Abstract
O artigo pretende mostrar a discussão sobre a tecnologia no Instituto de Pesquisa Social baseado nos pensamentos de Horkheimer e Marcuse. Embora ambos discutam a tecnologia referenciada socialmente, as conclusões a que chegam não são as mesmas. O pensamento do jovem Horkheimer avalia positivamente a tecnologia enquanto força produtiva capaz de libertar o ser humano. Gradativamente essa posição vai cedendo lugar, a partir dos anos 1940, a uma posição mais cética sobre as possibilidades da tecnologia. Esta passa a ser vista enquanto instância de dominação da natureza e dos homens. A tecnologia é responsável pelo declínio do indivíduo. Ao contrário, desde seu primeiro escrito, Marcuse avalia a tecnologia a partir de uma dupla perspectiva: ela é dominação e libertação. No quadro de referência de sua teoria da sociedade, a tecnologia é concebida como força de libertação. Em suas análises da sociedade industrial avançada, a tecnologia está voltada essencialmente para a dominação e manutenção do status quo. Essa dupla percepção torna o pensamento de Marcuse mais dialético e menos pessimista que o de Horkheimer.The article intends to show the discussion on technology at the Institute of Social Research based on the thoughts of Horkheimer and Marcuse. Although both discuss the technology referenced socially, the conclusions they reached are not the same. The thought of the young Horkheimer evaluates technology as a productive force capable of liberating the human being. In the 1940s this position gradually gave way to a more skeptical one about the possibilities of technology. This is now seen as an instance of domination of nature and man. Instead, since his first writing, Marcuse evaluates technology from a dual perspective: it is domination and liberation. In the framework of his theory of society, technology is conceived as a force for liberation. In his analysis of advanced industrial society, technology is geared primarily for the domination and maintenance of the status quo. This dual perception makes Marcuse’s thought more dialectical and less pessimistic than those of Horkheimer