podem ser lidos como a inspiração por trás da posição de Arcesilau quando este afirma que seria preciso suspender o julgamento e, na falta de certeza, seguir o que é razoável (eulogon). De uma parte, o estudo do estatuto paradoxal da ignorância socrática e do papel do oráculo na Apologia permite discernir o funcionamento de uma lógica propícia a gerar aporias. De outra parte, a análise do problema da virtude-ciência no Protágoras e no Laques permite exibir os mecanismos de uma argumentação cuja conclusão é a impossibilidade de defender hic e nunc uma ética estritamente intelectualista.

Palavras-chave


Ceticismo; Sócrates; Platão; Virtude; Skepcitism; Socrates; Plato; Virtue

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dp.v4i2.8280