Em defesa de uma desordem pedagógica:

a institucionalização da infância no cinema e no cotidiano escolar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v34n70a2020-51974

Palavras-chave:

Neoliberalismo, Institucionalização da infância, Cinema

Resumo

Em defesa de uma desordem pedagógica: a institucionalização da infância no cinema e no cotidiano escolar

Resumo: Nos livros imagem-movimento e imagem-tempo, Deleuze analisou o cinema a partir de múltiplas variações possíveis, mas privilegia a perspectiva de um pensamento no qual a articulação de imagens e signos está ligada à expressão de significado ou de uma ideia. Nessa perspectiva, o fluxo de expressão de significados entre o encontro de nossas experiências com os filmes A Guerra dos Botões e As Pequenas Flores Vermelhas, nos levou a problematizar a institucionalização da infância a partir das seguintes perguntas: O que é isso institucionalizado mundo? nós ajudamos a construir? Como se pode ser criança nessa lógica contemporânea que estrutura e institucionaliza, de maneira comercial, a rotina escolar? A hipótese que pretendemos defender é que o atual processo de institucionalização incorporado nos princípios neoliberais tende a reforçar as características narcísicas e individualistas. Diante disso, defendemos a busca de formas de resistência a esse processo que hoje chamamos de (des) ordem pedagógica.

Palavras-Chave: Neoliberalismo; Institucionalização da infância; Cinema.

In defense of a pedagogical disorder: the institutionalization of childhood in cinema and school daily life

Abstract: In the books image-motion and image-time, Deleuze analyzes cinema from multiple possible variations, but he privileges the perspective of a thought in which the articulation of images and signs is connected with the expression of meaning, or an idea. In this perspective, that is, in the flow of expression of meanings that the encounter of our experiences with the films The War of the Buttons and The Little Red Flowers led us to problematize the institutionalization of childhood from the following questions: What is this institutionalized world? do we help build? How can one be a child in this contemporary logic that structures and institutionalizes, in a commercial manner, the school routine? The hypothesis we intend to defend is that the current process of institutionalization embedded in neoliberal principles tends to reinforce narcissistic and individualistic characteristics. Given this, we defend the search for forms of resistance to this process that today we call pedagogical (dis) order.

Keywords: Neoliberalism; Institutionalization of childhood; Cinema. 

En defensa de un trastorno pedagógico: la institucionalización de la infancia en el cine y la vida cotidiana escolar

Resumen: En los libros imagen-movimiento e imagen-tiempo, Deleuze analiza el cine a partir de múltiples posibles variaciones, pero privilegia la perspectiva de un pensamiento en el que la articulación de imágenes y signos está conectada con la expresión de significado, o una idea. En esta perspectiva, es decir, en el flujo de expresión de significados que el encuentro de nuestras experiencias con las películas La guerra de los botones y Las pequeñas flores rojas nos llevó a problematizar la institucionalización de la infancia a partir de las siguientes preguntas: ¿Qué es este mundo institucionalizado? ¿Ayudamos a construir? ¿Cómo se puede ser un niño en esta lógica contemporánea que estructura e institucionaliza, de manera comercial, la rutina escolar? La hipótesis que pretendemos defender es que el proceso actual de institucionalización incrustado en los principios neoliberales tiende a reforzar las características narcisistas e individualistas. Ante esto, defendemos la búsqueda de formas de resistencia a este proceso que hoy llamamos trastorno pedagógico.

Palabras clave: Neoliberalismo; Institucionalización de la infância; Cine.

Data de registro: 11/12/2019

Data de aceite: 18/11/2020

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alexandrina Monteiro, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Professora e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas. E-mail: alemath@unicamp.br   ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5803-1358

Valéria Aroeira Garcia, Prefeitura Municipal de Campinas

Doutora em Educação, Sociedade, Cultura e Política pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Supervisora educacional na Prefeitura Municipal de Campinas. E-mail: va_garcia@hotmail.com  ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0037-0533

Referências

DELEUZE, Gilles. Cinema 1 - a imagem-movimento. Trad. Stella Senra. São Paulo: Brasiliense, 1985.

DELEUZE, Gilles. Cinema 2 - a imagem-tempo. Trad. Eloisa de Araújo Ribeiro. São Paulo: Brasiliense, 1990.

DELEUZE, Gilles. Conversações (1972-1990). Trad. Peter Pál Pelbart. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs, vol.1. Trad. Aurélio G. Neto e Celia P. Costa. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 1987.

FOUCAULT, Michel. Os intelectuais e o poder: conversa entre Michel Foucault e Gilles Deleuze. In: FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 2000, p. 69-78.

FOUCAULT, Michel. Segurança, território e população. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

GALLO, Sílvio. Infância e poder: algumas interrogações à escola. In: KOHAN, Walter (Org.). Devir-criança da filosofia: infância e educação. Autêntica, 2010, p.109-121.

GALLO, Sílvio. René Schérer e a filosofia da educação: aproximações. 37ª Reunião Nacional da ANPEd – 04 a 08 de outubro de 2015, UFSC. Florianópolis. Disponível em: http://www.anped.org.br/sites/default/files/trabalho-gt17-3575.pdf.

GIDDENS, Anthony. Modernidade e identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

MARQUES, Ana Martins. É como se a infância não fosse um tempo. Disponível em:

http://wecantgohomeagain.blogspot.com/2018/03/e-como-se-infancia-nao-fosse-um-tempo.html

LISPECTOR, Clarice. Disponível em: http://www.fotolog.net/leticiabeze.

NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra. Das três metamorfoses. E.BookBrasil.com. 2002

VASCONCELOS, Jorge. A pedagogia da imagem: Deleuze, Godard – ou como produzir um pensamento do cinema. In: Educação e Realidade, 33(1):155-168, jan/jun 2008.

VEIGA-NETO, Alfredo. Por que governar a infância? In: RESENDE, H. Michel Foucault: o governo da infância. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

Downloads

Publicado

2021-01-18

Como Citar

MONTEIRO, A.; GARCIA, V. A. Em defesa de uma desordem pedagógica:: a institucionalização da infância no cinema e no cotidiano escolar. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 34, n. 70, p. 133–154, 2021. DOI: 10.14393/REVEDFIL.v34n70a2020-51974. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/51974. Acesso em: 1 maio. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Governo das diferenças e as cartografias do ingovernável na educação: