BIOPOLÍTICA DAS DROGAS: RACISMO E ENCARCERAMENTO EM MASSA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
DOI:
https://doi.org/10.20911/21769389v51n159p47/2024Resumo
O artigo propõe uma análise da política de drogas no Brasil à luz das teorias biopolíticas de Michel Foucault. A análise elege dois aspectos da genealogia foucaultiana que são centrais para entender a relação entre guerra às drogas, racismo e encarceramento em massa: a coextensividade entre guerra e política e o racismo como dispositivo de seleção da população. Entendemos, entretanto, que a perspectiva de Foucault não é sufi ciente para uma genealogia das relações de poder aplicada ao Brasil. É preciso assumir uma crítica de estilo decolonial. Nesse sentido invocamos a noção de necropolítica, de Achille Mbembe, que pensamos ser mais adequada ao enquadramento da biopolítica produzida em nosso país. No que diz respeito à política de drogas, estudaremos o caso da maconha no Brasil. Nosso objetivo principal é revelar os interesses do proibicionismo brasileiro, entendendo a guerra às drogas como um fracasso político que, no entanto, mostra-se bem-sucedido no quadro geral do projeto histórico do Brasil.
Palavras-chave: Biopolítica. Guerra às drogas. Racismo. Encarceramento.