Abstract
NOTA PRELIMINAR: o texto a seguir representa a versão ampliada (e corrigida conforme as indicações dos pareceristas) do artigo homônimo, publicado na revista Archai em 2014. Por algum problema técnico, acabou sendo publicada, na época, a primeira versão, sem as melhorias sugeridas pelos avaliadores. Eis, então, a versão ‘definitiva’ do artigo “Zenão e a impossibilidade da analogia”:
A reductio ad absurdum foi elevada por Zenão de Eléia a único método que permitiria vislumbrar a verdadeira realidade, invisível tanto aos sentidos quanto à maneira de pensar comum. Mostrando uma certa continuidade com os filósofos anteriores, não só na busca de um procedimento para que a especulação pudesse avançar, como também na mesma rota de afastamento daquilo que é mais próximo, conhecido e particular (visível) em direção àquilo que é menos conhecido, distante e universal (invisível), para dizê-lo em termos aristotélicos, Zenão utilizou-se de argumentos aporéticos como único caminho possível para poder entrever o ‘reino do Ser’. Esse, com efeito, é invisível não somente aos nossos sentidos, como também ao nosso raciocínio ordinário. Eis que somente a ‘via do não-ser’, a única que poderia ser trilhada após Parménides, como diz Wolff, nos permite ter uma ideia, por quanto vaga, daquilo que é ‘verdadeiramente invisível’. Tão invisível ao ponto de ser inalcançável até mesmo pelo pensamento