Uma liberdade responsável e descentrada em relação à natureza: leitura antropológica de Princípio responsabilidade

Revista de Filosofia Aurora 24 (35):435 (2012)
  Copy   BIBTEX

Abstract

Este texto explora a antropologia subjacente ao Princípio Responsabilidade. Jonas, ali, propõe um humanismo não antropocêntrico que leva em conta a posição deiscente do homem na natureza e sublinha a mútua dependência essencial entre eles. A crítica às utopias e essa posição deiscente do humano completam a réplica de Jonas ao dualismo acósmico de tipo gnóstico, isto é, do homem e da natureza, com um argumento ontológico e ético. Com efeito,se a essência da natureza e a do homem são mutuamente dependentes, as consequências do agir (tecnológico) humano importam em última instância para a humanidade também. Ora, desde que o homem é homem, ele é o que deve ser e não é preciso tentar melhorar seuser enquanto tal. Por conseguinte, nenhum humano pode ser sacrificado em nome de um futuro melhor (cf. crítica de Bloch). Por outro lado, seguindo a lógica metabólica do vivente, o humano é caracterizado por um fiat constante, um agir pelo qual ele ganha ou perde sua dignidade moral no seio de cada ato singular, o que contrasta com a lógica da acumulação tecnológica. Em razão do que denominamos uma antropologia dos incomensuráveis, em que o agir moral não é jamais assegurado, Jonas recusa toda concepção utópica que implicaria um sacrifício de alguém (tanto dos contemporâneos pelos homens futuros, quanto dos homens futuros pelos contemporâneos), mas ele propõe uma ética da renúncia. Renunciar àpresunção que nos faria ocupar uma posição que não é a nossa e negligenciar as condições de possibilidade de nosso agir no mundo.

Links

PhilArchive



    Upload a copy of this work     Papers currently archived: 90,616

External links

Setup an account with your affiliations in order to access resources via your University's proxy server

Through your library

Similar books and articles

Natureza, ética E sociedade em Rousseau.Evaldo Becker - 2012 - Cadernos de Ética E Filosofia Política 21:31-42.
Por que a responsabilidade?-Why responsibility?André Brayner de Farias - 2012 - Conjectura: Filosofia E Educação 17 (1).
Por que a responsabilidade? - Why responsibility?André Brayner de Farias - 2012 - Conjectura: Filosofia E Educação 17 (1):187-198.
O conceito de mal radical.Adriano Correia - 2005 - Trans/Form/Ação 28 (2):83-94.
A liberdade é um fato natural ou uma construção social?Luiz Henrique A. Dutra - 2000 - Principia: An International Journal of Epistemology 4 (2):305-316.
Natureza, sentido e liberdade em Kant.Francisco V. Jordão - 1992 - Revista Filosófica de Coimbra 1 (1):63-81.

Analytics

Added to PP
2014-01-27

Downloads
12 (#929,405)

6 months
1 (#1,040,386)

Historical graph of downloads
How can I increase my downloads?

Author's Profile

Nathalie Frogneux
Catholic University of Louvain

Citations of this work

No citations found.

Add more citations