A definição de retórica em Platão e Aristóteles

Dissertation, Universidade Federal da Paraíba (2022)
  Copy   BIBTEX

Abstract

O problema que motiva esta pesquisa é o da definição de retórica dada por Aristóteles. Se ela é uma “capacidade de contemplar o que, em cada caso, se crê persuasivo” (1355b) e, ainda, é considerada como “antístrofe” da dialética, precisa-se, primeiro, reconhecer e circunscrever o que se acredita como persuasivo; segundo, compreender qual a relação estabelecida entre retórica e dialética. Todavia, para apreciar-se o pensamento aristotélico a respeito da retórica, faz-se imprescindível um estudo das críticas de Platão à arte – principalmente no Fedro e no Górgias – para que se alcance o sentido da resposta aristotélica e sua perspectiva frente ao seu antecessor. Esta apreciação está reservada ao primeiro capítulo do trabalho. Na segunda parte, aborda-se as principais proposições da Arte Retórica de Aristóteles: interpreta-se e discute-se a definição de retórica dada por Aristóteles e o sentido da relação que há entre retórica e dialética. O método empregado nesta investigação conjuga análise interpretativa dos textos, análise filológica de conceitos do grego antigo, a revisão bibliográfica de comentadores e especialistas do tema, perspectiva crítica em relação à formação dos conceitos e transmissão dos conceitos pela tradição. Defende-se a hipótese de que a perspectiva platônica sobre a retórica acaba por determinar a recepção negativa da retórica pela tradição, enquanto a perspectiva aristotélica produz o efeito totalmente contrário. Em Platão nota-se uma clara distinção entre dialética e retórica com funções claramente opostas – a dialética, na filosofia platônica, torna-se o método da filosofia por excelência. Defende-se que a retórica, a partir da definição aristotélica, é também uma capacidade de contemplar as crenças admitidas por um grupo e, nesse sentido, não se reduz à oratória, mas estende-se ao campo da reflexão filosófica; a retórica está anexada à dialética – segundo o sentido que se adota para a metáfora antístrophos – e, sendo assim, não há uma oposição entre ambas as esferas da prática discursiva, mas uma interdependência.

Other Versions

No versions found

Links

PhilArchive

External links

  • This entry has no external links. Add one.
Setup an account with your affiliations in order to access resources via your University's proxy server

Through your library

Analytics

Added to PP
2022-11-25

Downloads
281 (#87,229)

6 months
106 (#53,947)

Historical graph of downloads
How can I increase my downloads?

Author's Profile

Citations of this work

No citations found.

Add more citations

References found in this work

On Not Defining "Rhetoric".Robert L. Scott - 1973 - Philosophy and Rhetoric 6 (2):81 - 96.

Add more references