O aprendizado do não-saber na mística de Angelus Silesius (The learnig of the not-knowing in the mystique of Angelus Silesius) - DOI: 10.5752/P.2175-5841.2010v8n18p196 [Book Review]

Horizonte 8 (18):196-213 (2010)
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Abstract

A linguagem apofática é um gênero discursivo estreitamente relacionado à Teologia Negativa, cuja formulação mais acabada se encontra na obra do Pseudo-Dionísio (séc. V), místico que funda uma tradição negativa que se perpetuará durante toda a Idade Média e Moderna. Na contemporaneidade diversos autores (DERRIDA, 1995 e 1997; FRANKE, 2007; PONDÉ, 2003; VEGA, 2004 e 2009 e outros) têm destacado a retomada desse gênero discursivo nas artes, na literatura e nas ciências humanas de forma geral. A linguagem apofática é, portanto, um discurso que visa à própria transcendência e se orienta para a denúncia de um vazio intrínseco à linguagem e ao mundo que dela se origina, de tal modo que o Deus que aí comparece desliza sob nossa linguagem sem se deixar prender em nossas teias discursivas. No presente texto a impossibilidade do nome de Deus torna-se metáfora para se refletir, a partir do exemplo da mística de Angelus Silesius, sobre as possibilidades de um pensamento negativo cujos fundamentos sejam o esvaziamento da linguagem, que se vê despojada de sua capacidade de dizer o mundo, e o aprendizado do não-saber. Palavras-chaves: Linguagem apofática; Linguagem; Angelus Silesius; não-saber.Apophatic language is a genre closely related to negative theology, whose the most accomplished formulation is found in the Pseudo-Dionysius work (fifth century), who founded a mystical tradition that perpetuated throughout the Middle and Modern Ages. Several authors in contemporary such as Derrida (1995 and 1997), (Franke, 2007), (Pounde, 2003), (Vega, 2004 and 2009), and others, have highlighted the resumption of that genre in the Arts, Literature and the Humanities in general. Apophatic is, thus, a discourse that seeks transcendence, and it orients itself to denounce the emptiness intrinsic to language as well as to world, so that the God that there appears slips under our language without being caught in our discursive webs. In this text the impossibility of God's name becomes a metaphor to reflect, from the example of the mystique of Silesius Angelus, on the possibility of a negative thought whose foundations are the emptiness of the language, which finds itself stripped of its ability to tell the world, and from the learning of the not-knowing. Keywords: Apophatic language; Failure of language; Angelus Silesius; not-to knowing

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