Idealismo e refutação do idealismo na filosofia crítica de Kant

Kriterion: Journal of Philosophy 54 (127):63-87 (2013)
  Copy   BIBTEX

Abstract

O presente trabalho versa sobre o tema, central no projeto filosófico de Kant, da refutação do idealismo, concentrando-se em dois momentos da Crítica da Razão Pura (CRP): a Dedução Transcendental e a Refutação do Idealismo. Adoto duas hipóteses interpretativas: a primeira, de que a seção da CRP intitulada "Refutação do Idealismo" não esgota o projeto kantiano de uma refutação do idealismo, mas lhe fornece o acabamento, apresentando-se como um desenvolvimento de argumentos aduzidos na Dedução Transcendental. A segunda, de que a refutação kantiana do idealismo assume uma forma bipartida pelo fato de que são essencialmente duas as figuras do idealista que a argumentação implicitamente apresenta como adversário da teoria transcendental do conhecimento. Chamarei essas figuras de idealista cético e idealista da autoconsciência e procurarei demonstrar e discutir a presença, na CRP, de dois distintos movimentos argumentativos anti-idealistas que lhes correspondem nas seções da Refutação e da Dedução. Finalmente, esboçarei a pergunta sobre se e em que medida, entendida na perspectiva de sua forma bipartida, a refutação kantiana completa do idealismo na CRP apresenta uma prova suficiente contra o interlocutor que, apesar de admitir, por hipótese, tanto a possibilidade do conhecimento objetivo quanto seu primado epistêmico em relação à consciência do Eu (consciência dos estados internos ou autoconsciência), subordina o domínio da objetividade à instância transcendental de uma consciência de objetos. This paper concerns about Kant's refutation of idealism and focuses on two chief sections of the Critique of Pure Reason: the Transcendental Deduction and the Refutation of Idealism. I shall argue firstly that the first Critique's section named "Refutation of Idealism", instead of exhausting Kant's project of refuting idealism, constitutes its accomplishment, offering a final deployment for some arguments adduced in the Transcendental Deduction. Secondly, I sustain that the refutation-project has two argumentative stages, since the idealist which is implicitly elected as the opponent of Kant's transcendental epistemology has essentially two faces. I shall term the one "skeptical idealist", and the other "self-consciousness idealist", and I'll endeavor to demonstrate accordingly two anti-idealistic lines of argument, both in the Refutation and in the Deduction. Finally, I shall attempt to assign some meaning to the question if kantian complete refutation of idealism amounts to a sufficient proof against a hypothetical opponent who, even though conceding both the possibility of objective cognition and its epistemic primacy towards self-consciousness, subordinates objectivity to the transcendental instance of a consciousness of objects

Links

PhilArchive



    Upload a copy of this work     Papers currently archived: 91,349

External links

Setup an account with your affiliations in order to access resources via your University's proxy server

Through your library

Similar books and articles

A crítica de Frege ao idealismo em Der Gedanke.Mario Ariel Gonzáles Porta - 2009 - Veritas – Revista de Filosofia da Pucrs 54 (2):130-154.
The Role of Kant’s Refutation of Idealism.Ralf M. Bader - 2012 - Archiv für Geschichte der Philosophie 94 (1):53-73.
Materialismo dialéctico: uma nova forma de idealismo?F. Soares Gomes - 1979 - Revista Portuguesa de Filosofia 35 (1/2):31 - 49.

Analytics

Added to PP
2013-05-11

Downloads
60 (#261,850)

6 months
9 (#298,039)

Historical graph of downloads
How can I increase my downloads?

Author's Profile

Pedro Rego
Universidade Federal do Rio de Janeiro

Citations of this work

No citations found.

Add more citations

References found in this work

Kant. [REVIEW]Karl Ameriks - 1980 - Teaching Philosophy 3 (3):359-363.

Add more references