Cognitio 20 (2):404-428 (
2020)
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Abstract
Neste e no próximo artigo, buscamos articular a visão compreensiva arquitetônica de Peirce a respeito do fenômeno da retórica relacionando sua abordagem em Ideas, Stray or Stolen, about Scientific Writing com seu tratamento na classificação muito negligenciado das ciências práticas. Neste artigo, primeiro, reconstruímos o principal eixo conceitual de Ideas, Stray or Stolen, que é erguido pelos termos ‘arte universal da retórica’, ‘retórica ordinária’, e ‘retórica especulativa’. Na medida em que este eixo nos guia para a classificação dos estudos especiais da retórica que Peirce propõe na seção final de Ideas, Stray or Stolen, a cuidadosa reconstrução deste eixo constitui um dever hermenêutico, a negligência do qual impediria uma compreensão adequada do que Peirce está classificando no fim de sua abordagem mais madura da Retórica Especulativa. Em seguida, procedemos à exposição das raízes aristotélicas da concepção de Peirce da arte universal da retórica e analisamos a relação intrínseca que a semiose retórica tem com o summum bonum como uma de suas formas evolutivas históricas. Se esta interpretação da concepção de retórica do Peirce é adequado, no entanto, devemos esperar que ele nos dê em algum lugar uma descrição da capacidade de evolução da retórica – e portanto, de crescer – antes de tudo. Será a tarefa de um segundo artigo subsequente mostrar que e de que maneira a concepção de Peirce da a retórica como ciência prática e faculdade instintiva enraizado no “instinto gráfico” responde pela sua capacidade para o crescimento.