Abstract
Esta pesquisa tem o interesse em destacar alguns aspectos específicos da filosofia de Arthur Schopenhauer, em particular a recepção e o uso das ciências naturais em conjunto com sua Metafísica da Vontade. O trabalho enfoca inicialmente os aspectos da formação científica do filósofo, adquirida em Göttingen, onde ele tem contato com vários naturalistas de sua época, que se dedicam ao estudo e a pesquisa de diversos campos das ciências empíricas. A questão que se coloca no texto é: compreender como o autor utiliza as pesquisas e descobertas no campo das ciências naturais, trazendo à sua argumentação filosófica campos de estudo como anatomia e fisiologia. Portanto, a tarefa deste trabalho é investigar: como essa estrutura oferece fundamento para uma metafísica que se propõe imanente? Considerando a argumentação do autor pertinente ao debate entre filosofia e ciência (como é perceptível na obra Sobre a vontade na natureza, 1836), encontramos conjuntamente estímulo em um dos aspectos mais originais de sua filosofia; a inversão conceitual que o autor faz, reconhecendo a racionalidade como “instrumento” de uma vontade irracional; ganhando assim uma nova perspectiva de interpretação da natureza humana para a discussão de seu tempo, que busca harmonizar o discurso filosófico com os achados empíricos da ciência.