Abstract
Este estudo pretende reflectir sobre o modelo de singularidade pelo qual se definiram as elites intelectuais da Nova Espanha, graças às façanhas militares de Hernán Cortés, e o fim e transformação desse modelo a partir da segunda metade do século XVI, devido à realização de outras conquistas, tais como o Peru e as Filipinas, e à abertura para a Ásia. Dada a sua situação estratégica como ponto de articulação entre continentes, a Nova Espanha reclamou uma nova centralidade, fortalecendo-se pela extrapolação de modelos de evangelização para as missões filipinas, com pretensões de chegar à China e ao Japão. Nesse momento, a migração de religiosos, funcionários, comerciantes e letrados era tão importante quanto a circulação de livros e manuscritos que viajavam com eles. A partir da ampliação das fronteiras na segunda metade do século, as temáticas da publicação foram-se alterando. No início do século XVII, inaugurou-se um discurso no qual a Ásia e a América surgem como complementares no esforço da evangelização e conquista, de forma a que tanto obras publicadas pela imprensa mexicana como crónicas manuscritas, algumas delas indígenas, pretendiam integrar e integrar-se de forma “distinta” na história mundial.