Formação de educadores na perspectiva da complexidade: autonarrativas e autoconstituição

Autores

  • Nize Maria Campos Pellanda Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)
  • Felipe Gustsack Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)

DOI:

https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v29n57a2015-p225a243

Palavras-chave:

Formação de educadores. Processo de complexificação. Auto­narrativas. Autopoiesis.

Resumo

*Doutora em Educação (UFRGS) com doutorado-sanduíche na M.U. (OHIO-USA). Rea­lizou estágio de Pós-doutoramento na Universidade do Minho (PORTUGAL). Professora e pesquisadora nos Programas de Pós-Graduação - Mestrado - em Letras e em Educação da UNISC. 

**Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2003). Professor do PPGEdu - Mestrado em Educação da Universidade de Santa Cruz do Sul. 

Apoio: CNPq - FAPERGS

Formação de educadores na perspectiva da complexidade: autonarrativas e autoconstituição

Resumo: A modernidade com seu projeto de reducionismo e simplificação acabou por causar a morte do sujeito. As metanarrativas escondem o sujeito-autor e artífice de sua própria vida num contexto representacional onde o sujeito não é criador de uma realidade que funcionaria independentemente de suas ações. Com a emergência do paradigma da complexidade é preciso juntar o que foi fragmentado e inicia-se um processo de abordagem mais integradora das diferentes dimensões do humano. O sujeito reassume seu papel de autor de sua própria vida e de sua realidade. Para sustentar este trabalho nos apoiamos numa epistemologia da complexidade, mais especificamente, na biologia complexa expressa na "Biologia da Cognição" dos biólogos Maturana e Varela (1980) e na teoria da "Complexificação pelo ruído" de Henri Atlan, em que conhecer e viver são inseparáveis. Neste sentido, iniciamos com alunos de um Curso de Mestrado em Educação uma experiência com autonarrativas para estudar as emergências cognitivo-afetivas de tal prática à luz dos conceitos de Autopoiesis e Complexificação. Concluímos percebendo as autonarrativas como ações potentes dessa trans-formação dos educadores que ao narrar suas experiên­cias investem na invenção de si e de suas ações num processo de complexificação crescente ao se darem conta destas emergências complexas.

Palavras-chave: Políticas de currículo. Estado. Governamentalidade. Michel Foucault.

Formação de educadores na perspectiva da complexidade: autonarrativas e autoconstituição

Abstract: Modernity with its reductionist project and simplification have provoked the death of the subject. The metanarratives hide the subject-author and constructor of se own life in a representational context where the subject it is not the creator of a reality that would work in a independent way from their actions. With the complex paradigm it is necessary to put together what was fragmented and Begin a process of approaching integrated of the different dimensions of reality. To support this work we are based on epistemology of complexity, more specifically, in the complex biology expressed in the works of Maturana e Varela (1980) and H. Atlan in which knowing and living are inseparable. In this sense, we have begin a experience with the students of a Mastered Course on Education with self-narratives to study the cognitive-afective emergencies of such practice at the light of the concepts of Autopoiesis and Complexification.

Keywords: Formation of teachers. Complexification process. Self-narratives. Autopoiesis.

Data de registro: 07/09/2013

Data de aceite: 21/11/2014

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Biografia do Autor

Nize Maria Campos Pellanda, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)

Doutora em Educação (UFRGS) com doutorado-sanduíche na M.U. (OHIO-USA). Rea­lizou estágio de Pós-doutoramento na Universidade do Minho (PORTUGAL). Professora e pesquisadora nos Programas de Pós-Graduação

Felipe Gustsack, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)

Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2003). Professor do PPGEdu

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Publicado

2016-03-17

Como Citar

PELLANDA, N. M. C.; GUSTSACK, F. Formação de educadores na perspectiva da complexidade: autonarrativas e autoconstituição. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 29, n. 57, p. 225–243, 2016. DOI: 10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v29n57a2015-p225a243. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/23563. Acesso em: 26 maio. 2024.