Ceticismo e princípios epistêmicos

Autores

  • Fernando Henrique Faustini Zarth Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v5i1.520

Palavras-chave:

Ceticismo; Conhecimento; Justificação; Fechamento epistêmico.

Resumo

A identificação e análise de princípios epistêmicos têm possibilitado ganhos significativos no estudo do ceticismo nas últimas décadas, isso não significa que estejamos próximos de um consenso sobre quais princípios devem ser aceitos. Entendendo p como qualquer proposição que geralmente admitiríamos saber, como “aqui há uma mão”, e sk como alguma proposição incompatível, como “estou sendo enganado por um gênio que me induz a crer em coisas que não existem”, o argumento canônico para o ceticismo acadêmico pode assim ser formalizado: (1) Se S está justificado ao crer que p, então S está justificado ao crer que ~sk; (2) S não está justificado ao crer que ~sk, logo, (3) S não está justificado ao crer que p. Implicitamente, pode-se notar: o cético advoga que a relação epistêmica tida com uma proposição deve ser preservada nas proposições decorrentes dessa e, uma vez falho o cumprimento dessa exigência, resulta-se inescapavelmente no ceticismo. Para resolver essa questão, alguns filósofos rejeitaram o ceticismo negando a premissa (1). Outros, como Klein, concedem (1) ao cético, porém negam sua conclusão, apontando que este falha em sua defesa de (2). Discute-se aqui a viabilidade dessas alternativas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernando Henrique Faustini Zarth, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Mestrando em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Rio Grande do Sul – Brasil. Bolsista CAPES.

Referências

DESCARTES, René. Meditações Metafísicas. Trad. Maria Ermantina Galvão, 2ºed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

DRETSKE, Fred. Epistemic Operators. In: Journal of Philosophy, 67 (1970), p. 1007-1023.

HALES, Steven D.. Epistemic Closure Principles. The Southern Journal of Philosophy, v. XXXIII, 1995, p. 185-2001.

HINTIKA, J.. Knowledge and Belief. Ithaca, New York: Cornell University Press, 1962.

KLEIN, Peter D.. Certainty: a refutation of skepticism. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1981.

KLEIN, Peter D.. Skepticism and Closure: Why the Evil Genius Argument Fails. Philosophical Topics, 1995, p. 213-236.

KLEIN, Peter D. Skepticism. In: MOSER, Paul (ed.). The Oxford Handbook of Epistemology. Oxford: Oxford University Press, 2002, p. 336-361.

KLEIN, Peter D. There is No Good Reason to be an Academic Skeptic. In: LUPER, Steven (ed.). Essential Knowledge. Londres: Longman Publishers, 2003, p. 299-309.

SEXTO EMPÍRICO. Outlines of Pyrrhonism. Trad. R. G. Bury. London: William Heinemann, 1933.

STROUD, Barry. The Significance of Philosophical Scepticism. Oxford: Oxford University Press, 1984.

VOGEL, Jonathan. Are There Counterexamples to the Closure Principle?. In: ROTH, M. D. & ROSS, G. (eds.). Doubting: Contemporary Perspectives on Skepticism. Dordrecht: Kluwer, 1990.

Downloads

Publicado

2012-06-14

Como Citar

ZARTH, Fernando Henrique Faustini. Ceticismo e princípios epistêmicos. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 5, n. 1, p. 56–66, 2012. DOI: 10.31977/grirfi.v5i1.520. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/520. Acesso em: 24 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos