Da árvore e do rizoma: pensar para além do método o encontro da filosofia com a infância

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v32n65a2018-04

Palavras-chave:

Método, Filosofia para crianças, Infância do pensamento

Resumo

Da árvore e do rizoma: pensar para além do método o encontro da filosofia com a infância

Este trabalho busca pensar filosoficamente a questão do método nas práticas filosóficas com crianças. Analisa algumas influencias recebidas pelos criadores da Filosofia para Crianças, Matthew Lipman e Ann Margaret Sharp, como o pragmatismo de J. Dewey. Descreve os sentidos de três expressões afins na obra de Lipman: metódico, metodologia e método. Oferece algumas críticas a leituras do método: Hans-Georg Gadamer, mas sobretudo Henri Bergson e Gilles Deleuze. Finalmente, problematiza a necessidade de um método para fazer filosofia com crianças ou, de um modo mais geral, para pensar infantilmente na educação.

Palavras chave: Método; Filosofia para crianças; Infância do pensamento. 

On the tree and rhizome: thinking beyond the method the encounter of philosophy with children

Abstract: This work aims to consider philosophically the issue of the method in philosophical practices with children. It analyzes some influences received by the creators of Philosophy for Children, Matthew Lipman and Ann Margaret Sharp, like the pragmatism of J. Dewey. It describes the meanings of three similar expressions in Lipman's work: methodical, methodological and method. It offers some criticisms of method: Hans-Georg Gadamer, but especially Henri Bergson and Gilles Deleuze. Finally, he questions the need of a method for doing philosophy with children or, more broadly, for thinking childishly in education.

Keywords: Method; Philosophy for children; Childhood of thought.

Sobre el árbol y el rizoma: pensar el encuentro de la filosofía y la infancia más allá del método

Resumen: Este trabajo tiene como objetivo pensar filosóficamente el tema del método en las prácticas filosóficas con niñas y niños. Analiza algunas influencias recibidas por los creadores de Filosofía para Niños, Matthew Lipman y Ann Margaret Sharp, como el pragmatismo de J. Dewey. Describe los significados de tres expresiones similares en el trabajo de Lipman: metódico, metodológico y metodológico. Ofrece algunas críticas del método: Hans-Georg Gadamer, pero especialmente Henri Bergson y Gilles Deleuze. Finalmente, cuestiona la necesidad de un método para hacer filosofía con niñas y niños o, más ampliamente, para pensar infantilmente en educación.

Palabras clave: Método; Filosofía para niños; Infancia del pensamento.

Data de registro: 18/01/2018

Data de aceite: 18/04/2018

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Walter Omar Kohan, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Doutor em Filosofia pela Universidade Iberoamericana (IBERO). Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação (PROPEd) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pesquisador do CNPq e da FAPERJ.

Magda Costa Carvalho, Universidade dos Açores (UAC)

Doutora em Filosofia pela Universidade dos Açores (UAc). Professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade dos Açores (UAc) e investigadora do Núcleo Interdisciplinar da Criança e do Adolescente da Universidade dos Açores (NICA-UAc)

Referências

BADIOU, A. Deleuze. O clamor do Ser. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

BERGSON, H. Correspondances. Paris: Presses Universitaires de France, 2002.

______. L’Évolution Créatrice. Paris: Presses Universitaires de France, 2007.

______. Deux Sources de la Morale et de la Religion. Paris: Presses Universitaires de France, 2008.

BERGSON, H. La Pensée et le Mouvant. Paris: Presses Universitaires de France, 2009.

______. Écrits Philosophiques. Paris: Presses Universitaires de France, 2011a.

______. Introduction à la Metaphysique. Paris: Presses Universitaires de France, 2011b.

CARVALHO, B. (1994). “Jogos cotidianos e lições metafísicas. Matthew Lipman fala sobre seu método de ensino”. Folha de São Paulo, 1/5/1994. Caderno Mais.

DELEUZE, G. Nietzsche et la Philosophie. Paris: Presses Universitaires de France, 1983.

______. Différence et Répétition. Paris: Presses Universitaires de France, 1993.

______. L´Abécédaire de Gilles Deleuze. Paris: Montparnasse. Vídeo, 1997.

______. Proust et les Signes. Paris: Presses Universitaires de France, 1998.

______.; Guattari. Mille Plateaux. Capitalisme et Schizophrénie. Paris: Éditions de Minuit, 1980.

______. Le Bergsonisme. Paris: Presses Universitaires de France, 2007.

DESCARTES, R. Discurso do Método. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1992.

______. Os Princípios da Filosofia. Lisboa: Guimarães Editores, 1998.

DEWEY, J. The Political Writings. Indianapolis/Cambrigde: Hackett, 1995.

______. Democracy and Education. An Introduction to the Philosophy of Education. Delhi: Aakar Books, 2004.

GADAMER, H.-G. Truth and Method. New York/London: Continuum, 1989.

GADOTTI, M. A Filosofia para crianças e jovens e es perspectivas atuais da educação. In: KOHAN, W. O.; LEAL, B. (Ed.). Filosofia para crianças em debate. Petrópolis: Vozes, 1999. p. 21-38.

JAMES, W. Pragmatism: a new name for old ways of thinking. Cambridge: Harvard University Press, 1975.

KENNEDY, D. The philosopher as teacher. The role of the facilitator in a community of philosophical inquiry. Metaphilosophy. v. 35, n. 5, p. 744-765, 2004. https://doi.org/10.1111/j.1467-9973.2004.00348.x

______.; Kennedy, D. Community of Philosophical Inquiry as a Discoursive Structure, and its Role in School Curriculum Design. In: VANSIELEGHEM, N.; KENNEDY, D. (Ed.). Philosophy for Children in Transition. Problems and Prospects. Malden: Wiley-Blackwell, 2012. p. 97-116.

KOHAN, W. O. (1998a). “Entrevista com John Dewey e Matthew Lipman”. In: Kohan, W. O.; Wuensch, A. M. (orgs.) Filosofia para crianças. A tentativa pioneira de Matthew Lipman. Petrópolis: Vozes, pp. 135-169.

______. (1998b). “Fundamentos para compreender e pensar a tentativa de M. Lipman”. In: ______.; Wuensch, A. M. (orgs.) Filosofia para crianças. A tentativa pioneira de Matthew Lipman. Petrópolis: Vozes, pp. 84-134.

______. (2000). Filosofia para crianças. Rio de Janeiro: Lamparina, 2000.

______. (2008). Filosofía, la paradoja de aprender y enseñar. Buenos Aires: Libros del Zorzal.

LA SALVIA, A. L. (2016). “Haverá uma questão de método em Deleuze e Guattari?”. ANPOF: Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia. 2016. Disponível em: <http://anpof.org/portal/index.php/es-ES/agenda-encontro-2/user-item/475-administrador-portal-anpof/495-categoriaagenda2016/12622>. Acesso em: 17 dez. 2017.

LAWN, C.; KEANE, N. The Gadamer Dictionary. New York: Continuum, 2011.

LIDDELL, H. G.; SCOTT, R.; JAMES, H. S. A Greek English Lexicon. Oxford: Clarendon Press, 1966.

LIPMAN, M. Philosophy Goes to School. Philadelphia: Temple University Press, 1988.

______. “Good Thinking”. Inquiry: Critical Thinking Across the Disciplines. v. 12, n. 2, 1995a, p. 37-41. https://doi.org/10.5840/inquiryctnews199515224

_______. “Moral education, higher-order thinking and philosophy for children”. International Journal of Early Child Development and Care. v. 107, n. 1, 1995b, p. 61-70. https://doi.org/10.1080/0300443951070108

______. Sobre a diferença entre ‘filosofia para crianças’, ‘filosofia com crianças’ e a ‘filosofia da infância’. In: KOHAN, W. O.; LEAL, B. (Ed.). Filosofia para crianças em debate. Petrópolis: Vozes, 1999. p. 362-364.

______. Thinking in Education. Cambridge: Cambridge University Press, 2003. https://doi.org/10.1017/CBO9780511840272

______.; SHARP, A. M.; OSCANYAN, F. Philosophy in the Classroom, Philadelphia: Temple University Press, 1980.

MENDONÇA, D.; Costa Carvalho, M. (2018). “The Community of Philosophical Inquiry as a Regulative Ideal”, em García, F; Duthie, E. y Robles, R. (Ed.). Parecidos de familia. Propuestas actuales en Filosofía para Niños / Family ressemblances. Current proposals in Philosophy for Children. Madrid: Anaya, p. 36-46.

PEIRCE, Ch. S. The fixation of belief. Popular Science Monthly. v. 12, 1877. p. 1-15.

______. How to Make Our Ideas Clear, Popular Science Monthly, v. 12, p. 286–302.

HARTSHORNE, P. W. (Ed.). Collected Papers of Charles Sanders Peirce, v. 5. Cambridge: Harvard University Press, 1958. p. 388–410.

PLATÃO. Defesa de Sócrates. Tradução de Marcos Sinésio Pereira Fernandes e Fernando José Moreira de Santoro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006.

______. O Banquete. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Belem: Universidade Federal do Pará, 2000.

______. Fedro. Cartas. O primeiro Alcibíades. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Belem: Universidade Federal do Pará, 2000.

SANTOS, D. Uma visita a Bergson. In: SOVERAL, C. de (Org.). Obras Completas. v. I: 1928-1945. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian., 2007. p. 269-272.

SHARP, A. M. What is a Community of Philosophical Inquiry?. Journal of Moral Education, v. 16, n. 1, 1987. p. 37-44. https://doi.org/10.1080/0305724870160104

SILVA, G. A. da. Sete cartas a um jovem filosofo. Almada: Ulmeiro, 1995.

______. Educação de Portugal. Porto: Ulmeiro, 1996.

______. Conversação com Diotima. In: BORGES, P. (Ed.). Textos e Ensaios Filosóficos. v. I. Lisboa: Âncora Editora, 1999, p. 123-170.

Downloads

Publicado

2018-08-30

Como Citar

KOHAN, W. O.; COSTA CARVALHO, M. Da árvore e do rizoma: pensar para além do método o encontro da filosofia com a infância. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 32, n. 65, p. 527–564, 2018. DOI: 10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v32n65a2018-04. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/41022. Acesso em: 22 maio. 2024.