Quando nos detemos à querela recente sobre o enhancement, especialmente àquela que tem colocado em lados opostos bioconservadores e transhumanistas, não pode passar despercebido que pressuposições e mesmo concepções muito ingênuas sobre o homem se encontram no fundo do debate. No estudo que apresentaremos, buscaremos mostrar duas teses: antes de tudo, tentaremos evidenciar que tal querela formada em torno do enhancement é uma reformulação da querela que outrora envolveu a arte alquímica nos tempos medievais e renascentistas – arte cujo impulso (...) deu grande influxo ao ideal prático-transformador da ciência. Em segundo lugar, mostraremos que a atual controvérsia em torno do transhumanismo padece, em termos ontológicos, de problemas semelhantes àqueles que atormentavam o debate sobre aquela antiga arte. Por fim, deixaremos, entretanto, indicado que o esclarecimento das questões ontológicas envolvidas em tal controvérsia não eliminam necessariamente outras questões de ordem ética e política, as quais precisam certamente de um estudo complementar. (shrink)
Este estudo teve como objetivo estimar a Qualidade de Vida (QV) em pacientes com transtorno depressivo maior antes e após tratamento antidepressivo eficaz. Participaram do estudo 26 indivíduos (18 a 65 anos) com episódio agudo de Transtorno Depressivo Maior, segundo critérios do DSM-IV. A duração do..
O presente trabalho visa elucidar a renovaçáo da teleologia no pensamento de Hans Jonas, mostrando como esta ocupa aí duas funções centrais, a saber: pensar uma nova ontologia que atenda de forma mais exata à construçáo de um universo psicofísico e em vir-a-ser; e pensar o dever-ser da humanidade enquanto telos e valor absoluto no processo evolutivo do Ser. Para alcançarmos nosso objetivo, primeiro explicitaremos que o que Jonas designa por "enigma da subjetividade" é o problema fundamental da ontologia, e (...) que a filosofia moderna fracassa diante de tal problema, exigindo assim a reabilitaçáo – e renovaçáo – de uma concepçáo teleológica do ser. Depois mostraremos que essa renovaçáo da teleologia – que pode certamente ser designada de "neo-finalismo" – define o finalismo como intrínseco náo só aos seres individuais, mas ao próprio devenir do mundo, onde o homem seria a própria realizaçáo última de uma possibilidade latente no interior de tal processo evolutivo da substância universal. Com isso, resultaria um princípio da ética que náo estaria fundado nem na autonomia do Eu, nem nas necessidades da comunidade, mas antes no próprio caráter teleológico do processo evolutivo da natureza – o homem assumindo aí um valor absoluto por justamente ser o telos – entenda-se: "qualidade final" – de tal processo. Quer isto dizer, a teleologia jonasiana visa por fim responder sobre o bem que é a humanidade, que se firmaria assim como o próprio fundamento da ética. (shrink)
Em Pascal, por meio da crítica à razão discursiva que estava à sua época em vias de consagração, está em curso a defesa de uma concepção alargada da racionalidade, que procura estendê-la a partir de uma perspectiva anti-intuicionista e antifundacionista radical para dimensões da realidade que o arranjo epistemológico gestado pela filosofia cartesiana quer deixar de fora. A hipótese que gostaríamos de discutir é a de que essa subversão se dá pela desestabilização desse arranjo por meio da descrição que Pascal (...) realiza, em Pensamentos, da faculdade imaginação, cujo interesse para o estudo da verdade deve ser considerado para que se possa entender a inflexão que a epistemologia pascaliana tenta empreender ante as outras de seu tempo. (shrink)
O presente artigo pode ser justificado como um breve panorama do debate entre modernidade e pós-modernidade em suas implicações ao campo da educação e formação humana, diante da emergência de nova humanidade, fruto do capitalismo tardio, com suas promessas não cumpridas, diante da colonização de todas as esferas, inclusive da própria educação. Assim, este trabalho visa a traçar alguns contornos do complexo liame entre modernidade e pós-modernidade, bem como a concepção de homem decadente, por um lado, e de homem emergente, (...) de outro, ante essa nova condição geracional. Para tal, o trabalho se constitui de uma pesquisa de metodologia teórico-conceitual, propondo-se como uma contribuição ao recorrente questionamento sobre a relevância das metanarrativas na formação humana, tomando como autores “estelares” Kant e Nietzsche, justificando, inclusive, uma espécie de pré-história do debate entre os metarrelatos. Daí, portanto, as escolhas conceituais deste artigo, que se deu por agenciamentos que possibilitassem a defesa de uma concepção vitalista, inerentemente criativa, como uma disciplina do pensamento indispensável a uma humanidade que se queira para além da mera reprodução erudita, do cinismo mercadológico ou, ainda, dos desígnios tecnocientíficos e rudeza materialista-determinista que rondam o tempo presente. Portanto, o artigo sugere que o novo paradigma em construção, ao se pautar por uma nova lógica, nos possibilita, considerando as críticas à modernidade, dar vazão a novo horizonte ético, que considere o homem em sua integridade. Ou seja, compreendido como “sujeito peninsular”, e não, como sonhava a modernidade, como homem “insular”, tido como sobrenatural, desenraizado do corpo e da natureza. Palavras-chave: Formação humana. Educação. Modernidade. Pós-modernidade. (shrink)
Platón procura establecer en el Fedro una estrecha vinculación entre la poesía y el ámbito eidético propio del saber filosófico, o al que accede el filósofo mediante una ejercitada captación sinóptico-dialéctica. Tal tipo de poesía filosófica aparece ilustrada a la perfección en la propia palinodia socrática, la cual erige a Sócrates – y en última instancia a Platón – como paradigma de filósofo poeta, palinodia que ha sido obligada a pronunciarse “con ciertos términos poéticos”. Partiendo de esa palinodia como modelo, (...) Platón se propone abordar el tema del éros con discursos filosóficos que se nutran de términos poéticos, o sea, a través de una explícita mixtura de elementos filosóficos y poéticos, cuyo ejemplo más claro es el Fedro en su conjunto, o, en términos más generales, el género dialógico platónico en tanto este pone en escena una interacción entre los registros filosófico y poético. Teniendo en cuenta esta relación de compatibilidad que Platón establece en el Fedro entre su paradigma poético-filosófico y el de tipo tradicional – paradigmas que en los libros II, III y X de la República aparecían claramente en tensión –, en este artículo me interesa apoyar tal relación en la anécdota del sueño relatada por Sócrates al comienzo del Fedón, en la cual el filósofo confiesa ante Simmias y Cebes haber compuesto desde su encierro en la cárcel – ya que anteriormente jamás lo había hecho – poemas basados en la versificación o musicalización de las fábulas de Esopo y un himno a Apolo. (shrink)
* Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Professora do curso de Dança e do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal de Uberlândia.** Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Professor do curso de Filosofia, do Programa de Pós-Graduação em Filosofia e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia. O ano de 2015 marcou os vinte anos da morte de Gilles Deleuze, a data foi celebrada com a realização de eventos promovidos (...) pelos núcleos de pesquisa vinculados à filosofia de Deleuze, cuja obra comporta também os livros escritos em coautoria com Félix Guattari. O Dossiê Artes e Oficinas: incursões na filosofia de Deleuze-Guattari foi concebido no mesmo movimento de discussão do legado do pensamento deleuziano, cujo propósito ultrapassa o ensejo de uma simples homenagem e pretende intensificar as experimentações conceituais para vislumbrar, na criação artística, um disparador de encontros ético-político-estéticos, o que confere ao Dossiê uma abordagem transdisciplinar da filosofia de Deleuze - e também Guattari - com vias a favorecer as interfaces entre a filosofia e as artes, recuperando a junção dos afectos e dos perceptos, tal como foram apresentados pelos autores em muitas dos seus escritos, dentre os quais destacamos Qu'est-ce que la filosophie?.O motivo dos artigos que compõem o presente Dossiê são as artes, considerando que essas manifestações são abordadas conforme dois eixos: das oficinas de criação e da lógica do sentido; ou seja, a poiética é considerada em sua autonomia na produção de experimentações do pensamento, por isso, não se trata de uma leitura estética, aliás, não é a intepretação das obras de arte que estão em discussão, mas, antes, a possibilidade das artes esgotarem as fixações de sentidos do mundo contemporâneo que instauram a crise nas mais variadas esferas da vida. Deleuze e Guattari vislumbram nas artes uma política menor, pertinente a mobilização dos afectos e dos perceptos graças as mobilizações engendradas pelos signos artísticos. Assim, apostamos na articulação da clínica, da crítica, das artes e da política, tendo em vista a abertura de novos espaços, contribuindo para o aparecimento de práticas de liberação dos fluxos que poderão fazer variar o pensamento.O que pode ser esperado das oficinas de criação em artes é a invenção de procedimentos diferentes que potencializem os corpos, mobilizando-os para encontrar nos blocos de perceptos e afectos da criação artística o arrancar "o percepto das percepções do objeto, [...], arrancar o afecto das afecções", provocando fluxos de desejo a abrirem a realidade a novos possíveis. Os pensadores franceses oferecem uma rica abrangência com relação as artes e que acreditamos estar contemplada nos artigos do Dossiê, a saber, que a filosofia como criação de conceitos está conectada - ousamos dizer: acoplada - ao plano de imanência "que deve ser considerado pré-filosófico", porque a atividade conceitual vislumbra a apreensão de uma realidade não conceitual composta pelas criações artísticas, por isso, os pensadores concluíram afirmando que "o não-filosófico está talvez mais no coração da filosofia do que a própria filosofia".A aglutinação dos artigos, que apresentaremos a seguir, propõe a composição de zonas de vizinhança entre conceitos da filosofia em conexões com os perceptos e os afectos com relação as artes, não os confundindo com percepções e sentimentos. Ora, longe da ambição do dogmatismo filosófico, aqui a filosofia é tomada como conceito e devir, permitindo vislumbrar experimentações do pensamento, no encontro com o seu fora, ao entrar na composição de um plano de imanência, que poderá ser construído junto às criações artísticas. As escritas reunias neste Dossiê se processam em meio a produção de um pensar teórico-poiético a partir das artes e das oficinas, traçando divergências convergentes com a filosofia da diferença. [...]. (shrink)
A crise dos modelos de representação fundadas em unidades coerentes e ordenadas parece ter como um dos traços o que Bruno Latour (1993) chamou de “híbridos”(1). Os híbridos são a figura da multiplicidade que não cabe em categorias e que a modernidade “varia para baixo do tapete”. Atualmente, assistimos ao “retorno dos que nunca foram”, que interpelam de forma contundente nossas formas de vida, fortemente apoiadas na técnica. Mas como apreender os fluxos de discursos e práticas mediatizadas que nos atravessam (...) sem cair nas armadilhas do tecnicismo? Que configurações poderiam hoje assumir práticas e discursos críticos? Que agenciamentos propor? Tentar compreender o estatuto do tecnológico, do político, do artístico, do urbano e do banal como “artes do fazer” parece-nos uma tarefa urgente e necessária. Gilles Deleuze (1977), em “Kafka, por uma literatura menor” (2), deixa-nos uma importante pista, ao afirmar, em sua definição de agenciamento, que “a técnica é antes de tudo social”. A direção nos permite avançar para além das concepções instrumentalistas e dicotômicas da técnica e percebê-la enquanto processo complexo de mediação. De fato, como também afirmava Simondon (1989), os objetos técnicos sempre foram gerados por mediação e geradores de mediação(4). O presente número da Revista Logos traz justamente contribuições para fomentar esse debate e para compor o já vasto quadro das cartografias sobre tecnologia e sociabilidade no Brasil, no campo das possibilidades de mediação sociotécnica. Trata-se de um número especial, organizado dentro da parceria PPGC-Uerj e Centre d’Etudes sur l”Actuel et lê Quotidien (CEAQ) - Paris V, com a colaboração do Professor Stéphane Hugon, coordenador do GRETECH, grupo de pesquisa sobre Tecnologia e Quotidiano. Se, por um lado, o conjunto de artigos compartilha determinados referenciais teóricos, por outro, acolhe também visões próprias, forjadas a partir de diferentes experiências sociais e em distintos contextos culturais. Em comum, todos partem de certa forma da percepção de que as mediações presentes nos processos de sociabilidade podem colaborar nos processos de negociação com as regras e códigos sociais vigentes para inventar outros possíveis. Todos, de certa forma, dão a ver, em seu conjunto, que entramos numa arena onde os diversos elementos que constituem o social interagem e ganham novos contornos: o político não dialoga apenas com o “ideológico”, mas também com o cultural, o subjetivo, o artístico. Da mesma forma, a arte, por exemplo, não diz respeito apenas ao cânone, mas também ao político, ao urbano, ao sensual e ao banal. Com isso, também a noção de tecnologia se amplia e, entendida como “máquina social”, pode ajudar-nos a melhor apreender as dimensões dos fenômenos culturais e de comunicação hoje. Os onze textos reunidos neste número apontam exatamente para o momento singular em que vivemos sob alguns de seus mais diversos ângulos. Stéphane Hugon da Universidade René Decartes-Paris V/CEAQ discute a importância dos processos de apropriação da tecnologia no quotidiano; João Maia e Eduardo Bianchi, da UERJ, abordam a sociabilidade de jovens adolescentes de uma favela carioca como forma criativa de cidadania; Vicenzo Susca, da Universidade René Decartes-Paris V e da Università di Lingue e Comunicazione de Milão, aborda o aspecto subversivo das tecnologias, através de uma perspectiva transpolítica; Beatriz Bretas da UFMG apresenta estudos de caso sobre modos de organização de redes sociais virtuais no Brasil; Fabio Larocca discute como as tecnologias alteram nosso olhar sobre as dinâmicas sócio-espaciais no contexto das cidades; Florian Dauphin faz uma análise do sofware livre na França, país com uma das mais fortes tradições de organização social desse movimento na Europa; José Pinheiro Neves, da Universidade do Minho, recupera a contribuição de Simondon para uma análise da percepção das imagens nas telas dos computadores; Shangsub Choi, do Korea Information Society Development Institute, aborda as mudanças propiciadas pela internet no quotidiano de pessoas e empresas e as possibilidades de contra-poder; a arquiteta e urbanista Julieta Leite aposta na integração das tecnologias digitais aos tecidos da cidade para a construção de novas experiências espaciais coletivas; Maria da Luz Correia analisa a recuperação da comunicação por cartões postais nos dias atuais. Finalmente, Hedi Zamouri faz uma etnografia da Brigada Anti-Pub, movimento contra o abuso da publicidade nos espaços públicos de Paris e José Cláudio Castanheira resenha o último livro de Shetyl Turkle, “História íntima dos objetos”. A Logos 29, edição especial, chega assim aos leitores com uma gama variada de proposições e de lugares de observação, brindando-nos com novas pistas para a análise de questões que compõem a pesquisa atual no campo da comunicação. Desejamos a todos uma boa leitura. Fernando Gonçalves Editor temático desta edição especial da Logos. Professor adjunto da Faculdade de Comunicação Social da Uerj e membro do Grupo de pesquisa Comunicação, Arte e Cidade, do PPGC-Uerj, onde leciona a disciplina “Tecnologias e Formas de Vinculação Social”. Notas 1 Latour, Bruno. Jamais fomos modernos. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1994. 2 Deleuze, Gilles. Kafka, por uma literatura menor. Rio de Janeiro: Imago, 1977. 3 Simondon, Gilbert. Du mode d’existence des objets techniques. 4eme Édition. Paris: Aubier, 1989. (shrink)
We live in a world of crowds and corporations, artworks and artifacts, legislatures and languages, money and markets. These are all social objects — they are made, at least in part, by people and by communities. But what exactly are these things? How are they made, and what is the role of people in making them? In The Ant Trap, Brian Epstein rewrites our understanding of the nature of the social world and the foundations of the social sciences. Epstein explains (...) and challenges the three prevailing traditions about how the social world is made. One tradition takes the social world to be built out of people, much as traffic is built out of cars. A second tradition also takes people to be the building blocks of the social world, but focuses on thoughts and attitudes we have toward one another. And a third tradition takes the social world to be a collective projection onto the physical world. Epstein shows that these share critical flaws. Most fundamentally, all three traditions overestimate the role of people in building the social world: they are overly anthropocentric. Epstein starts from scratch, bringing the resources of contemporary metaphysics to bear. In the place of traditional theories, he introduces a model based on a new distinction between the grounds and the anchors of social facts. Epstein illustrates the model with a study of the nature of law, and shows how to interpret the prevailing traditions about the social world. Then he turns to social groups, and to what it means for a group to take an action or have an intention. Contrary to the overwhelming consensus, these often depend on more than the actions and intentions of group members. (shrink)
Resumo: O artigo procura identificar o núcleo metodológico das Origens do Totalitarismo, na estrutura comparativa entre França e Alemanha, espécie de sociologia histórico-comparativa na qual Arendt narra as origens do Nazismo e do Stalinismo. Nessa acepção, as origens ideológicas do III Reich e do Stalinismo devem ser buscadas no Racismo, e não na homologia estabelecida entre Nazismo e Comunismo, a partir da equivalência entre a ideologia da luta de classes e da luta de raças e a prática do Terror. Desse (...) modo, a ideia de ruptura ou novidade do Totalitarismo a que se liga essa perspectiva, deve ser associada com a ideia de “atraso histórico”, espécie de articulação entre o novo e a conservação da velha ordem, na história das Nações Continentais. Sob essa ótica, Arendt mobiliza implicitamente a ideia de atraso histórico, a qual se encontra originalmente em Gramsci e Marx, a fim de dar conta de explicar não somente as homologias entre Nazismo e Comunismo, mas também como surgiram historicamente, no âmbito nacional e europeu, como ideologias políticas fundadas em movimentos de massas. De sorte a explicitar essa perspectiva, procura-se demonstrar, neste texto, como a ideia de “atraso histórico” opera no livro 1 das Origens do Totalitarismo, dedicado ao surgimento do antissemitismo.: The article seeks to identify the methodological core of the Origins of Totalitarianism in the comparative structure between France and Germany, a kind of historical-comparative sociology in which Arendt write about the origins of Nazism and Stalinism. In this sense, the ideological origins of the III Reich and Stalinism must be sought in Racism, and not in the homology established between Nazism and Communism based on the equivalence between the ideology of class struggle and race struggle and the practice of Terror. So that the idea of rupture or novelty of Totalitarianism to which this perspective is linked, must be articulated with the idea of historical delay”, a kind of articulation between the new and the conservation of the old order in the history of the Continental Nations. From this perspective, Arendt implicitly mobilizes the idea of historical backwardness, an idea that we originally found in Gramsci and Marx, in order to explain not only the homologies between Nazism and Communism, but also how they emerged historically in the National and European spheres as ideologies policies founded on mass movements. In order to make this perspective explicit, we seek to demonstrate how the idea of “historical backwardness” operates in book 1 of the Origins of Totalitarianism, dedicated to the rise of anti-Semitism. (shrink)
In this paper, I sketch a Kantian account of duties of rescue, which I take to be compatible with Kant’s theory. I argue that there is in fact no “trumping relation” between imperfect and perfect duties but merely that “latitude shrinks away” in certain circumstances. Against possible demandingness objections, I explain why Kant thought that imperfect duty must allow latitude for choice and argue that we must understand the necessary space for pursuing one’s own happiness as entailed by Kant’s justification (...) of one’s duty to promote other’s happiness. Nevertheless, becoming worthy of happiness has always priority over one’s own happiness, even when circumstances are such that we cannot secure our own happiness without seriously neglecting more pressing needs of other persons. I conclude that Kant’s moral theory calls for complementation by the political and juridical domain. Implementing just political institutions and creating satisfactorily well-ordered societies create an external world which is friendlier to our attempts to reconcile moral integrity and a happy human life. (shrink)
In this paper, I analyze the least discussed of Kant’s four examples of duty in the first section of his Groundwork to the Metaphysics of Morals: the gout sufferer who is no longer motivated by natural interest in his long-term wellbeing, and is thus in a unique position to secure his own happiness from duty. This example has long been wrongly interpreted as a failure of prudential rationality, as recently illustrated by Allen Wood’s reading of that example. -/- I argue (...) that the gout sufferer example is meant to illustrate a violation of a duty to the self and should not be confused with mere prudential failure. The example also helps us understand the line between prudential reason and duties to the self. I show that given Kant’s conception of happiness as an indeterminate concept and his hedonistic account of non-moral ends, it can sometimes be more rational from the perspective of empirical practical reason to choose short term over long-term wellbeing when long term wellbeing seems uncertain in regard to expected pleasure. In other words: Kant’s account of empirical practical reason does not rule out as irrational choosing short term pleasure at the expense of long-term wellbeing. However, this is precisely why the gout sufferer’s long-term happiness can be directly morally required and so becomes the content of a duty to the self. To explain how there can be a direct duty to promote our own happiness under certain circumstances I also elucidate Kant’s distinction between direct and indirect duties. (shrink)
Este artigo analisa as teses centrais dos textos: À paz perpétua e Sobre a pedagogia, de Kant. Nos últimos anos, percebe-se que a teoria da paz, apresentada por Kant, tem um papel crucial nos debates acerca das relações internacionais. O cosmopolitismo de Kant defende a prioridade dos direitos humanos como a base para a validade de leis internacionais e para a legitimação da soberania nacional e as regras do Estado. Assim, o conceito de homem como �fim em si� é fundamental (...) para as discussões contemporâneas sobre a paz. (shrink)
According to contractualist theories in ethics, whether an action is wrong is determined by whether it could be justified to others on grounds no one could reasonably reject. Contractualists then think that reasonable rejectability of principles depends on the strength of the personal objections individuals can make to them. There is, however, a deep disagreement between contractualists concerning from which temporal perspective the relevant objections to different principles are to be made. Are they to be made on the basis of (...) the prospects the principles give to different individuals ex ante or on the basis of the outcomes of the principles ex post? Both answers have been found to be problematic. The ex ante views make irrelevant information about personal identity morally significant and lead to objectionable ex ante rules, whereas ex post views lead to counterintuitive results in the so-called different harm and social risk imposition cases. The aim of this article is to provide a new synthesis of these views that can avoid the problems of the previous alternatives. I call the proposal ‘risk-acknowledging’ ex post contractualism. The crux of the view is to take into account in the comparisons of different objections both the realized harms and the risks under which individuals have to live. (shrink)
A visão de Hegel como um pensador conservador não é um fenômeno isolado. Para alguns críticos, Hegel é comumente considerado um apologeta do Estado prussiano e um filósofo daquilo que comumente se denomina estatismo. Eric Weil, contudo, não considera essa definição como condizente com uma retratação fiel do filósofo alemão, assemelhando-se mais a uma caricatura. Nesse sentido, Weil defende uma leitura do pensamento político hegeliano que põe em xeque essa visão, fazendo uma crítica da crítica que, tal como Kant é (...) o rigorista moral, ou Platão é o filósofo das Idéias, coloca Hegel como o filósofo do estatismo e para quem o indivíduo é nada e o Estado é tudo. Para determinar até que ponto essa perspectiva possui lastro, Weil advoga em favor de uma análise do pensamento político de Hegel, inquirindo sobre a real dimensão que o Estado possui no seio desse pensamento. É dessa maneira que é possível delimitar até que ponto esse retrato comumente traçado de Hegel corresponde com a realidade. (shrink)
Corporate social responsibility has become a much-discussed subject in the business world. The Internet has become one of the main tools for CSR information disclosure, allowing companies to publicise more information less expensively and faster than ever before. As a result, corporations are increasingly concerned with communicating ethically and responsibly to the diversity of stakeholders through the web. This paper addresses the main question as whether CSR information disclosure on corporate websites is influenced by country of origin and/or industry sector. (...) Analysing the websites of 127 corporations from emerging countries, such as Brazil, Chile, China, India, Indonesia, Mexico, Thailand and South Africa, it becomes evident that both country of origin and industry sector have a significant influence over CSR information disclosure on the web . Based on the data studied, country of origin has a stronger influence over CSRIDOW than industry sector. (shrink)
The appearance of consciousness in the universe remains one of the major mysteries unsolved by science or philosophy. Absent an agreed-upon definition of consciousness or even a convenient system to test theories of consciousness, a confusing heterogeneity of theories proliferate. In pursuit of clarifying this complicated discourse, we here interpret various frameworks for the scientific and philosophical study of consciousness through the lens of social insect evolutionary biology. To do so, we first discuss the notion of a forward test versus (...) a reverse test, analogous to the normal and revolutionary phases of the scientific process. Contemporary theories of consciousness are forward tests for consciousness, in that they strive to become a means to classify the level of consciousness of arbitrary states and systems. Yet no such theory of consciousness has earned sufficient confidence such that it might be actually used as a forward test in ambiguous settings. What is needed now is thus a legitimate reverse test for theories of consciousness, to provide internal and external calibration of different frameworks. A reverse test for consciousness would ideally look like a method for referencing theories of consciousness to a tractable model system. We introduce the Ant Colony Test as a rigorous reverse test for consciousness. We show that social insect colonies, though disaggregated collectives, fulfill many of the prerequisites for conscious awareness met by humans and honey bee workers. A long lineage of philosophically-neutral neurobehavioral, evolutionary, and ecological studies on social insect colonies can thus be redeployed for the study of consciousness in general. We suggest that the ACT can provide insight into the nature of consciousness, and highlight the ant colony as a model system for ethically performing clarifying experiments about consciousness. (shrink)
Prioritarianism is a variant of utilitarianism. It differs from utilitarianism in that benefiting individuals matters more the worse off these individuals are. On this view, there are two standard ways of handling risky prospects: Ex-Post Prioritarianism adjusts for prioritizing the worse off in final outcomes and then values prospects by the expectation of the sum total of those adjusted values, whereas Ex-Ante Prioritarianism adjusts for prioritizing the worse off on each individual’s expectation and then values prospects by the sum total (...) of those adjusted expectations. A standard objection to Ex-Post Prioritarianism is that it violates Ex-Ante Pareto, that is, it prescribes choices that worsen the expectations for everyone. In this paper, I argue that Ex-Ante Prioritarianism suffers from much the same problem: It violates a sequential version of Ex-Ante Pareto, that is, it prescribes sequences of choices that worsen the expectations for everyone. (shrink)
Friedrich Hayek was a fervent advocate of the methodological specificity of the social sciences. However, given his contact with Karl Popper, several historians and philosophers have characterized his final position as Popperian, that is, a position that would have accepted the unity of scientific method. A closer look at Hayek's philosophy and Popper's own intellectual course shows that such a thesis is based on misconceptions that can be overcome by taking the Hayekian concept of 'spontaneous order' as the foundation of (...) a methodology immune to any kind of methodological monism. (shrink)
O mal ocupa a condição de problema para a filosofia desde a Antiguidade. Passando pelas ponderações dos estóicos e de Santo Agostinho, tratado no contexto da teodiceia por Leibniz, o mal aporta como objeto de preocupação para a moral em Kant. Muito conhecido por sua definição como um kantiano pós-hegeliano, é com Kant, mas indo além dele que Weil trata do mal, pensando-o como formas de violência. Considerada como o outro do sentido e da razão, a violência se manifesta de (...) maneiras variadas. Nosso intuito é determinar o conceito de mal em Eric Weil enquanto forma de violência. Para isso, nos propomos a situar no esquema conceitual da violência duas formas de mal discutidas por Weil nos seus textos: o mal radical e o mal diabólico. (shrink)
Evidential Decision Theory and Causal Decision Theory are the leading contenders as theories of rational action, but both face counterexamples. We present some new counterexamples, including one in which the optimal action is causally dominated. We also present a novel decision theory, Functional Decision Theory, which simultaneously solves both sets of counterexamples. Instead of considering which physical action of theirs would give rise to the best outcomes, FDT agents consider which output of their decision function would give rise to the (...) best outcome. This theory relies on a notion of subjunctive dependence, where multiple implementations of the same mathematical function are considered to have identical results for logical rather than causal reasons. Taking these subjunctive dependencies into account allows FDT agents to outperform CDT and EDT agents in, for example, the presence of accurate predictors. (shrink)
La posesión común de la tierra fue una idea prominente en la filosofía moderna del siglo xvii. En este artículo, sostendré que Kant no sólo propuso una versión secular de la posesión común de la tierra, sino que también se diferenció de forma radical de la concepción iusnaturalista de sus predecesores. Propongo que la revisión kantiana del derecho cosmopolita se dirige al mismo problema que el derecho de necesidad de Grocio, a saber, la implausibilidad de asumir derechos adquiridos absolutos cuando (...) esto contradice la razón por la que se introducen esos mismos derechos. Sin embargo, mientras que Grocio pretendió excusar violaciones de la propiedad privada en casos de necesidad, Kant limitó su discusión al derecho de rechazar la entrada de personas en un territorio. Muestro que para Kant, negar la ocupación del espacio que puede salvar la vida a otro ser humano que está, en principio, tan legitimado como cualquier otro a tener un derecho en la tierra está en contradicción con la justificación misma del derecho territorial de los Estados. Esto se debe a que el permiso para controlar el territorio y el derecho de los visitantes involuntarios a ser admitidos en una región están basados en el mismo fundamento legal o Rechtsgrund, a saber, la comunidad original de la tierra. (shrink)
In this paper, we recover the idea cast by Graham Priest to our ears in 2000: That it was possible to experience Ontological Paraconsistency in life. He had, back then, as a translation of his thinking, a painting by Escher: The stairs could be going up or down, and one could not tell where they were going by simply examining the painting. The most obvious argument as to why that was not an instance of Ontological Paraconsistency found in reality was (...) that the perspective from which you would have to stare at the painting to see something different would be different too, so that it was impossible that we were getting up and down at the same time, that is, from the same perspective. That would happen with anything we picked in this world. We recently found something that does not entirely belong to this world, however, something that could finally satisfy the requirements of Priest, and therefore prove to us that there is a place for Ontological Paraconsistency. We observe that the paraconsistent robot, Emmy (Abe et al., 2006), is an application of the Non-ontological Paraconsistency, which we always believed to be passive of existence, but we here talk about another type of paraconsistency, which would be intrinsic to the being. The purpose of this paper is then providing a definite answer to the questions: Is there any real life instance of Ontological Paraconsistency? Is Ontological Paraconsistency a useful concept in terms of logical theories? (shrink)
Tim Räz has presented what he takes to be a new objection to Stewart Shapiro's ante rem structuralism. Räz claims that ARS conflicts with mathematical practice. I will explain why this is similar to an old problem, posed originally by John Burgess in 1999 and Jukka Keränen in 2001, and show that Shapiro can use the solution to the original problem in Räz's case. Additionally, I will suggest that Räz's proposed treatment of the situation does not provide an argument for (...) the in re over the ante rem approach. (shrink)
ABSTRACTIn verbal communication, affective information is commonly conveyed to others through spatial terms. This study used a target location discrimination task with neutral, positive and negative stimuli to test the automaticity of the emotion-space association, both in the vertical and horizontal spatial axes. The effects of stimulus type on emotion-space representations were also probed. A congruency effect was observed in the vertical axis: detection of upper targets preceded by positive stimuli was faster. This effect occurred for all stimulus types, indicating (...) that the emotion-space association is not dependent on sensory modality and on the verbal content of affective stimuli. (shrink)
Some authors have claimed that ante rem structuralism has problems with structures that have indiscernible places. In response, I argue that there is no requirement that mathematical objects be individuated in a non-trivial way. Metaphysical principles and intuitions to the contrary do not stand up to ordinary mathematical practice, which presupposes an identity relation that, in a sense, cannot be defined. In complex analysis, the two square roots of –1 are indiscernible: anything true of one of them is true of (...) the other. I suggest that i functions like a parameter in natural deduction systems. I gave an early version of this paper at a workshop on structuralism in mathematics and science, held in the Autumn of 2006, at Bristol University. Thanks to the organizers, particularly Hannes Leitgeb, James Ladyman, and Øystein Linnebo, to my commentator Richard Pettigrew, and to the audience there. The paper also benefited considerably from a preliminary session at the Arché Research Centre at the University of St Andrews. I am indebted to my colleagues Craige Roberts, for help with the linguistics literature, and Ben Caplan and Gabriel Uzquiano, for help with the metaphysics. Thanks also to Hannes Leitgeb and Jeffrey Ketland for reading an earlier version of the manuscript and making helpful suggestions. I also benefited from conversations with Richard Heck, John Mayberry, Kevin Scharp, and Jason Stanley. CiteULike Connotea Del.icio.us What's this? (shrink)
O presente texto é uma exposição do Direito Abstrato da Filosofia do Direito de Hegel. O seu objetivo é ressaltar o sentido do ter, conteúdo do Direito Abstrato, como pressuposto para a moralidade, isto é, para o ser livre. A argumentação consiste em lembrar que a liberdade não se restringe a discursos e interesses individuais, mas em criar as condições necessárias para que uma vida seja livre. Assim, o processo dialético dos momentos da concretização da liberdade será de fato um (...) modo de relação social onde o fundamento do direito será a personalidade em geral, na sua relação com as coisas, esfera da legalidade. Tal esfera será também, na sua concretude, um pressuposto para a moralidade. Um miserável não pode ser livre, pois, segundo Hegel, o direito de ter é um direito universal e não somente de alguns particulares. Desse modo, o Direito para Hegel é a ideia da efetivação da liberdade que compreende o direito de ter, o direito de ser livre e o direito de ter e ser livre, que constitui o direito de cidadania. Entretanto, o que justifica esta análise na atualidade é exatamente o não cumprimento deste direito de ter, numa sociedade moralmente antagônica, cujo tecido continua criando a riqueza e a miséria. Neste artigo comentamos somente o direito de ter nas suas explicitações: a personalidade, a possessão, a propriedade, o contrato, a injustiça e a violência. (shrink)
São descritas Oficinas Terapêuticas conduzidas por psicólogos em um Centro de Atenção Psicossocial – álcool e drogas, direcionadas a adultos de ambos os sexos, usuários de álcool e/ou outras drogas. Seus objetivos principais eram proporcionar espaços de expressão, construção e transformação subjeti..
The Triple Helix is a global model originating in developed economies but less developed countries have also made attempts to implement it into their national contexts. Meanwhile, the national context can be characterised by means-ends decoupling at the state level which implies that policies and practices of the state are disconnected from its core goal of creating public welfare. It refers to the oligarchic economies in which the state is captured by exploitative, rent-seeking oligarchies in business and politics. Ukraine is (...) an example of such a country. Thus, the research question is: how did means-ends decoupling at the state level affect the implementation of the Triple Helix model in Ukraine? To answer this question, we employed both rational choice institutionalism and sociological institutionalism. The data emanate from interviews with the senior managers of four universities and science parks established within them. The findings reveal that means-ends decoupling at the state level, caused by the rent-seeking behaviour of business and political oligarchies, led to the implementation of the Triple Helix model in Ukraine also reflecting a case of means-ends decoupling. The greater the institutional complexity experienced by the science park and the more the senior managers of the university and the science park maintain a logic of confidence in practices that deviate from the Triple Helix model, the greater rent-seeking and means-ends decoupling at the organisational level. Both rent-seeking and means-ends decoupling were found to not only hinder economic growth but also result in a diversion of human intellectual capital. (shrink)
Ante rem structuralism is the doctnne that mathematics descubes a realm of abstract (structural) universab. According to its proponents, appeal to the exutence of these universab provides a source distinctive insight into the epistemology of mathematics, in particular insight into the so-called 'access problem' of explaining how mathematicians can reliably access truths about an abstract realm to which they cannot travel andfiom which they recave no signab. Stewart Shapiro offers the most developed version of this view to date. Through an (...) examination of Shapiro's proposed structuralist epistemology for mathematics I argue that ante rem structuralism faib to provide the ingredients for a satisfactory resolution of the access problem for infinite structures (whether small or large). (shrink)
ABSTRACT:We explore the impact on employee attitudes of their perceptions of how others outside the organization are treated above and beyond the impact of how employees are directly treated by the organization. Results of a study of 827 employees in eighteen organizations show that employee perceptions of corporate social responsibility are positively related to organizational commitment with the relationship being partially mediated by work meaningfulness and perceived organizational support and job satisfaction with work meaningfulness partially mediating the relationship but not (...) POS. Moreover, in order to address limited micro-level research in CSR, we develop a measure of employee perceptions of CSR through four pilot studies. Employing a bifactor model, we find that social responsibility has an additional effect on employee attitudes beyond environmental responsibility, which we posit is due to the relational component of social responsibility. (shrink)