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Biografema de Mário de Andrade: do plural

Biographème de Mario de Andrade: du pluriel

Resumos

Este texto é a primeira parte do terceiro capítulo de minha tese de doutoramento - MÁRIO DE ANDRADE, PLURAL (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - Universidade de São Paulo). Aí, tenta-se a produção de um biografema à maneira de Roland Barthes, de quem é a epígrafe do capítulo. O biografema é uma livre-produção textual na medida em que não deriva de significado (como a biografia), mas, enfatizando imagens, cenas, gestos, fragmentos textuais, pulsões, opera significancias. O biografema não dispensa a biografia - usa-a, desmembra-a, desgasta-a. Disseminação, o biografema não hesita em lançar mão de todos os operadores de linguagem à disposição. Se a biografia opera com dados, instituindo a verossimilhança no biografado, o biografema retém o arbitrário na produção do ser-de-tinta que imprime no papel.

Verossímil; arbitrário; doxa; paradoxo; texto; escritura; enunciação; enunciadores; enunciado; biografia; memória; significância; intertextualidade; polifonia; semiologia


Ce texte est une partie du troisième chapitre de mon Doctorat de 3 ème Cycle - Mário de Andrade: Pluriel (Faculté de Philosophie, Lettres et Sciences Humaines - Université de São Paulo). Il s'agit d'un essai de production d'un biographème, à la façon de Roland Barthes. Le biographème c'est de la production textuelle à la dérive des signifiants. Ne s'inquiétant point de la vérité, le biographème joue à la vraisemblance tout en la déjouant. Dissémination, un biographème n'hesite pas à mètre en oeuvre tous les opérateurs de langage a sa portée. Agissant de la sorte, il fait usage de la biographie, Técartelle en la rendant autre à l'écart Si la biographie travaille avec des faits en vue de l'établissement du vraisemblable du biographe, le biographème retient l'arbitraire de la production de cet "être-en-encre" qu'il imprime sur le papier. Son enjeu c'est donc le jeu des images, des scènes, des gestes, des fragments textuels, des pulsions, c'est-à-dire, des signifiances.

Vraisemblable; arbitraire; doxa; paradoxe; texte; écriture; énonciation; énonciateurs; énoncé; biographie mémoire; signifiance; intertextualité; polyphonie; sémiologie


ARTIGOS ORIGINAIS

Biografema de Mário de Andrade - do plural

Biographème de Mario de Andrade: du pluriel

Elisa Angotti Kossovitch

Departamento de Ciências Sociais Aplicadas à Educação - Faculdade de Educação - UNICAMP 13100 - Campinas - SP

RESUMO

Este texto é a primeira parte do terceiro capítulo de minha tese de doutoramento - MÁRIO DE ANDRADE, PLURAL (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - Universidade de São Paulo). Aí, tenta-se a produção de um biografema à maneira de Roland Barthes, de quem é a epígrafe do capítulo. O biografema é uma livre-produção textual na medida em que não deriva de significado (como a biografia), mas, enfatizando imagens, cenas, gestos, fragmentos textuais, pulsões, opera significancias. O biografema não dispensa a biografia - usa-a, desmembra-a, desgasta-a. Disseminação, o biografema não hesita em lançar mão de todos os operadores de linguagem à disposição. Se a biografia opera com dados, instituindo a verossimilhança no biografado, o biografema retém o arbitrário na produção do ser-de-tinta que imprime no papel.

Unitermos: Verossímil; arbitrário; doxa; paradoxo; texto; escritura; enunciação; enunciadores; enunciado; biografia; memória; significância; intertextualidade; polifonia; semiologia.

RÉSUMÉ

Ce texte est une partie du troisième chapitre de mon Doctorat de 3 ème Cycle - Mário de Andrade: Pluriel (Faculté de Philosophie, Lettres et Sciences Humaines - Université de São Paulo). Il s'agit d'un essai de production d'un biographème, à la façon de Roland Barthes. Le biographème c'est de la production textuelle à la dérive des signifiants. Ne s'inquiétant point de la vérité, le biographème joue à la vraisemblance tout en la déjouant. Dissémination, un biographème n'hesite pas à mètre en oeuvre tous les opérateurs de langage a sa portée. Agissant de la sorte, il fait usage de la biographie, Técartelle en la rendant autre à l'écart Si la biographie travaille avec des faits en vue de l'établissement du vraisemblable du biographe, le biographème retient l'arbitraire de la production de cet "être-en-encre" qu'il imprime sur le papier. Son enjeu c'est donc le jeu des images, des scènes, des gestes, des fragments textuels, des pulsions, c'est-à-dire, des signifiances.

Unitermes: Vraisemblable; arbitraire; doxa; paradoxe; texte; écriture; énonciation; énonciateurs; énoncé; biographie mémoire; signifiance; intertextualité; polyphonie; sémiologie.

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NOTAS

1. BARTHES, Roland - Roland Barthes par Roland Barthes. Paris, Seuil, 1975. p. 114: "Le biographème n'est rien d'autre qu'une anamnèse factice: celle que je prête à l'auteur que j'aime".

2. "L'auteur qui vient de son texte et va dans notre vie n'a pas d'unité, il est un simple pluriel de 'charmes', le lieu de quelques détails ténus, source cependant de vives lueurs romanesques, un chant discontinu d'amabilités (...); ce n'est pas une personne (civile, morale), c'est un corps" (12, p. 13)

3. "Mário de Andrade" - Introdução de Pedro Nava a Correspondente Contumaz. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1982, p. 25-26: "O retrato de Portinari, obra-prima de pintura não dá uma idéia perfeita de Mário. Ele. é expressionalizado numa megaforma que caberia melhor ao gigante Wenceslau Pietro Pietra. E tórax demais e queixo demais. Fora isto e faltarem os óculos - a semelhança é quase total. O de Lasar Segal aproxima-se mais e dá idéia perfeita da miopia e do que ela adiciona à expressão. Trata-se de um retrato de mocidade e os olhos de Mário ainda não tinham adquirido a amargura que já transparece no óleo de Flávio de Carvalho, nem a resignada santidade que está no pastel de Tarsila. Outro pastel, o de Anita Malfatti é dessemelhante e só dá bem a noção de sua postura de pescoço e crânio. Esta ainda aparece melhor nas cabeças esculpidas de Joaquim Figueira e Bruno Giorgi e mesmo na imobilidade terrível da máscara mortuária de Marioenorme de Andrade".

4. Sobre as fotografias de Warchavchik, Mário-pluralíssimo nas quatro metades do rosto: "Muito de indústria deixei para o fim as melhores fotografias de Mário de Andrade. As tiradas por Warchavchik. Qualquer delas é fotografia de arte principalmente difícil de realizar porque apanha o modelo de frente. (...) E o retrato de um homem em plena forma e sem apresentar certos sinais de magreza forçada e de queda de traços traduzindo regime, moléstia e velhice. Mas que retrato... Dividido por uma horizontal que passasse pela ponta do nariz temos embaixo o queixo voluntarioso e possante dum dionísio sorridente. Já a metade de cima é a de uma gorgona míope atormentada pelas próprias serpentes. Se fizermos o mesmo jogo com uma vertical, o lado esquerdo é o dum frio e lúcido observador, o olhar agudo e cortante se esgueirando de dentro da deformação habitualmente acarretada pelas lentes dos óculos. A meia boca é irônica e altiva. Mas a metade direita mostra um olhar morto de sofredor e mártir enquanto o resto de sua boca tem o heroísmo e a endurância de continuar sorrindo apesar de tudo". In Andrade, Mário de. Correspondente Contumaz: Cartas a Pedro Nava, 1925 - 1944, o.c. Introdução de Pedro Nava, p. 27.

5. Ibidem, pp. 28-29; as mesmas diferenças externas e internas observadas na imagem são enfatizadas na fala: "E como é? que falava esse granganzá do Mário. Com a melhor voz e o modo mais macio. Como que lubrificava as palavras babando as sílabas que saíam no seu sotaque provinciano, separadas feito cubos de gelo cujos ângulos e arestas fossem émoussés por derreter. Suas sílabas e palavras se arredondavam e escorregavam sobretudo nos seus CHH. Marcha. Marchar, Warchavchik. Chique. Meschick. E tinha a propriedade de falar se rindo - e ria, como ele ria! riaté sem razão. E era nessa mesma fala de paulistano sem se impostar nem se importar que ele era um intérprete admirável de poesia e prosa. Lembro de tê-lo visto e ouvido 1er coisas suas em casa de Rodrigo. Sua construção oral tinha, então, modulações de frase musical. E não era que declamasse, Deus me livre! O que ele era é um dizedor fabuloso até de frase de conversa. Degustava a palavra e essa sua volúpia palatal é que deve ter inspirado seu Congresso de Língua Nacional Cantada".

6. Ibidem, p. 31: "Tinha nada que compreendê-lo mais do que ele estava se mostrando na sua fantástica diversidade (trezentos! trezentos e cinqüenta!)".

7. Artigo enviado para publicação em O Estado de São Paulo', recusado, é divulgado pela sensibilidade de Paulo Duarte. Cf. DUARTE, Paulo. Mário de Andrade por Ele mesmo. São Paulo, Edart, 1971.

8. O primeiro segmento está em "Há uma Gota de Sangue em cada Poema", in Obra Imatura, p. 8; o segundo, em "Lira Paulistana", in Poesias Completas, p. 298; o terceiro segmento está em "Xará, xarapim, xêra", in Os Filhos da Candinha, p. 151.

9. BARTHES, Roland. S/Z. Paris, Seuil, 1970, p. 12: interpretar um texto, "ce n'est pas lui donner un sens (plus ou moins fondé, plus ou moins libre), c'est au contraire, apprécier de quel pluriel il est fait. (...) Ce texte est une galaxie de signifiants, non une structure de signifiés".

10. Alguns dos primeiros escritos de Mário de Andrade são publicados sob nomes diversos: Mário Sobral assina "Há uma Gota de Sangue em cada Poema" e artigos da época, Mário Raul assina outros, M. S. ou M. R. ou M. de A. ou M. A., e outros... As personagens em que proliferam os índices da enunciação: Juca, de "Vestida de Negro" e de "Frederico Paciência"; Menino da Camisolinha; Paulino; Menino Trelento, de "Reconhecimento de Nêmesis"; o narrador-personagem de "Peru de Natal"; Janjão, Siomara Ponga, Pastor Fido, Sarah Light, de O Banquete; no Diário Nacional escreve com o pseudônimo de Luís Pinho (Entrevistas e Depoimentos, p. 9); neste mesmo texto, p. 7, outros pseudônimos: J. H. de A. e G. de N.

11. Julia Kristeva distingue, em Séméiotiké, (Paris, Seuil, 1970), pp. 256-257, três espécies de paragrama, fazendo valer o negativo: 1. Negação total: "La séquence étrangère est totalement niée et le sens du texte référentiel est inversé"; 2. Negação simétrica: "Le sens général logique des fragments est le même; il n'empêche que le paragramme (...) donne au texte de référence un noveau sens"; 3. Negação parcial: "Une seule partie du texte référentiel est niée". Para essas espécies (outras poderiam ser eventualmente estabelecidas), a simultaneidade de leitura éconditiosine qua non de efetuação de paragramatismo. Destaque-se que, na classificação de Kristeva, opera-se a inversão ou a mudança de sentido do novo texto ou do texto de referência (ou da relação que a leitura simultânea produz). Afirmar, na efetuação paragramática ou na intertextualidade, o sentido, ainda que novo, é retornar ao que este trabalho recusa, um sentido. Pelo contrário, propor pluralidade de sentidos e disseminá-los na simultaneidade da significância que os produz. Além disso, o paragramatismo (ou a intertextualidade) opera tanto dialógica quanto polifónicamente (sendo a dual apenas a relação mínima, mero caso entre os possíveis). Todavia, dois textos no mínimo constituem referência do texto produzido. Na relação múltipla entre a referência e o texto produzido infringem-se os princípios que se aplicam às linguagens enquanto as definem operacionalmente. Por isso, o intertexto pode efetuar, sem causar espécie, tautologías, repetições, falsas citações, em que os mesmos texto, trecho, verso, frase, palavra não são os mesmos em novo segmento; também pode efetuar, sem estranheza, contradições (o texto de referência é contraditado pelo novo: paradoxo, inadmissível nas linguagens da doxa): pode efetuar, ainda, incompatibilidade ou incompossibilidade, em que o produzido e o texto-tutor não podem conceber-se como coexistentes e nem mesmo como compossíveis (idealmente); pode efetuar, enfim, desarticulação de palavras, sons, ou até de sentido, na produção do texto; considerem-se ainda os paragramas explícitos e implícitos, aqueles também operantes na repetição ou na falsa citação e estes, disfarçados de toda espécie, que mascaram a referência. Exemplo de paragramas explícitos: "Se nos mictórios públicos floresce a arte propriamente 'imoral', as latrinas públicas são uma enciclopédia de desenhos, quadrinhas, frases" {Namoros com a Medicina, p. 89) e o verso: "Num mictório de São Paulo / Pouco depois li uma vez, / Sobre o desenho dum pênis, / Rei dos Reis" ("Lira Paulistana", p. 301); de implícitos: O Ateneu e "Frederico Paciência", cujo índice está no artigo "O Ateneu"; o engate que efetua o paragrama é a isotopia adolescência. O intertexto, poético, crítico, etc., é produção textual que fratura a significação como possibilidade, talvez única, de significância. Exemplo: Foto e legenda de Mário de Andrade, reproduzidas por Telê P. A. Lopez - "Roupas freudianas / Fortaleza / 5-VII-27 / Fotografia refoulenta /Refoulement", in Mário de Andrade: Ramais e Caminho, p. 79. Aqui, a significância não é operada pelo contraste do branco e do preto, oposição óbvia de significação, mas pelo intervalo da imagem e da legenda, o seu "sentido obtuso", que resiste à interpretação. Além disso, a intertextualidade atiça a produtividade lúdica, em que, por exemplo, dadas certas regras, efetuam-se combinações.

12. Cavalcanti Proença expõe muitos elementos intertextuais de Macunaíma em seu elaboradíssimo estudo das apropriações do folclore, provérbios, adivinhas, cantigas de roda, etc. Cf. o seu Roteiro de Macunaíma, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1969, pp. 26-50 e 145-154. Também Mário Chamie chama a atenção, em Intertexto, pp. 427-478, para a intertextualidade em Macunaíma. João Pacheco, em Poesia e Prosa de Mário de Andrade, São Paulo, Martins, 1970, pp. 50-54, insiste na referência popular em versos de Mário de Andrade, a que denomina "reminiscências" e "contaminações". Telê P. A. Lopes analisa em pormenor os processos de aproveitamento (semelhanças e transformações) do VomRoraimazumOrinoco, de Theodor Koch-Grünberg, em Macunaíma (Cf. o seu Macunaíma: a Margem e o Texto, São Paulo, Hucitec/Secretaria de Cultura, 1974, pp. 27-72). Nites Therezinha Feres e Maria Helena Grembecki arrolam as anotações marginais de Mário, ressaltando as que foram posteriormente reelaboradas em textos e contextos diversos. (Cf. FERES, N. T. Leituras em francês de Mário de Andrade. São Paulo, I. E. B. /USP, 1969, pp. 56-76; GREMBECKI, M. H. Mário de Andrade e "L'Esprit Nouveau". São Paulo, I. E. B. /USP, 1969, pp. 23-42).

13. KRISTEVA, Júlia - Séméiotiké, p. 255: O paragramatismo é "l'absorption d'une multiplicité de textes (de sens)".

14. STAROBINSKI, Jean. Les mots sous les mots. Paris, Gallimard, 1971, pp. 18-19: "Mais Imagination sur lacune de mémoire est le principal facteur de changement avec volonté de rester autrement dans la tradition. Dans le domaine linguistique, on voit fleurir, exactement de même, toute une catégorie de formations ingénieuses provoquées par le défaut de mémoire".

15. O Anônimo diz com propriedade, em Memórias de ditos do sertão do Ceará: "As falas do falado compõem-se de tantas falas / que nem pode si alembrá / mas que agora eu vou conta".

16. Cartas de Trabalho, p. 153, em que a paixão é significância ("tresler"): "De tanto estudar e ver Jesuíno, acabei amando Jesuíno e desconfio que estou treslendo um bocado. As coisas dele me arrebatam e preciso adquirir mais equilíbrio". Significantes disseminados: " 'meu' padre Jesuíno" (pp. 140, 145, 150); à p. 183, caem as aspas, anula-se o mínimo de afastamento relativamente à posse, "meu Jesuíno". Dois significantes, não-pronominais, mas adjetivo: "o nosso ínclito padre" (p. 164); ou substantivo: "esse peralta do padre Jesuíno" (p. 147).

17. Padre Jesuíno do Monte Carmelo, p. 27: "Eu sei muito bem que a vida, do padre Jesuíno do Monte Carmelo, foi concebida quase como um 'conto' biográfico. Interpretei biográficamente".

18. Cartas de Trabalho, p. 147; a paixão operando a novela: "Estava disposto a escrever mais uma biografia do padre Jesuíno, estritamente científica, o que não me custa nada. Serão apenas uns dois dias de trabalho, pegando no já escrito e reduzindo a equação. E mandaria as duas versões para você escolher. Nem perderei meu trabalho literário com isso, pois o desenvolvia numa novela romanesca bastante desenfreada, que a vida do padre dá bem pra isso".

19. Padre Jesuíno do Monte Carmelo, p. 31. O deslocamento do marido da mãe de Jesuíno é exemplo dessa diáspora, ausência de homens; sabe-se da mãe que "era casada, mas quando Jesuíno lhe nasceu, já de muito que não vivia com o marido, o qual se ausentara para o Cuiabá - a obsessão aurígera dos paulistas daqueles tempos".

20. Cartas de Trabalho, p. 177: quarta versão; p. 178: quinta versão. No Prefácio ao Padre Jesuíno do Monte Carmelo, que não assina, Rodrigo Mello Franco de Andrade insiste em cinco versões (p. 16).

21. Padre Jesuíno do Monte Carmelo, pp. 177-178; Cartas de Trabalho, p. 171; a questão é, aqui, proposta de modo sintético: "A procura de 'africanismos' nas fisionomias, me levou a um descobrimento novo, muito gracioso. E que entre as várias dezenas de anjos desse céu ituano, uma carinha Jesuíno repetiu integralmente no medalhão do Sr. Jesus de Praga que pintou para essa mesmo Carmo de Itu. Ora com esta verificação, o problema do retrato, da reprodução de uma pessoa viva e apreciada se impunha às minhas pesquisas. E foi ela que me levou a descobrir na tão dramática fase final da obra do artista, a existência de um retrato incontestável. E um retrato de família, que poderá muito bem ser um auto-retrato! (...) Se hoje um documento ou tradição nos dissesse que este Elias e os dos santos de Jesuíno eram retratos de irmãos, ou de pai e filho, ou mesmo de uma só pessoa, não haveria ninguém bem-intencionado (...) a pôr em dúvida a tradição".

22. Padre Jesuíno do Monte Carmelo, p. 189; Cartas de Trabalho, p. 170: "Nesse mesmo céu carmelitano de Itu, um dos santos pontífices consagrados, se de tez disfarçadamente arianíssima, não deixa de ser, como tipo, bel et bien um mulato velho. Isto para não dizer, com mais franqueza, um negro velho, desses que foram 'escravo de meu avô' muito do nosso conhecimento".

23. Padre Jesuíno do Monte Carmelo, p. 188; Cartas de Trabalho, p. 169: "O caso delicioso dele ter pintado um anjo mulato no teto da capela-mor da Carmo ituana".

24. Ibidem, pp. 179-180: "O mais provável é pois que o São Simão Stock seja o filho Simão Stock, que seria muito parecido com o padre Elias, ao passo que o, fisionômicamente discrepante, espigado Santo Anido fosse o outro filho Eliseu. Ou quem sabe se o contrário pra despistar... E a Santa Teresa seria a filha, irmã Maria Teresa do Monte Carmelo, por seu nome todo".

25. Padre Jesuíno do Monte Carmelo, pp. 183-184; na carta de 2 de fevereiro, as santas são concebidas sem exceção nos padrões da idealidade: "Nas santas, não; não aparece nenhum 'africanismo'... biotipológico. Dir-se-ia que na contingência de pintar a mulher, um impedimento qualquer o fazia se esquecer de sua mestiçagem" (Cartas de Trabalho, p. 170).

26. Cartas de Trabalho, pp. 169-170: a interrelação pintura-psicologia e o sentido dedutivo da pesquisa explicita-se no passo: "No meu estudo da obra dele (Jesuíno) veio se firmando aos poucos em minha convicção o mulatismo revoltado do artista, um verdadeiro 'complexo de inferioridade' convertido em afirmação orgulhosa o eu, provado em várias afirmações curiosíssimas (ou seja, as irrupções pardas na iconografia) (...). Com semelhante pulga atrás da orelha, me botei a estudos mais atentos a respeito dos tipos pintados por Jesuíno e fiz descobrimentos que, dado esse elemento inicial eram fáceis de fazer, mas que não deixam de ser uma curiosidade e interesse importantíssimos no geral da pintura religiosa brasileira". Segue-se a partir deste ponto a exposição da pintura de figuras mulatas.

27. Padre Jesuíno do Monte Carmelo, p. 188, quanto à citação exemplar, tirada de Luís Gama: "Entre o coro dos anjinhos / Também há muitos bodinhos". A exposição pormenorizada da irrupção mulata nos céus brancos, cf. pp. 174 ess.

28. Ibidem, pp. 44-45: "Não se admite solteiro em Itu. Alguns pais sonhariam Jesuíno Francisco para marido das filhas, esquecendo sem querer o ondulado dos cabelos do mulato já claro, filho de parda, neto de parda, muito alvejado pelos sabões das Ilhas (...). Maria Francisca, a noiva prometida era tão branca, rosto redondo, liso, duma alvura impassível".

29. Ibidem, pp. 74-78. Traz a oração fúnebre de Feijó, às pp. 205-213.

30. Padre Jesuíno do Monte Carmelo, p. 66: " A Venerável Ordem Terceira de N. S. do Monte Carmelo da vila de Itu, consciente das 'virtudes do postulante, impetrou da Santa Sé um breve mandando admitir em seu grêmio o padre Jesuíno do Monte Carmelo'. Mas ou o breve nunca veio ou foi negado, e a vitória de Jesuíno terminou nessa bofetada. Pardo, filho de parda, neto de parda. Negro". (Cf., também, pp. 180, 199).

31. Padre Jesuíno do Monte Carmelo, p. 197: "Jesuíno é um mestiço e se revolta contra as condições sociais que o abatem. Jesuíno se vinga e faz jurisprudência contra as leis da sociedade em que vive. Cria na sua pintura, para os mulatos e os negros, um lugar de igualdade - seria de igualdade? ... - no reino dos céus. Essa a fase mais original da obra do artista".

32. Padre Jesuíno do Monte Carmelo, p. 190: "O processo genealógico da pintura é o retrato. Por certo sem consciência determinada desse lado genealógico do retrato, numa aparência apenas de carícia afetiva e paternal, o mulato cria para os seus a tradição familial, retratando alguns dos filhos em anjinhos".

33. Ibidem, p. 198: "A sua (de Jesuíno) personalidade artística e o seu dogmatismo religioso não tinham a menor capacidade para a biografia ... dos outros. Jesuíno só sabia, e sem querer, se biografar a si mesmo".

34. Padre Jesuíno do Monte Carmelo, p. 27: "Lendo Álvaro Lins, vi George Santayana reconhecendo que a História, se por um lado é ciência na tradução dos documentos, é também uma 'arte dramática' pelo em que é obrigada a personalizar as idéias e as paixões dos mortos".

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ANDRADE, M. de - Carnaval carioca. In: ______ Obras completas. São Paulo, Martins Ed., 1960. v. 2, Poesias completas. (Publicada também em Clan do Jaboti, em 1927).

2. ANDRADE, M. de - Cartas a Manuel Bandeira. Rio de Janeiro, Simões, 1958.

3. ANDRADE, M. de - Cartas a um jovem escritor. Rio de Janeiro, Record, 1981.

4. ANDRADE, M. de - Cartas de trabalho: correspondência com Rodrigo Mello Franco de Andrade, 1936-1945. Brasília, SPHAN / Fundação Pró-Memória, 1981.

5. ANDRADE, M. de - Há uma gota de sangue em cada poema. In: ______ Obras completas. São Paulo, Martins Ed., 1960. v. 1, Obra imatura.

6. ANDRADE, M. de - Lira Paulistana. In: ______ Obras completas. São Paulo, Martins Ed., 1960, v. 2, Poesias completas.

7. ANDRADE, M. de - Mário de Andrade - Oneyda Alvarenga: cartas. São Paulo, Duas Cidades, 1983.

8. ANDRADE, M. de - Não sei o que é poesia; carta a Gilda de Mello e Souza. Revista Banas, p. 33, 1975.

9. ANDRADE, M. de - Padre Jesuíno do Monte Carmelo. In: ______ Obras Completas. São Paulo, Martins Ed., 1960. v.16. Padre Jesuíno do Monte Carmelo.

10. ANDRADE, M. de - Prefácio interessantíssimo. Paulicéia desvairada. In: ______ Obras completas. São Paulo, Martins Ed., 1960. v.2. Poesias completas.

11. ANDRADE, M. de - Xará, xarapim, sera. In: ______ Obras completas. São Paulo, Ed. Martins Ed., 1960. v. 15, Os filhos da Candinha.

12. BARTHES, R. - Sade, Fourier, Loyola. Paris, Seuil, 1971.

13. BARTHES, R. - RolandBarthesparRolandBarthes. Paris, Seuil, 1975.

14. DUARTE, P. - Mário de Andrade por ele mesmo. São Paulo, Edart, 1971.

15. KNOLL, V. - Paciente arlequinada: uma leitura da obra poética de Mário de Andrade. São Paulo, Hucitec / Secretaria da Cultura, 1983.

16. KRISTEVA, J. - Séméiotiké-Recherches pour une sémanalyse. Paris, Seuil, 1969.

17. NAVA, P. - Introdução. In: ANDRADE, M. de - Correspondente contumaz; Cartas a Pedro Nava, 1925-1944. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1982.

18. STAROBINSKI, J. - Les mots sous les mots. Paris, Gallimard, 1971.

BIBLIOGRAFIA

1. OBRAS DE MÁRIO DE ANDRADE

ANDRADE, Mário de - Obras Completas. São Paulo, Martins Ed., 1960-

Vol. I: Obra Imatura. 1960. Parte 1: Há uma Gota de Sangue em Cada Poema; Parte 2: Primeiro Andar; Parte 3: A Escrava que não é Isaura.

Vol. II: Poesias Completas. 1966.

Vol. III: Amar, Verbo Intransitivo. 5. ed. 1976.

Vol. V: Os Contos de Belazarte. 5. ed. INL, 1972.

Vol. VI: Ensaio Sobre a Música Brasileira. 3. ed. INL, 1972.

Vol. VII: Música, Doce Música. 2. ed. INL, 1976.

Vol. VIII: Pequena História da Música. 7. ed. INL, 1976.

Vol. IX: Namoros com a Medicina. 3. ed. INL, 1972.

Vol. X: Aspectos da Literatura Brasileira. 5. ed. 1974.

Vol. XI: Aspectos da Música Brasileira. 1965.

Vol. XII: Aspectos das Artes Plásticas no Brasil. 1965.

Vol. XIII: Música de Feitiçaria no Brasil. 1963.

Vol. XIV: O Baile das Quatro Artes. 1963.

Vol. XV: Os Filhos da Candinha. 1963.

Vol. XVI: Padre Jesuino do Monte Carmelo. 1963.

Vol. XVII: Contos Novos. 4. ed. 1973.

Vol. XVIII: Danças Dramáticas do Brasil, 1959 (3 tomos).

Vol.XIX: Modinhas Imperiais. 1964.

Vol. XX: O Empalhadorde Passarinho. 3. ed. INL, 1972.

ANDRADE, M. de - Poesias Malditas. Revista do Livro nº 20, 1960.

ANDRADE, M. de - Depoimentos 2. São Paulo, Grêmio da F.A.U. USP, 1966.

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ANDRADE, M. de - Táxi e Crônicas no Diário Nacional, org. Telê P. Ancona Lopez. São Paulo, Duas Cidades, Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia, 1976.

ANDRADE, M. de - OBanquete. São Paulo, Duas Cidades, 1977.

ANDRADE, M. de - Macunaíma: o Herói sem Nenhum Caráter. Ed. crítica de Telê P. Ancona Lopez. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos; São Paulo, Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia, 1978.

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ANDRADE, M. de - Cartas a Manuel Bandeira. Rio de Janeiro, Simões, 1958.

ANDRADE, M. de - Escreve Cartas a Alceu, Meyer e Outros. Coligidas e anotadas por Lygia Fernandes. Rio de Janeiro, Ed. do Autor, 1968.

ANDRADE, M. de - 71 Cartas de M. de Andrade. Coligidas e anotadas por Lygia Fernandes. Rio de Janeiro, Livraria S. José, s.d.

ANDRADE, M. de & BANDEIRA, M. - Itinerários (Cartas a Alphonsus de Guimaraens Filho). São Paulo, Duas Cidades, 1974.

ANDRADE, M. de - Cartas a Murilo Miranda. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1981.

ANDRADE, M. de - Cartas a um Jovem Escritor. Rio de Janeiro, Record, 1981.

ANDRADE, M. de - Cartas de Trabalho: Correspondência com Rodrigo Mello Franco de Andrade, 1936-1945. Brasília, Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional: Fundação Pró-Memória, 1981.

ANDRADE, M. de - A Lição do Amigo: Cartas de Mário de Andrade a Carlos Drummond de Andrade. R i o d e Janeiro, José Olympio, 1982.

ANDRADE, M. de - Correspondente Contumaz: Cartas a Pedro Nava, 1925-1944. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1982.

ANDRADE, M. de - Mário de Andrade - Oneyda Alvarenga: cartas. São Paulo, Duas Cidades, 1983.

2. OBRAS SOBRE MÁRIO DE ANDRADE

ALMEIDA, Maria Zélia Galvão de - Escrevendo a Mário de Andrade. O Estado de São Paulo, Cultura nº 122, ano II, São Paulo, 10/10/1982.

ALMEIDA, Teresa de - Rascunhos, rabiscos e obras-primas. O Estado de São Paulo, Cultura, nº 122, ano II, São Paulo, 10/10/1982.

ALVARENGA, Oneyda - Mário de Andrade, um pouco. Rio de Janeiro, José Olympio; São Paulo, Conselho Estadual de Cultura, 1974.

ALVES, Henrique L. - Mário de Andrade. 2. ed. São Paulo, Ibrasa; Brasília, INL, Fundação Pró-Memória, 1983.

ANTELO, Raul - Do desvairismo à literatura de circunstância. O Estado de São Paulo, Suplemento Cultural, nº 133, ano III, São Paulo, 20/05/1979.

AMARAL, Aracy A. - Tarsila - sua obra e seu tempo. São Paulo, Perspectiva/Ed. da Universidade de São Paulo, 1975.

BATISTA, Marta Rossetti et alii - Brasil: 1º Tempo Modernista - 1917/29. São Paulo, Instituto de Estudos Brasileiros, 1972.

BERRETINI, Célia - Mário de Andrade, leitor de Apollinaire. O Estado de São Paulo, Cultura, nº 69, ano II, São Paulo, 04/10/1981.

BERTAGNA, Vera Lúcia G. - Recortando a memória. O Estado de São Paulo, Cultura, nº 122, ano II, São Paulo, 10/10/1982.

BOPP, Raul - Da Semana de Arte Moderna (1922) ao Movimento Antropofágico (1928) Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 12/12/1964.

BRANCO, Carlos Heitor Castello - Macunaíma e a virgem grandota. São Paulo, Quatro Artes Editora, 1970.

BRANCO, Frederico - A lição do amigo. O Estado de São Paulo, Cultura, nº 158, ano IV, São Paulo, 19/06/1983.

BRITO, Mário da Silva - História do Modernismo Brasileiro: antecedentes da Semana da Arte Moderna. 4. ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1974.

CAMPOS, Haroldo de - Morfologia do Macunaíma. São Paulo, Perspectiva, 1973.

CASTELLO, José Aderaldo - A Literatura Brasileira do Romantismo ao Modernismo - I O Estado de São Paulo, Suplemento do Centenário, nº 25, São Paulo, 21/06/1975.

CASTELLO, José Aderaldo - A Literatura Brasileira do Romantismo ao Modernismo - II. O Estado de São Paulo, Suplemento do Centenário, nº 26, São Paulo, 28/06/1975.

CHAMIE, Mário - Intertexto. São Paulo. Edição Práxis, 1970.

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DANTAS, Pedro - Uma presença ainda marcante. O Estado de São Paulo, São Paulo, 23/02/1975.

DASSIN, Joan - Política e Poesia em Mário de Andrade. Trad. Antônio Dimas. São Paulo, Duas Cidades, 1978.

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LOPEZ, Telê Porto de Ancona - Mário de Andrade. O Estado de São Paulo, Cultura, nº 122, ano II, São Paulo, 10/10/1982.

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WORRINGER, Wilhelm - L'Art Gothique. Trad. de D. Decourdemanche. Paris, Gallimard, 1967.

NÚMEROS ESPECIAIS DE REVISTA

- Communications nº 4. Paris, Seuil, 1964.

- Communications nº 8. Paris, Seuil, 1966.

- Communications nº 11. Paris, Seuil, 1968.

- Tel Quel nº 47. Paris, Seuil, 1971.

  • 1. BARTHES, Roland - Roland Barthes par Roland Barthes. Paris, Seuil, 1975. p. 114: "Le biographème n'est rien d'autre qu'une anamnèse factice: celle que je prête à l'auteur que j'aime".
  • 3. "Mário de Andrade" - Introdução de Pedro Nava a Correspondente Contumaz. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1982, p. 25-26: "O retrato de Portinari, obra-prima de pintura não dá uma idéia perfeita de Mário. Ele. é expressionalizado numa megaforma que caberia melhor ao gigante Wenceslau Pietro Pietra. E tórax demais e queixo demais. Fora isto e faltarem os óculos - a semelhança é quase total. O de Lasar Segal aproxima-se mais e dá idéia perfeita da miopia e do que ela adiciona à expressão. Trata-se de um retrato de mocidade e os olhos de Mário ainda não tinham adquirido a amargura que já transparece no óleo de Flávio de Carvalho, nem a resignada santidade que está no pastel de Tarsila. Outro pastel, o de Anita Malfatti é dessemelhante e só dá bem a noção de sua postura de pescoço e crânio. Esta ainda aparece melhor nas cabeças esculpidas de Joaquim Figueira e Bruno Giorgi e mesmo na imobilidade terrível da máscara mortuária de Marioenorme de Andrade".
  • 4. Sobre as fotografias de Warchavchik, Mário-pluralíssimo nas quatro metades do rosto: "Muito de indústria deixei para o fim as melhores fotografias de Mário de Andrade. As tiradas por Warchavchik. Qualquer delas é fotografia de arte principalmente difícil de realizar porque apanha o modelo de frente. (...) E o retrato de um homem em plena forma e sem apresentar certos sinais de magreza forçada e de queda de traços traduzindo regime, moléstia e velhice. Mas que retrato... Dividido por uma horizontal que passasse pela ponta do nariz temos embaixo o queixo voluntarioso e possante dum dionísio sorridente. Já a metade de cima é a de uma gorgona míope atormentada pelas próprias serpentes. Se fizermos o mesmo jogo com uma vertical, o lado esquerdo é o dum frio e lúcido observador, o olhar agudo e cortante se esgueirando de dentro da deformação habitualmente acarretada pelas lentes dos óculos. A meia boca é irônica e altiva. Mas a metade direita mostra um olhar morto de sofredor e mártir enquanto o resto de sua boca tem o heroísmo e a endurância de continuar sorrindo apesar de tudo". In Andrade, Mário de. Correspondente Contumaz: Cartas a Pedro Nava, 1925 - 1944, o.c. Introdução de Pedro Nava, p. 27.
  • 11. Julia Kristeva distingue, em Séméiotiké, (Paris, Seuil, 1970), pp. 256-257, três espécies de paragrama, fazendo valer o negativo: 1. Negação total: "La séquence étrangère est totalement niée et le sens du texte référentiel est inversé"; 2. Negação simétrica: "Le sens général logique des fragments est le même; il n'empêche que le paragramme (...) donne au texte de référence un noveau sens"; 3. Negação parcial: "Une seule partie du texte référentiel est niée". Para essas espécies (outras poderiam ser eventualmente estabelecidas), a simultaneidade de leitura éconditiosine qua non de efetuação de paragramatismo. Destaque-se que, na classificação de Kristeva, opera-se a inversão ou a mudança de sentido do novo texto ou do texto de referência (ou da relação que a leitura simultânea produz). Afirmar, na efetuação paragramática ou na intertextualidade, o sentido, ainda que novo, é retornar ao que este trabalho recusa, um sentido. Pelo contrário, propor pluralidade de sentidos e disseminá-los na simultaneidade da significância que os produz. Além disso, o paragramatismo (ou a intertextualidade) opera tanto dialógica quanto polifónicamente (sendo a dual apenas a relação mínima, mero caso entre os possíveis). Todavia, dois textos no mínimo constituem referência do texto produzido. Na relação múltipla entre a referência e o texto produzido infringem-se os princípios que se aplicam às linguagens enquanto as definem operacionalmente. Por isso, o intertexto pode efetuar, sem causar espécie, tautologías, repetições, falsas citações, em que os mesmos texto, trecho, verso, frase, palavra não são os mesmos em novo segmento; também pode efetuar, sem estranheza, contradições (o texto de referência é contraditado pelo novo: paradoxo, inadmissível nas linguagens da doxa): pode efetuar, ainda, incompatibilidade ou incompossibilidade, em que o produzido e o texto-tutor não podem conceber-se como coexistentes e nem mesmo como compossíveis (idealmente); pode efetuar, enfim, desarticulação de palavras, sons, ou até de sentido, na produção do texto; considerem-se ainda os paragramas explícitos e implícitos, aqueles também operantes na repetição ou na falsa citação e estes, disfarçados de toda espécie, que mascaram a referência. Exemplo de paragramas explícitos: "Se nos mictórios públicos floresce a arte propriamente 'imoral', as latrinas públicas são uma enciclopédia de desenhos, quadrinhas, frases" {Namoros com a Medicina, p. 89) e o verso: "Num mictório de São Paulo / Pouco depois li uma vez, / Sobre o desenho dum pênis, / Rei dos Reis" ("Lira Paulistana", p. 301); de implícitos: O Ateneu e "Frederico Paciência", cujo índice está no artigo "O Ateneu"; o engate que efetua o paragrama é a isotopia adolescência. O intertexto, poético, crítico, etc., é produção textual que fratura a significação como possibilidade, talvez única, de significância. Exemplo: Foto e legenda de Mário de Andrade, reproduzidas por Telê P. A. Lopez - "Roupas freudianas / Fortaleza / 5-VII-27 / Fotografia refoulenta /Refoulement", in Mário de Andrade: Ramais e Caminho, p. 79. Aqui, a significância não é operada pelo contraste do branco e do preto, oposição óbvia de significação, mas pelo intervalo da imagem e da legenda, o seu "sentido obtuso", que resiste à interpretação. Além disso, a intertextualidade atiça a produtividade lúdica, em que, por exemplo, dadas certas regras, efetuam-se combinações.
  • 13. KRISTEVA, Júlia - Séméiotiké, p. 255: O paragramatismo é "l'absorption d'une multiplicité de textes (de sens)".
  • 14. STAROBINSKI, Jean. Les mots sous les mots. Paris, Gallimard, 1971, pp. 18-19: "Mais Imagination sur lacune de mémoire est le principal facteur de changement avec volonté de rester autrement dans la tradition. Dans le domaine linguistique, on voit fleurir, exactement de même, toute une catégorie de formations ingénieuses provoquées par le défaut de mémoire".
  • 1. ANDRADE, M. de - Carnaval carioca. In: ______ Obras completas. São Paulo, Martins Ed., 1960. v. 2, Poesias completas. (Publicada também em Clan do Jaboti, em 1927).
  • 2. ANDRADE, M. de - Cartas a Manuel Bandeira. Rio de Janeiro, Simões, 1958.
  • 3. ANDRADE, M. de - Cartas a um jovem escritor. Rio de Janeiro, Record, 1981.
  • 4. ANDRADE, M. de - Cartas de trabalho: correspondência com Rodrigo Mello Franco de Andrade, 1936-1945. Brasília, SPHAN / Fundação Pró-Memória, 1981.
  • 5. ANDRADE, M. de - Há uma gota de sangue em cada poema. In: ______ Obras completas. São Paulo, Martins Ed., 1960. v. 1, Obra imatura.
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  • 7. ANDRADE, M. de - Mário de Andrade - Oneyda Alvarenga: cartas. São Paulo, Duas Cidades, 1983.
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  • 11. ANDRADE, M. de - Xará, xarapim, sera. In: ______ Obras completas. São Paulo, Ed. Martins Ed., 1960. v. 15, Os filhos da Candinha.
  • 12. BARTHES, R. - Sade, Fourier, Loyola. Paris, Seuil, 1971.
  • 13. BARTHES, R. - RolandBarthesparRolandBarthes. Paris, Seuil, 1975.
  • 14. DUARTE, P. - Mário de Andrade por ele mesmo. São Paulo, Edart, 1971.
  • 15. KNOLL, V. - Paciente arlequinada: uma leitura da obra poética de Mário de Andrade. São Paulo, Hucitec / Secretaria da Cultura, 1983.
  • 16. KRISTEVA, J. - Séméiotiké-Recherches pour une sémanalyse. Paris, Seuil, 1969.
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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Dez 2011
  • Data do Fascículo
    Jan 1987
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