Abstract
A análise Arendtiana relaciona os contextos sociais e econômicos ao surgimento dos elementos que constituem a novidade do Totalitarismo como fenômeno político. O conceito de Totalitarismo mostra-se como um valioso recurso de identificação das estruturas políticas e sociais que antecedem a subida de governos totalitários. O objetivo deste trabalho é investigar o conceito de Totalitarismo na Obra Origens do Totalitarismo e no pensamento de Hannah Arendt. Com este propósito, seleciona-se a obra da autora como referência e realiza-se um levantamento bibliográfico da literatura política como estratégia de estudo. Os resultados apontam que a fragmentação da vida política na modernidade e a emergência das massas atomizadas são fatores preponderantes para eclosão do Totalitarismo como forma de governo. Ao mesmo tempo em que as condições socioeconômicas constituem o fundamento ideológico da propaganda dos líderes e movimentos totalitários anteriores à sua ascensão, é evidente que a mentalidade totalitária se aproveita dos antagonismos sociais para instalar um estado de domínio total e controlar todas as dimensões da vida humana. O conceito de Totalitarismo de Arendt revela-se relevante para a compreensão dos eventos totalitários como destruidor do espaço sociopolítico e da despolitização do sujeito. O enfrentamento ao avanço do estado totalitário mostra-se possível através da ação não-violenta, da liberdade de expressão e pensamento. A organização política colegiada apresenta-se como uma alternativa democrática ao processo de destruição da vida política e dos ideais de felicidade pública.F