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Lê-te a ti mesmo: Imaginação, razão e autoconhecimento em Hobbes

Thomaz Spolaor

Resumo


No Leviathan, Hobbes se vale da injunção Délfica nosce teipsum (conhece-te a ti mesmo) como marca do início de uma investigação das paixões humanas. Nesta passagem, contudo, o estatuto do autoconhecimento proposto pelo autor soa obscuro. Ele pode tratar-se de um conhecimento racional capaz de explicar causalmente as paixões humanas; por outro lado, ele pode tratar-se de um conhecimento empírico, referente à deliberação dos meios apropriados para os fins particulares da ação. Defenderei que o autoconhecimento se refere a ambos: o autoconhecimento é (1) racional e teórico, versando sobre um conhecimento universalmente válido acerca da humanidade; contudo, é também (2) empírico e prático, versando sobre a prudência e a representação de si. Esses dois sentidos do autoconhecimento deverão, conjuntamente, estabelecer uma doutrina moral completa, na medida em que reúne tanto uma teoria da condição natural do desejo quanto uma consideração sobre a determinação da personalidade individual em contexto social.

Palavras-chave


imaginação; razão; autoconhecimento; ciência; personalidade; Hobbes

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dp.v20i3.86612