Metafísica e ciência: A vontade e a analogia em Schopenhauer

Autores

  • Jorge Luis Palicer do Prado Universidade de São Paulo, São Paulo, SP

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378633804

Palavras-chave:

Vontade, Coisa-em-si, Analogia

Resumo

Este artigo investiga a resolução de Schopenhauer para o problema da unidade entre micro e macrocosmo que, segundo o filósofo, é o maior enigma da filosofia. Nossa atenção se volta para a modificação da doutrina kantiana da coisa-em-si e para o método analógico contidos naquela resolução. A tese da vontade como essência do mundo foi elaborada entre 1809 e 1814, período de formação científica do filósofo. Isso permitiu pensar a importância das ciências naturais no desenvolvimento do argumento analógico schopenhaueriano. A motivação maior no texto que se segue consiste em compreender o conceito de Vontade como coisa-em-si. A hipótese condutora afirma que o referido conceito foi elaborado a partir de um método de reflexão por analogia inspirado nos estudos científicos de Schopenhauer e, enquanto tal, é parte de uma visão analógica da realidade que exclui o discurso sobre qualquer princípio ontológico transcendente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jorge Luis Palicer do Prado, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP

Doutorando em Filosofia pela USP.

Referências

SCHOPENHAUER, Arthur. Correspondance complète. Edition critique intègrale. Paris: Editions Alive, 1996.

SCHOPENHAUER, Arthur. Diarios de viaje. Trad. Luis Fernando Moreno Claros. Madrid: Ed. Trotta, 2012.

SCHOPENHAUER, Arthur. De La Quadruple Raiz Del Principio De Razon Suficiente. Trad. Leopoldo Eulogio Palácios. Madrid: Gredos, 1998.

SCHOPENHAUER, Arthur. Der Handschriftliche Nachlass Band 5, Randschriften zu Büchern. Herausgegeben von Arthur Hübscher. München: Deutscher Taschenbuch Verlag, 1985.

SCHOPENHAUER, Arthur. Manuscript Remains, Vol I. Oxford, New York, Hamburg: Berg Publishers Limited, 1988.

SCHOPENHAUER, Arthur. Manuscript Remains, Vol II. Oxford, New York, Hamburg: Berg Publishers Limited, 1988.

SCHOPENHAUER, Arthur. Manuscript Remains, Vol III. Oxford, New York, Hamburg: Berg Publishers Limited, 1988.

SCHOPENHAUER, Arthur. Manuscript Remains, Vol IV. Oxford, New York, Hamburg: Berg Publishers Limited, 1988.

SCHOPENHAUER, Arthur. Metafisica della natura. A cura di Ignazio Volpicelli. Roma: Editori Laterza, 1993.

SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como Vontade e como representação. Trad. Jair Barboza. São Paulo: UNESP, 2005.

SCHOPENHAUER, Arthur. O Mundo como Vontade e Representação, tomo II: Complementos vol. I-II. Trad. Eduardo Ribeiro da Fonseca. Curitiba: Ed. UFPR, 2014.

SCHOPENHAUER, Arthur. Os pensadores vol. IV. Trad. Eudoro de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

SCHOPENHAUER, Arthur. Parerga y Paralipómena I. Trad. Pilar Lopez de Santa Maria. Madrid: Trotta, 2006.

SCHOPENHAUER, Arthur. Parerga y Paralipómena II. Trad. Pilar Lopez de Santa Maria. Madrid: Trotta, 2009.

SCHOPENHAUER, Arthur. Retórica. Trad. Marcelo Silvano Madeira. São Paulo: Editora Rideel, 2007.

SCHOPENHAUER, Arthur. Sobre a visão e as cores. Trad. Erlon José Paschoal. São Paulo: Nova Alexandria, 2005.

SCHOPENHAUER, Arthur. Sobre a Vontade na natureza. Trad. Gabriel Valladão Silva. Porto Alegre: L&PM, 2013.

ATWELL, John E. Schopenhauer on the character of the world: the metaphysics of will. Berkeley: University of California Press, 1995.

BARTHA, Paul F. A. By Parallel Reasoning: The Construction and Evaluation of Analogical Arguments. New York: Oxford University Press, 2010.

BLÜMENBACH, Johann F. An essay on generation. Trad. Alexander Crichton. London: Printed for T. Cadell, Strand; Faulder, Bond Street; Murray, Fleet Street; and Creech, at Edinburgh, 1792.

BLÜMENBACH, Johann F. Handbuch der Naturgeschichte: nebst zwey Kupfertafeln. Frankfurt und Leipzig: Neueste Auflage, 1802.

BLÜMENBACH, Johann F. Handbuch der vergleichenden Anatomie. Göttingen: Bey Heinrich Dieterich, 1805.

BLÜMENBACH, Johann F. Handbuch der vergleichenden Anatomie. Göttingen: Bey Heinrich Dieterich, 1805.

BLÜMENBACH, Johann F. Über den Bildungstrieb und das Zeugungsgeschäfte. Göttingen: Johann Christian Dieterich, 1781.

BRANDÃO, Eduardo. A concepção de matéria na obra de Schopenhauer. São Paulo: Humanitas, 2008.

CACCIOLA, Maria L. M. O. Schopenhauer e a questão do dogmatismo. São Paulo: Edusp – Fapesp, 1994.

CAMPBELL, Norman R. Physics The Elements. London: Forgotten Books, 2014.

GARDINER, Patrick. Schopenhauer. Trad. Ángela Saiz Sáez. México: Fondo de Cultura Económica, 1997.

GENTNER, Dedre; JEZIORSKI, Michael. The shift from metaphor to analogy in Western science. In: Metaphor And Thought (second edition). Andrew Ortony (ed.). New York: Cambridge University Press,

, p. 447-480.

GIL, Fernanco. Recepção da Crítica da Razão Pura: Antologia de escritos sobre Kant (1786-1844). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1992.

GRIGENTI, Fabio. Natura e rapresentazione: Genesi e strutura della natura in Arthur Schopenhauer. Napoli: La Cittá Del Sole, 2000.

HAMLYN, David W. Schopenhauer, The Arguments of the Philosophers. London: Routledge, 1999.

HANEGRAAFF, Wouter J. Esotericism and Academy: rejected knowledge in western culture. New York: Cambridge University Press, 2012

HERSCHEL, John. Preliminary Discourse On The Study Of Natural Philosophy. London: Printed for Longman, Brown, Green & Longmans, 1851.

HESSE, Mary B. Models and Analogies in Science. United States of America: University of Norte Dame Press, 1970.

HÜBSCHER, Arthur. Arthur Schopenhauer Gespräche. Stuttgard: Friedrich Frommann Verlag (Günther Holzboog), 1971.

HÜBSCHER, Arthur. The philosophy of Schopenhauer in its intellectual context: Thinker against the tide. Trad. Joachim T. Baer and David E. Cartwright. New York: The Edwin Mellen Press, 1989.

INVERNIZZI, Giuseppe. Il Problema della cosa in sé e la concezione della Metafisica nella filosofia de Schopenhauer. In: ACME, Analli della Facoltá de Lettere e Filosofia dell'Università degli studi dell Milano, Vol. XXXVII 2 – Maggio-Agosto 1984. Milano: Cisalpino – Goliardica, 1984.

ITKONEN, Esa. Analogy as Structure and Process: Approaches in linguistics, cognitive psychology and philosophy of science. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, 2005.

JACOBI, Friedrich H. Sobre o Idealismo Transcendental. In: Recepção da Crítica da Razão Pura: Antologia de escritos sobre Kant (1786-1844). Fernando Gil (ed.). Lisboa: Fundação Calouste

Gulbenkian, 1992, p. 99-111.

JANAWAY, Chritopher. Self And World in Schopenhauer´s Philosophy. New York: Clarendon Press Oxford, 2007.

JANAWAY, Chritopher. (ed.). Willing and Nothingness: Schopenhauer as Nietzsche´s educator. New York: Clarendon Press Oxford, 1998. JOHNSON, Mark (ed.). Philosophical Perspectives on Metaphor. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1981.

KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. 5ª ed. Trad. Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.

KANT, Immanuel. Critique of Judgement. Trad. James Creed Meredith. New York: Oxford University Press, 2007.

KANT, Immanuel. Correspondence. Trad. Arnulf Zweig. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.

KOSSLER, Matthias. A vida é apenas um espelho – o conceito crítico de vida de Schopenhauer. In: Ethic@. Florianópolis, 30 de julho de 2012, vol. 11, nº 2, p. 17.

LENOIR, Timothy. The Gottingen School and the Development of Transcendental Naturphilosophie in the Romantic Era. University of Arizona: The Johns Hopkins University Press, 1981.

LENOIR, Timothy. The Strategy of Life: Teleology and Mechanics in Nieneteenth-Century German Biology. Chicago: The University of Chicago Press, 1982.

MAGNER, Lois N. A History of the Life Sciences. Third edition, revised and expanded. New York: Marcel Dekker, 2002.

MARINO, Luigi. I maestri della Germania – Göttigen 1770-1820. Torino: Piccola Biblioteca Einaudi, 1975.

NEELEY, G. Steven. Schopenhauer – A Consistent Reading. New York: The Edwin Mellen Press, 2003.

NIETZSCHE, Friedrich W. On Schopenhauer (I868). In: Willing and nothingness, Schopenhauer as Nietzsche’s educator. Christopher Janaway (ed.). New York: Claredon Press Oxford, 1998, p. 258-265.

ORTONY, Andrew (ed.). Metaphor and Thougth 2º ed. New York: Cambridge University Press, 1993.

PERELMAN, Chaim; OLBRECHTS-TYTECA, Lucie. Tratado da Argumentação: A Nova Retórica. Trad. Maria Ermantina Galvão G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

PERRIER, Edmond. The Philosophy of Zoology Before Darwin. Trad. Alex McBirney. London/New York: Springer, 2009.

PLATÃO. Timeu-Crítias. Trad. Rodolfo Lopes. Coimbra: Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos, 2011.

PRADO, Jorge L. P. Schopenhauer e a Metáfora da Vontade como coisa-em-si. In: Metafísica e Moral. Aguinaldo Pavão, Charles Feldhaus e José Fernandes Weber (orgs.). São Paulo: DWW Editorial, 2014, p.

-233.

PRIESTLEY, Joseph. The History and Present State of Electricity, 2 vols. New York: Johnson Reprint, 1966.

REINHOLD, Karl L. Briefe Über die Kantische Philosophie e de Versuch einer neuen Theorie des Menschlichen Vorstellungsvermögen. In: Recepção da Crítica da Razão Pura: Antologia de escritos sobre Kant (1786-1844). Fernando Gil (ed.). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1992, p. 172-203.

RICHARDS, Robert J. Kant and Blumenbach on the Bildungstrieb: A Historical Misunderstanding. In: Stud. Hist. Phil. Biol. & Biomed. Sci. Chicago, 2000, vol. 31, nº 1, p. 11–32.

RICOEUR, Paul. A Metáfora Viva 2º Ed. Trad. Dion Davi Macedo. São Paulo: Edições Loyola, 2000.

SAFRANSKI, Rüdiger. Schopenhauer e os anos selvagens da filosofia. Trad. William Lagos. São Paulo: Geração Editorial, 2011.

SANTOS, Leonel R. A formação do pensamento biológico de Kant. In: Kant e a Biologia. Ubirajara Rancan de Azevedo Marques (org.). São Paulo: Editora Barcarolla, 2012, p. 17-81.

SCHULZE, Gottlob E. Enesidemo. In: Recepção da Crítica da Razão Pura: Antologia de escritos sobre Kant (1786-1844). Fernando Gil (ed.). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1992, p. 257-269.

SEGALA, Marco. Auf den Schultern eines Riesen Arthur Schopenhauer als Student Johann Friedrich Blumenbachs. In:„ … die Kunst zu sehn“ Arthur Schopenhauers Mitschriften der Vorlesungen Johann Friedrich Blumenbachs (1809–1811). Jochen Stollberg und Wolfgang Böker (Hg.). Göttingen: Universitätsverlag Göttingen, 2013.

SEGALA, Marco. I fantasmi, Il cervello, L'anima: Schopenhauer, l'occulto e la scienza. Firenze: Leo S. Olschki, 1998.

SEGALA, Marco. La metafora scientifica in Schopenhauer. In: Segni e percorsi dela modernità. Saggi in onoredi Paolo Rossi. Dipartimento di studi storico – social e filosofici, Siena: Università degli Studi di Siena, 2000, p. 123-156.

SEGALA, Marco. Schopenhauer, la filosofia, le scienze. Pisa: Edizioni della Normale, 2009.

SEGALA, Marco. The Role of Physiology in Schopenhauer's Metaphysics of Nature. In: Schopenhauer Jahrbuch, 93 (2012), p. 327-334.

SEGALA, Marco; DE CIAN, Nicoletta. What is will?. In: Schopenhauer Jahrbuch, 83 (2002), p. 13-42, disponível em http://www.item.ens.fr/index.php?id=577242.

SILVA, Marcos. On analogical arguments: Organizing logical and conceptual problems in sections 18 and 19 of Schopenhauer´s The World as Will and Representation. In: Revista Voluntas: Estudos sobre

Schopenhauer. Rio de Janeiro, 2º semestre 2011, vol. 2, nº 2, p. 185-215.

STAMMBERGER, Ralf M. W. On Analogy: An Essay Historical and Systematic. Frankfurt am Main; Berlin; Bern; New York; Paris; Wlen: Peter Lang, 1995.

STOLLBERG, Jochen; BÖKER, Wolfgang. (Hg.). „ … die Kunst zu sehn“ Arthur Schopenhauers Mitschriften der Vorlesungen Johann Friedrich Blumenbachs (1809–1811). Göttingen: Universitätsverlag Göttingen, 2013.

TORRES FILHO, Rubens R. Ensaios de filosofia ilustrada. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.

VOSNIADOU, Stella; ORTONY, Andrew (ed.). Similarity and Analogical Reasoning. New York: Cambridge University Press, 1989.

ZILBERMAN, David B. Analogy in Indian and Western Philosophical Thought (Boston Studies in the Philosophy of Science). The Netherlands: Published by Springer, 2006.

Downloads

Publicado

2015-06-01

Como Citar

Prado, J. L. P. do. (2015). Metafísica e ciência: A vontade e a analogia em Schopenhauer. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 6(1), 44–84. https://doi.org/10.5902/2179378633804

Edição

Seção

Artigos