Abstract
A concepção kantiana de amizade representa um momento decisivo na história das teorias da amizade. Contra os atuais intérpretes de Kant, neste artigo tenta-se mostrar que Kant abandona a concepção tradicional de amizade como uma relação dentro de um grupo aberto, e o seu ideal é a amizade em relação a toda a humanidade. Para mostrar isso, é preciso diferenciar acuradamente os elementos psicológicos da amizade, que Kant assume das teorias da amizade anteriores e simplesmente desenvolve, dos elementos genuinamente morais da amizade, de cujo tratamento Kant é o pioneiro.