O método da razão pura em Kant: o filosofar como exercício arquitetônico

Autores

  • Marcio Pires Universidade de São Paulo (São Paulo, SP, Brasil)

Palavras-chave:

método, racionalidade, organismo, sistema, filosofar

Resumo

O foco deste artigo é identificar e expor o conceito de racionalidade que opera na filosofia kantiana, considerando, sobretudo, a “Doutrina transcendental do método†da Crítica da razão pura. De modo mais específico, a investigação toma como ponto de partida o texto da “Arquitetônica da razão pura†e destaca o conceito de sistema ali exposto, levando em conta sua paridade com o organismo, que lhe serve de metáfora. A partir daí, tem-se a ocasião para qualificar o método da razão como profundamente dinâmico e caracterizar, desde semelhante qualificação, a própria postura filosófica como atividade de pensamento que se exerce crítica e sistematicamente sobre a multiplicidade de conhecimentos.

Referências

COHEN, Alix A. “Kant on epigenesis, monogenesis and human nature: the biological premises of anthropologyâ€, Stud. Hist. Phil. Biol. & Biomed. Sci., 37 (2006): 675-693.

COHEN, Hermann. La théorie kantienne de l’experience. Traduit par Éric Dufour et Julien Servois. Paris: CERF, 2001.

CROCCO, Gabriela. “Méthode structurale et systèmes philosophiquesâ€, Revue de Métaphysique et de Morale, 1 (2005): 69-88.

FALKENBURG, Brigitte. “Die Funktion der Naturwissenschaft für die Zwecke der Vernunftâ€. In: Volker Gerhardt (ed.), Kant im Streit der Fakultäten. p. 117-133. Berlin: Walter de Gruyter, 2005.

FÖRSTER, Eckart. “Was darf ich hoffen? Zum Problem der Vereinbarkeit von theoretischer und praktischer Vernunft bei Kantâ€, Zeitschrift für philosophische Forschung, 46.2 (1992): 168-185.

GENOVA, A. C. “Kant’s epigenesis of pure reasonâ€, Kant- Studien, 65 (1974): 259-273.

GOLDSCHMIDT, Victor. “Tempo histórico e tempo lógico na interpretação dos sistemas filosóficosâ€. In: _____. A religião de Platão. p. 139-147. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1963.

KRÄMLING, Gerhard. “Das höchste Gut als mögliche Weltâ€, Kant-Studien, 77.3 (1986): 273-283.

LEBRUN, Gérard. Kant e o fim da metafísica. Trad. por Carlos A. R. de Moura. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

LEHMANN, Gerhard. “Pressupostos e limites da interpretação sistemática de Kantâ€. Trad. por Artur Morão. In: Fernando Gil (org.), Recepção da crítica da razão pura: antologia de escritos sobre Kant (1786-1844). p. 1-36. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1992.

MANCHESTER, Paula. “Kant’s concept of architectonic in its historical contextâ€, Journal of the History of Philosophy, 41.2 (2003): 187-207.

_____. “Kant’s concept of architectonic in its philosophical contextâ€, Kant-Studien, 99.2 (2008): 133-151.

MARQUES, Ubirajara. R. A. “Kant e a epigênese a propósito do inatoâ€, Scientiae Studia, 5.4 (2007): 453-470.

_____. “Sobre o inato em Kantâ€, Analytica, 12 (2008): 101-161.

MERRIT, Melissa McBay. “Reflection, enlightenment, and the significance of spontaneity in Kantâ€, British Journal for the History of Philosophy, 17.5 (2009): 981-1010.

MOYA, E. “Apriorismo, epigénesis y evolución en el transcendentalismo kantianoâ€, Revista de Filosofía, 30.2 (2005): 61-88.

RICHARDS, R. J. “Kant and Blumenbach on the Bildungstrieb: a historical misunderstandingâ€, Stud. Hist. Phil. Biol. & Biomed. Sci., 31.1 (2000): 11-32.

ROUSSET, Bernard. La doctrine kantienne de l’objectivité: l’autonomie comme devoir e devenir. Paris: VRIN, 1967.

SANTOS, Leonel Ribeiro dos. Metáforas da razão: ou economia poética do pensar kantiano. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994.

SCHWARTZ, Elisabeth. “Estruturas e sistemas no idealismo kantianoâ€, Dois Pontos, 5.1 (2008): 11-42.

SCHOPENHAUER, Arthur. Crítica da filosofia kantiana. Trad. por Wolfgang Leo Maar e Maria Lúcia Mello e Oliveira Cacciola. (Coleção ‘Os Pensadores’). São Paulo: Nova Cultural, 1997.

SLOAN, P. R. “Preforming the categories: Eighteenth-century generation theory and biological roots of Kant’s a prioriâ€, Journal of the History of Philosophy, 40.2 (2002): 229-253.

SMITH, Norman Kemp. “Appendix Aâ€. In: _____. A commentary to Kant’s Critique of pure reason. London: Macmillan, 1918.

VAYSSE, Jean-Marie. Kant et la finalité. Paris: Ellipses, 1999.

Downloads

Publicado

2014-12-30

Edição

Seção

Artigos