Abstract
O texto aborda a correlação de democracia, diversidade e educação a partir da condição própria às minorias político-culturais que são efetivamente construídas desde a tríade racismo biológico, fundamentalismo religioso e eurocentrismo-colonialismo, rediviva política e culturalmente pela ascensão do fascismo como eixo estruturante das instituições e da vida sociopolítica brasileira hodierna enquanto consequência e estágio último de nossa modernização conservadora. Nosso problema de investigação pode ser definido com a seguinte pergunta: como é possível desconstruir-se a tríade racismo, fundamentalismo e colonialismo, base de nossa modernização conservadora, a partir da condição, da história e dos valores próprios às minorias político-culturais? Nossa resposta, construída a partir de reflexões fundadas na teoria social e no pensamento negro, indígena e queer, é dupla: minorias político-culturais permitem a pluralização dos sujeitos, das histórias, das experiências, das práticas e dos valores constitutivos de nossa sociedade, desnaturalizando e politizando sua evolução e suas condições presentes; e é necessário que essa consolidação pública, política e cultural das e pelas minorias possa ser institucionalizada em termos de formulação de currículos, conteúdos, práticas e valores próprios à educação básica pública, uma vez que a militância social por elas assumida depende, para sua efetividade, tanto dessa institucionalização a ser assumida pela escola básica pública quanto, a partir daqui, da dinamização de processos educativos que, baseados exatamente na condição e no sentido dessas minorias político-culturais dentro do amplo processo de modernização conservadora brasileira, atinjam nossa coletividade como um todo, moldando uma nova cultura democrática, pluralista, equalizada e reflexiva.