Abstract
Resumo: Tendo em conta que 2020 foi o ano de celebração do centenário de nascimento de Celso Furtado, como singela homenagem, neste artigo procuramos oferecer uma introdução preliminar sobre a recepção da filosofia de Nietzsche na obra do economista brasileiro. Celso Furtado é um dos pensadores mais influentes no campo da economia-política na América Latina. Mas ninguém ainda pesquisou a dimensão filosófica de seu pensamento. Não obstante, é possível discorrer que ele pensou a economia sob um ponto de vista crítico-filosófico. Para comprovar essa hipótese, pretendemos evidenciar três aspectos conceituais por ele apropriados da filosofia de Nietzsche. São eles: a criatividade e/ou criação, para pensar o seu papel como agente motor de desenvolvimento da civilização industrial; a transvaloração de todos os valores, para pensar a relevância dos valores morais para os centros de decisões dos meios e dos fins da produção e distribuição do capital; e o perspectivismo, para pensar a economia como uma totalidade composta por múltiplas perspectivas estruturais.: Taking into account that 2020 was the year of celebration of the centenary of Celso Furtado's birth, as a simple tribute, in this article we seek to offer a preliminary introduction on the reception of Nietzsche's philosophy in the work of the Brazilian economist. Celso Furtado is one of the most influential thinkers in the field of political economy in Latin America. But no one has yet researched his philosophical dimension of thought. Nevertheless, it is possible to say that he thought economics from a critical-philosophical point of view. To prove this hypothesis, we intend to highlight three conceptual aspects that he appropriated from Nietzsche's philosophy. They are: creativity and / or creation, to think about its role as a driving agent for the development of industrial civilization; the transvalue of all values, to think about the relevance of moral values to the decision-making centers of the means and ends of capital production and distribution; and perspectivism, to think of the economy as a totality composed of multiple structural perspectives.