Críticas antiedipianas à modernidade antropocêntrica: uma metafísica canibal devoradora de homens-máquina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v36n76a2022-60180

Palavras-chave:

Modernidade, Anti-Édipo, Antropologia Filosófica, Metafísicas Canibal

Resumo

Resumo: O presente artigo tem por finalidade apresentar como a matéria mitológica do Édipo e da Esfinge teria regulado a consideração das ciências naturais e políticas de filósofos modernos como Bacon, Hobbes e Descartes. A partir de uma consideração da ciência moderna no registro de uma racionalização do mito do Édipo e da Esfinge na filosofia de Bacon, buscaremos mostrar como o pensamento científico moderno poderia ser entendido como um tipo de conhecimento do homem sobre si mesmo e sobre sua própria cultura ancestral.  Nesse registro geral de uma modernidade científica entendida como um tipo de racionalização dos mitos, o presente artigo busca mostrar por último de que modo as críticas anti-edipianas de Deleuze e Guattari à modernidade teriam influenciado uma metafísica canibal inaugurada por Viveiros de Castro como crítica ao narcisismo individualista do colonialismo epistemológico e político legado à história da filosofia e à nossa própria cultura científica.

Palavras-chave: Modernidade; Anti-Édipo; Antropologia Filosófica; Metafísicas Canibal

Antiedipian criticisms of anthropocentric modernity: a cannibalistic metaphysics devouring machine men.

Abstract: This paper seeks to present how the mythological matter of the Oedipus and the Sphinx would have regulated the consideration of the natural and political sciences of modern philosophers such as Bacon, Hobbes and Descartes. Starting from a consideration of modern science in the record of a rationalization of the myth of Oedipus and the Sphinx in Bacon's philosophy, the work seeks to show how modern scientific thought could be understood as a type of knowledge of man about himself and about his own ancestral culture. In the record of a scientific modernity understood as a type of rationalization of myths, this paper seeks to show at last how Deleuze and Guattari's anti-Oedipal criticisms of modernity seem to have influenced a cannibalistic metaphysics inaugurated by Viveiros de Castro as a critique of narcissism individualist of epistemological and political colonialism bequeathed to the history of philosophy and to our own scientific culture.

Key words: Modernity; Anti-Oedipus; Philosophical Anthropology; Cannibal Metaphysics

Críticas antiedipianas a la modernidad antropocéntrica: una metafísica caníbal que devora a los hombres máquina.

Resumen: Este artículo busca presentar cómo la materia mitológica de Edipo y la Esfinge habría regulado la consideración de las ciencias naturales y políticas de filósofos modernos como Bacon, Hobbes y Descartes. Partiendo de una consideración de la ciencia moderna en el registro de una racionalización del mito de Edipo y la Esfinge en la filosofía de Bacon, el trabajo busca mostrar cómo el pensamiento científico moderno podría entenderse como un tipo de conocimiento del hombre sobre sí mismo y sobre los suyos. cultura ancestral. En el registro de una modernidad científica entendida como una especie de racionalización de los mitos, este trabajo busca mostrar finalmente cómo las críticas antiedípicas de la modernidad de Deleuze y Guattari parecen haber influido en una metafísica caníbal inaugurada por Viveiros de Castro como crítica al narcisismo individualista. del colonialismo epistemológico y político legado a la historia de la filosofía y a nuestra propia cultura científica

Palabras clave: Modernidad; Anti-Edipo; Antropología Filosófica; Metafísica Caníbal

Data de registro: 30/03/2021

Data de aceite: 17/05/2022

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luiz Carlos Santos Silva, UFU

Doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Professor de Filosofia Política Clássica na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). E-mail: luizsilva@ufu.br. Lattes: http://lattes.cnpq.br/0036198625835895. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8865-8197.

Referências

ANDRADE, Oswald. A utopia antropofágica (Obras completas). Org. Benedito Nunes. São Paulo: Editora Globo/Secretaria de Estado da Cultura, 1990.

ARISTÓTELES. Poética. São Paulo: Ed. Abril cultural, 1984.

BACON, Francis. A sabedoria dos antigos. São Paulo: Ed. UNESP, 2002.

BACON, Francis. Novum Organum. São Paulo: Abril Cultural, 1994.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia. Trad. Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: Editora 34, 2010.

DESCARTES, René. Meditações sobre filosofia primeira. Trad. Fausto Castilho- Ed. bilíngüe em latim e português. Campinas: Ed. Unicamp, 2004.

DESCARTES, René. Discurso do método. Trad. Maria. E. A. Prado Galvão. São Paulo, Ed, Martins Fontes, 2009.

HOBBES, Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. São Paulo, Abril Cultural, 1983.

KANT, Immanuel. Manual dos cursos de lógica geral (edição bilíngue). Trad. Fausto Castilho. Campinas, Ed Unicamp, 2003.

SANTOS, Luiz Carlos da Silva. O mito das olimpíadas: Hesíodo, Bacon, Hobbes e a infindável luta dos titãs. Prometeus: Filosofia em Revista, v. 9, a. 9 n. 20. UFS, 2016. DOI: https://doi.org/10.52052/issn.2176-5960.pro.v9i20.5310.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafísicas canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo, Ed. Cosac Nayf, 2015.

Downloads

Publicado

2022-06-01

Como Citar

SILVA, L. C. S. Críticas antiedipianas à modernidade antropocêntrica: uma metafísica canibal devoradora de homens-máquina. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 36, n. 76, p. 445–480, 2022. DOI: 10.14393/REVEDFIL.v36n76a2022-60180. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/60180. Acesso em: 7 jun. 2024.

Edição

Seção

Artigos