Razão crítica e emancipação no contexto da Educação do Campo: contribuições filosóficas

Conjectura: Filosofia E Educação 25:258-273 (2020)
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Abstract

O conceito de emancipação é central à práxis formativa da Licenciatura em Educação do Campo e expresso em seus documentos fundacionais, ainda no marco das exigências dos movimentos sociais. A Educação possui potenciais emancipatórios que apresentam dificuldades nas sociedades contemporâneas devido a uma reificação gradativa da própria Educação, porém, aqui defendemos que, no âmbito da Educação do Campo, esses potenciais permanecem não reificados e latentes, dadas a condição de irrupção de uma subjetividade campesina e a relação intrínseca entre uma razão crítica e o próprio conceito de emancipação. Nosso objetivo é tematizar, nesse contexto, o conceito de emancipação e sua relação com a razão crítica e suas ressonâncias e potencialidades, fornecendo elementos para uma reflexão sobre as bases filosóficas da Educação do Campo. A partir das contribuições da Teoria Crítica, podemos nos aproximar de uma razão crítica inerente e possível à subjetividade que se apresenta à sociedade e ao Estado: a subjetividade campesina. Essa subjetividade carrega consigo potenciais emancipatórios justamente por estar propensa ou exposta a uma racionalidade crítica que pode ser materializada em virtude de sua negatividade, experimentada como corporeidade transpassada pela objetividade da luta – que aqui não figura como mero conceito, mas se expressa como horizonte cotidiano dessa subjetividade. Percorre-se um caminho que parte da compreensão de alguns elementos pertinentes à Teoria Crítica, centrada na primeira geração da Escola de Frankfurt, como desvelamento de uma razão crítica. A crítica à razão instrumental revela nova possibilidade de rompimento com a vida administrada, com o dado, o ordenado, que caracterizam as sociedades tardocapitalistas, e, também, expõe, no âmbito do indivíduo, o processo ou mecanismo de irrupção dessa razão crítica a partir da dor da compreensão da exclusão, experimentada pelo sujeito. Em seguida, passa-se a algumas considerações sobre a Educação do Campo e sua condição expressa pela negatividade, que carrega os elementos necessários a uma razão crítica e, portanto, deixa claro um posicionamento marcado pela dor, pela resistência e pela luta.

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