Abstract
O escopo do presente artigo é elucidar o âmago interpretativo da obra de arte e o seu preceito ontológico. Parte-se do princípio de que é o caráter ontológico da interpretação que possibilita o diálogo entre o artista e a conjuntura que envolve o fazer, o intérprete, e a obra de arte. Isto ocorre, todavia porque o artifício da obra de arte, em si mesmo, sugere algo novo, legítimo. Assim, esta particularidade explica o processo de interpretação contínuo, este, por sua vez, tanto afiança o caráter interpretativo quanto o código ontológico da arte. Não obstante isso, seguindo-se o argumento pareysoniano, o caráter interpretativo está presente em toda e qualquer relação humana. Esta relação é, essencialmente, originária; a ideia é afirmar que esta originariedade explica o caráter ontológico de toda interpretação, seja ela qual for, e ao mesmo tempo, entende-se que o vínculo originário da interpretação unifica pessoa e verdade, e isto, segundo Pareyson, significa o cerne do conceito de interpretação.