Abstract
A fim de explicar como é possível haver objetividade moral, Michael Smith tem sugerido que o moralmente correto deve ser compreendido em termos de razões para ação, onde isto significa o que um agente plenamente racional e coerente desejaria idealmente fazer. Para explicar esta ideia, ele tem defendido uma abordagem constitutivista segundo a qual existiriam certos desejos que são constitutivos da agência ideal, tais como os desejos de ajudar a garantir e de não intervir no exercício da capacidade deliberativa de conhecer o mundo em que vivemos e da capacidade deliberativa de alcançar nossos desejos nele. Do argumento de Smith segue-se então que a convergência entre os desejos dos agentes plenamente racionais e coerentes emergirá no decorrer do tempo e espaço, garantindo assim a objetividade moral. Mas suspeito que, ao menos do modo como a discussão está atualmente estabelecida, a abordagem constitutivista de Smith está em apuros. Para mostrar isso, sugerirei que sua teoria é vítima de dois problemas em particular, e então argumentarei que ela falha em explicar adequadamente a natureza objetiva da moralidade.