Abstract
O presente artigo nasce a partir do diálogo entre três pesquisadoras que têm dedicado parte expressiva de suas carreiras acadêmicas a olhar para a prática da leitura, em especial, a literária como possibilidade de uma participação pessoal e social mais crítica. Todavia, em um país que livro ainda custa caro e que a maioria das pessoas não têm poder aquisitivo para comprá-lo é inegável que a descontinuidade de políticas públicas de leitura venha no processo contrário a formação de leitores literários. Ademais, esse rompimento, como será apresentando no corpo do artigo, atrasa as conquistas que foram alcançadas a curtos passos em nosso país, em especial, no final do século XX e início do século XXI. Desse modo, é importante olhar para a suspensão de importantes políticas públicas de leitura e as que estão sendo engendradas na contemporaneidade, uma vez que estamos vivendo um momento inverso ao que mostra a historicidade da leitura literária, pois com a perda da literatura nos documentos oficiais, como, por exemplo, não haver um componente específico na Base Nacional Comum Curricular - BNCC, e a não obrigatoriedade da literatura enquanto disciplina. Em contrapartida, existe um movimento não escolarizado sendo divulgado por amigos, por editoras, por clubes de livros e bibliotecas -, conhecido como os clubes de leituras que apesar de não ser uma prática recente, ganhou uma expressividade nos últimos seis anos no que corresponde ao Brasil e vem se fortalecendo no momento social que estamos atravessando em decorrência da pandemia.