O Comentário ao Liber De Causis pertence à última fase das obras de Santo Tomás. Foi escrito, com toda segurança, no primeiro semestre de 1272, em Paris, como testemunha uma cópia parisiense da obra. O De Causis trata das primeiras causas das coisas, que estão constituídas em três ordens, e da distinção e dependência das causas entre si. O texto de Santo Tomás segue passo a passo as proposições em que a obra se divide, que são trinta e duas. Estas (...) trinta de duas proposições são verdadeiros capítulos desenvolvidos a partir de uma tese central. Santo Tomás expõem-nas a modo de lições. (shrink)
The semiotic character of all thought requires this phenomenon to be intrinsically dialogic, because a mediation interferes in the own thought production. All thought is equally social because sign is the product of tradition and determines a program of conduct to the future, which has by ultimate subject the totality of minds in the end of history.O caráter semiótico de todo pensamento exige que tal fenômeno seja intrinsecamente dialógico, pois uma mediação interfere na própria produção do pensamento. Todo pensamento é (...) igualmente social, pois o signo é produto da tradição e determina um programa de conduta para o futuro que tem por sujeito último a totalidade das mentes no fim da história. (shrink)
Descartes estabeleceu conceitos através dos quais explicaria sua tese geral para o movimento dos corpos. Em total desacordo, Newton realizou um ostensivo ataque a teoria cartesiana concluindo que o movimento assumido pelo filosofo francês não deveria ser considerado como um movimento real. O diálogo desenvolvido ao longo da discussão, fundamentada na teoria newtoniana referente à natureza física do mundo, demonstra de forma sutil e refinada as observações precisas feitas por Newton acerca das contradições a que levavam o desenvolvimento dos conceitos (...) propostos por Descartes. Imbuída de espírito físico-filosófico, este artigo tem por objetivo elucidar as “ficções” cartesianas, bem como demonstrar a forma pela qual Newton buscou refutá-las: contrapondo a referida teoria de movimento com a sua. (shrink)
Diante da realidade islâmica contemporânea e buscando estar atento às diversas vozes presentes no “outro”, este artigo tem em vista apresentar de forma sucinta o que é o Sufismo, pensando-o como uma possibilidade – entre muitas – de concretização das crenças islâmicas. Para tal, iniciar-se-á procurando compreender como a notícia acerca de sua existência chega ao Ocidente, ou seja, como os ocidentais o “descobrem”. A seguir, centrar-se-á na busca de compreender o Sufismo a partir de sua relação com o islamismo (...) por meio de suas fontes primordiais: o Corão e o Profeta Muhammad. Por fim, este artigo apresentará brevemente alguns elementos que compõem e caracterizam o repertório de crenças e práticas de várias escolas Sufis tais como a busca da Unicidade Divina, a prática meditativa da recitação dos Nomes Divinos e a submissão à orientação de um “šayh”. Palavras-chave: Sufismo; Mística islâmica; Orientalismo ABSTRACT In the face of the contemporary Islamic reality and seeking to be attentive to the diversity of voices that we can find in the “other”, this article aims to show briefly what Sufism is, thinking it as a possibility – amongst many – of the realization of the Islamic faith. To articulate this, the article will begin looking at understanding of how the news about its existence arrives in the West, that is, how westerners “discover” it. Then, the article will focus on the search to understand Sufism from its relationship with Islam through its primordial origins: the Koran and the Prophet Muhammad. Finally, this article will look briefly at some elements that make up and characterize the repertory of beliefs and practices of several Sufi schools, such as the search for the Divine Unicity, the meditative practice of the recitation of the Divine Names and the submission to a Šayh orientation. Key words: Sufism; Mystical Islamism; Orientalism. (shrink)
O pragmatismo, como método formal, nos fornece uma importante arena para discussões a respeito do modo pelo qual conceitos podem ser construídos, independentemente de qualquer posição antropocêntrica ou linguística. O presente trabalho tem por finalidade efetuar uma discussão sobre a máxima pragmática e a tese sobre a indeterminação do significado ( meaning ) que ela traz consigo. Ou seja, busca-se entender o trânsito que há entre o indefinido e o definido, entre o indeterminado e o determinado, bem como algumas fronteiras (...) intermediárias encontradas nos processos de determinação relativa do conceito. (shrink)
A Escolástica medieval elevou a teologia ao grau de ciência. Tendência que começou a se manifestar no final do século XI e início do século seguinte, e que atinge seu apogeu no século XIII. Tomás de Aquino torna-se a maior expressão deste novo estatuto da teologia, embora não o único. A primeira questão de sua Suma Teológica trata justamente dos princípios que permitem considerar a teologia como ciência e formam um conjunto de dez artigos que são o objeto de estudo (...) desta investigação. A apresentação destes artigos, por si só, revela a concepção de Tomás sobre a teologia na segunda metade do século XIII, contudo uma reflexão sobre suas fontes, seu método e suas conquistas são igualmente objeto deste estudo. (shrink)
A aprendizagem dos alunos presentes nas escolas brasileiras tem se mostrado insuficiente face aos resultados das avaliações nacionais e internacionais, para os diferentes níveis de instrução. Assim, neste trabalhou buscou-se encontrar e compreender as razões para o atual cenário e buscar respostas que possam ajudar a conseguir soluções para o problema. São mostrados como os fatores econômicos e sociais, ligados ao aluno, às questões de infraestrutura na sociedade brasileira e às metodologias de ensino, por parte dos professores, atuam de forma (...) negativa no desempenho escolar. Como tal, apresentamos reflexões sobre a necessidade de mudança nas práticas educativas no ensino das ciências e da Física em particular, bem como no processo de formação dos profissionais de educação, permitindo a eles compreender o cenário educativo onde está inserido. (shrink)
“Autor reescreve a história abordando temas polêmicos, como a origem de Deus no imaginário dos homens, a fábula de Cristo e a tradição judaica do santo Graal, sendo fonte de pesquisa para seus leitores.” Às vezes parece que é preciso ser um PhD para abrir um livro de filosofia e você pensa, é melhor deixar as questões filosóficas para os filósofos da mesma forma que a ciência para os cientistas. Frederico Rochaferreira entende que isso é trágico, para as nossas (...) vidas e claro, para a filosofia. Em A Razão Filosófica ele tira dos filósofos o pensamento filosófico e o coloca no centro de nossa humanidade, como uma recompensa ao nosso mais profundo esforço para o entendimento. Investigando as obras de alguns dos mais importantes pensadores de todos os tempos, ele nos guia através dos dilemas mais inquietantes da história e mostra o quão importante é examinar a natureza dos acontecimentos, mesmo aqueles solidamente estabelecidos pela tradição e que ora pairam como verdadeiros, ora duvidosos no imaginário dos homens. Desafiar o leitor a pensar e repensar conceitos tidos como verdadeiros, duvidosos ou nebulosos; é a proposta do autor, que vai além dos limites da razão prática, amparado em sólidas referências, para dizer, por exemplo; que Deus foi uma criação dos homens para domesticar os próprios homens. Escrito em linguagem acessível, o livro prende o leitor pela magia do diálogo, onde Alina, uma estudante de filosofia e o filósofo Lancio, constroem com perguntas e respostas, uma catedral de conhecimentos. (shrink)
A bela manhã de sol era um convite a visitar meus pensamentos mais distantes, assim, absorto em minhas reflexões caminhava a passos lentos, sem perceber a presença de Alina, que observava sorrindo aquele meu ritual. Alina: Esse caminhar kantiano me diz que buscavas algo, ou melhor; alguma resposta. Estou certa? Lancio: Alina, que bom vê-la! É verdade. Caminhar estimula a circulação e os neurônios, consequentemente, é ótimo para raciocinar e ir em busca de respostas para delas obter perguntas, contudo é (...) sempre mais provável ao fim, encontrarmos um grande “nada”, um vazio, mas o que nos conforta é saber que o “nada” nunca é verdadeiro. Alina: Lancio, não seria o contrário, as perguntas gerando respostas? Lancio: O senso comum pensa assim, é o que a maioria das pessoas acredita, mas quando buscamos os primeiros princípios, muito do que procuramos não é conhecido, portanto inacessível a perguntas, o que resta é a esperança de cegos, tropeçarmos neste “nada” que sabemos irreal, para então sermos capazes de formular perguntas até então impossível de ser formulada. Alina: Poderia então dizer que o fim último do passeio filosófico é buscar respostas a perguntas inexistentes? Lancio: Há outros propósitos filosóficos, mas este é o propósito maior dos filósofos, porque, se uma incompreensibilidade é conhecida, significa que é fato a partir do qual todos os esforços devem ser engendrados à sua resolução. Todavia pode acontecer que o fato que dá origem à incompreensibilidade não seja verdadeiro, mas criado pela expectativa e assim sendo, o próprio homem é criador da incompreensão que busca compreender. Ao que é físico, a percepção e a correção de um erro é questão de tempo e às vezes de pouco tempo, ao que é metafísico, não há esta mesma percepção, neste caso é necessário transcender, buscar o fato antes que ele o seja. -/- Alina: Mas se imaginarmos que todos nós estamos propensos à mesma dúvida existencial, esse caminhar filosófico não seria uma exclusividade, mas comum a todos em algum momento, não é certo? Lancio: Sua reflexão nos leva de volta à pergunta: o que é a filosofia? E torno a dizer: Se disséssemos que é a arte de pensar, todos seriam filósofos. Se disséssemos que é a arte de imaginar, ainda assim cada um de nós poderia se dizer filósofo. No entanto, tanto o pensar como o imaginar pertence ao alicerce filosófico e se também pertence a todos como exercício da mente, porque nem todos podem ser filósofos? Uma manifestação verdadeira do pensamento pela busca de uma determinada verdade, não significa que se está fazendo filosofia, é necessário que se leve para mais além, esse pensar. Todos de alguma forma ao caminharem, caminham em direção a algo, seguem em direção aos seus objetivos profissionais, emocionais, seguem em direção às suas casas, sabendo que lá é o fim último de sua caminhada, onde os aguarda o pai, a mãe, o filho, a esposa, o gato, um banho quente ou as preocupações domésticas. Caminham em direção ao trabalho, à padaria, ao mercado, à farmácia, ao parque, ao shopping, ao teatro. O homem sempre segue um caminho que leva a um fim. Quando envelhecem, caminham menos, às vezes caminham do quarto à sala ou à cozinha ou à varanda. Quando debilitado, inerte numa cama, seus olhos e ouvidos caminham até a televisão ou a uma tela de computador ou apenas caminham por entre esparsas recordações. Há sempre um objetivo que se espera conhecido no final de cada caminhada para o homem, inclusive a morte. O filósofo, entretanto, não caminha somente para casa ou para o trabalho, mercado, farmácia ou para o parque, shopping ou teatro. Não caminha somente para a sala, cozinha ou varanda, seus olhos e ouvidos não caminham somente para a televisão, para uma tela de computador ou para uma paisagem ou uma recordação antiga e cara ou para as vozes que o cerca. Para todos os homens, cada caminho percorrido tem o seu fim e aos homens isto basta. Mas o que é fim para o homem comum, não é fim para o filósofo em seu ir e vir, em seu olhar, em seu ouvir, ele vai sempre além do fim comum a todos. Alina: Pelo que acabas de dizer não posso duvidar que imaginei indevidamente que todos tinham a mesma percepção. Contudo se a maior parte dos homens estão convictos, conformados ou inconformados com os fins cotidianos e com o fim último de suas vidas, há que ter uma razão que os move a pensar e agir como tal, por que essa mesma razão não age sobre os filósofos? Lancio: Sim, Alina, e a razão de que falas é a fé em um ser supremo, criador de tudo e de todos, que está no imaginário de homens e mulheres independente de raça, por isso, a crença age sobre os seres e os impulsiona a tal conduta, desde os centros mais desenvolvidos, às mais primitivas tribos espalhadas ao redor do mundo. O símbolo da divindade fixado na natureza humana é a razão que move o homem ao conformismo. Alina: Sabe Lancio, desde muito cedo tive minhas dúvidas a respeito das religiões, mas às vezes penso que a despeito de muitas delas agirem como comércio da fé, elas são um mal necessário que têm o papel anestésico e consolador para as desgraças e as dúvidas existenciais de milhares de homens e mulheres, mas o que sempre me fascinou é a presença de Deus, como você disse, no imaginário da raça humana. Milênios após milênios, geração após geração, Ele permanece, oculto, invisível, permitindo virtudes e atrocidades, sempre inatingível e pouco questionável. Por quê? Lancio: Bem, Alina, das dúvidas e questionamentos que cerca o ser humano no curso de sua existência está a orfandade, é este vazio que possibilitou com pouco esforço, a adoção de um criador, de uma divindade que pudesse ser a explicação de tudo aquilo que o homem não podia compreender, inclusive a ele próprio, e ser o Pai de tudo e de todos. Quando você fala em mal necessário, sei que pensa nos dias de hoje, mas a instituição de Leis Divinas em tempos remotos teve o mesmo sentido que acabas de expressar e foi certamente um meio eficaz de conter o barbarismo e domesticar os homens. Todavia o início desse processo é o temor do homem quando constata sua pequenez ante a grandiosidade dos fenômenos naturais e do próprio universo, por este motivo as primeiras adorações foram o sol, a lua [97] e as estrelas. Com a inevitável evolução estes objetos de devoção foram substituídos pela imposição das Leis [98], mas ainda hoje, nas comunidades mais primitivas é possível ver o mesmo culto ao sol e à lua, como há milhares de anos [99]. -/- Todavia, após a adoção de um ser supremo ouve sempre questionamentos desde os tempos mais remotos por diferentes classes de pensadores, mas a necessidade de regras e rédeas para a manutenção da ordem nas comunidades, tribos e reinos, sempre falou mais forte e a divindade nunca deixou de acompanhar as Leis, legitimando os atos dos legisladores que se passavam eles próprios, por instrumentos da Divindade. Desse modo Licurgo com suas Leis representava a vontade de Apolo, Moisés os desejos de Jeová e Minos cumpria os mandamentos de Zeus [100]. Este modelo de Leis Divinas dos antigos gregos e hebreus são heranças de tradições egípcias, levadas por suas expedições com o intuito de obter obediência dos povos onde fixava colônias [101], mas também pela estreita convivência de algumas tribos com a cultura do Nilo [102], todavia eles mesmos, os egípcios, tinham na classe sacerdotal, uma escola de conhecimento e não de superstição. Seus ensinamentos não constavam de nenhum princípio que não fosse racional, nenhum elemento fabuloso, seus costumes tinham por fundamento; princípios morais, razão de utilidade e lembranças históricas [103], que transmitiam pelo método simbólico e ritualístico, o primeiro dando a compreensão dos fenômenos da natureza e o segundo repetindo atitudes e comportamentos viciosos ou valorosos de seus antepassados ou de fatos acontecidos. A incompreensão do que era ensinado nas exclusivas Escolas de Mistérios por parte dos menos afortunados, que não tinham acesso a estes centros de estudos, deu lugar a superstições e mitos, fenômeno fabuloso que viria a ser utilizado por Legisladores em suas Leis, como rédea à civilidade, uns no entanto abusando da credulidade, faz plenamente Divina a Lei que redige, criando então o embrião das antigas religiões. (shrink)
Apesar de ter florescido no século XII, a tradição do Graal, remonta ao século VI, com a história da “Destruição e Conquista da Bretanha”, escrita pelo clérigo Gildas, que não parece querer retratar mais do que fatos da época envolvendo líderes locais com status de Rei, lutas pelo poder, batalhas e assassinatos em família, todavia, se alguma tradição subterrânea (prática comum entre os judeus) havia, envolvendo esses personagens, sobre isso, Gildas, nada falou. -/- A memória desses homens guerreiros volta à (...) tona em meados do ano 828, em “A História dos Britânicos”, de Nennius, e mais tarde na “História dos Reis da Grã-Bretanha”, de Geoffrey of Monmouth, entre os anos de 1138 -1139. A tradição ressurge entre os anos de 1181 e 1190, com Chrétien de Troyes, que escreve “Perceval, a História do Graal”, que fica inacabada com sua morte. Poucos anos depois, entre 1191 e 1202, Robert de Boron escreve a “História do Graal ou José de Arimatéia”, onde introduz elementos cristãos, como o cálice da Última Ceia que recolheu o sangue do Cristo. No mito, José é preso, Cristo o visita e explica os mistérios do cálice. Após deixar a prisão, José viaja com seus sogros e outros seguidores para oeste, fundando uma dinastia de guardiões do Graal, de quem o rei Artur é descendente. Quase em seguida, surge “Parzival”, de Wolfram Schenbach, escrito entre os anos de 1195 – 1215, que, sem dúvida, é a obra mais robusta em simbolismos e que maior interesse desperta; o autor, por exemplo, não se refere ao Graal como “cálice sagrado”, mas o designa como “pedra”, expurgando, por assim dizer, o simbolismo cristão posto no romance por Robert de Boron e introduzindo o simbolismo judaico. -/- Agora, a questão da literatura arturiana parece estar ligada a algum tipo de tradição marginal que remonta aos primórdios do cristianismo, similarmente à queda da Judeia, já que absorve ambos os elementos. Chrétien de Troyes, que iniciou este novo ciclo da tradição, deixa a entender que escreveu sua história a pedido de Philip I, Conde de Flandres, da Casa de Alsace, isso por que o prólogo da obra (316) é dedicada a seu patrono com altos elogios, apresentando-o como o mais bravo dos homens do Império de Roma, dedicatória similar feita a uma obra anterior, encomendada por Maria de Champagne. Outro dado que chama a atenção, é a possibilidade de Chrétien ter sido um judeu convertido, hipótese fundamentada no fato de a cidade de Troyes ter sido um grande centro de comércio e ensino judaicos, mas também pela assinatura em um de seus poemas, “Philomena”, onde se refere como “Crestien li Gois” e o termo “Goy” implicaria um judeu convertido (317). -/- Logo a seguir à obra de Chrétien, Robert de Boron retoma a tradição acrescentando motivos cristãos e, tal como seu antecessor, a serviço de um nobre, Gautier de Montbéliard (318), da Casa de Montfaucon. Apesar de a obra de Robert ter se popularizado pelos elementos novos que introduziu, não é aquela que mais desperta interesse entre os estudiosos, no entanto, a adição de símbolos cristãos em uma tradição a princípio não cristã, pode referir-se a desvio de foco, mais que a qualquer outro objetivo, ideia que é reforçada quando entendemos que os autores escrevem a pedido de determinadas famílias nobres. Quase ao mesmo tempo, surge a obra capital do romance do Graal, escrita pelo alemão Wolfram Schenbach, que, não fugindo à regra, liga sua história à Casa de Anjou, na época, a família mais poderosa na Europa Ocidental e na Terra Santa, onde seus membros se revezavam como reis de Jerusalém. Um dado curioso é que Philip I, Conde de Flandres da Casa de Alsace, patrono da Chrétien de troyes era primo em primeiro grau do Rei Balduíno, de Jerusalém, da Casa de Anjou. -/- Wolfram Schenbach cita Kyot de Provence, identificado como Guiot de Provins, como sendo sua fonte (319). Historicamente, Guiot foi um autor renomado e popular em sua época, monge e porta voz dos Templários, que escreveu, desde canções de amor, a críticas à Igreja e também canções de adoração ao Templo, o que parece indicar uma origem judaica. Segundo Wolfram, kyot encontrou na cidade de Toledo (320) um antigo manuscrito escrito por Flegetanis, um judeu forçado ao batismo cristão, contendo a história “daquilo que era chamado Graal”, esse é um ponto importante quando entendemos que estamos lidando com uma tradição judaica e não cristã. Depois de ler o manuscrito, Kyot passa a investigar alguns dados nele contido, em vários centros da Europa, buscando principalmente as obras de escrita latina, encontrando finalmente, na França, nos anais da Casa de Anjou (321) ; a história de Mazadan e o registro de sua família (322). -/- O que essa informação quer nos dizer, nas entrelinhas, é que os registros familiares de Mazadan, foram reconhecidos como sendo os mesmos dos manuscritos de Flegetanis, no entanto, alguns estudiosos de “Parzival” dão como não confiável a referência ao personagem Kyot de Provence, não o identificando a Guiot de Provins (323), talvez porque Wolfram não faz qualquer referência ao poeta até o livro oito, para, abruptamente, citá-lo no livro nove, onde explica toda a história. Quero dizer que a referência feita no livro nove e não antes, como seria habitual, denota um antigo simbolismo judaico de utilizar o algarismo “nove” como expressão da verdade (324), veja, por exemplo, a fundação da Ordem do Templo por simbólicos “nove” cavaleiros, não mais, não menos. Das obras, portanto, sobre o romance do Graal, aquela que merece estudo e investigação é Parzival, se quisermos um motivo dentre tantos, a “coisa” que os outros autores chamam Graal, Wolfram não denomina “cálice”, mas “pedra”. -/- William: Lancio; pensei ter entendido quando você falou sobre o simbolismo do cálice associado ao romance do Graal. Mas agora estou confuso, quando diz que o cálice foi um motivo cristão adaptado a essa tradição e a que merece estudo e investigação é aquela em que o Graal não é simbolizado pelo cálice e sim por uma pedra. -/- Lancio: William, quando falamos ou escrevemos sobre simbolismo, o discurso ganha muitas e diferentes interpretações e todas estarão sempre em conformidade com a capacidade daqueles ou daquelas que nos ouvem ou nos leem, mas, todos aqueles que forem além da leitura ou do simples ouvir, questionarão e esses saberão mais. Quando me referi ao cálice como símbolo, associando-o à tradição do Graal, o fiz como ilustração simbólica a uma ritualística, nesse caso; o cálice é aquele que toma variadas formas, que é maleável a diversas leituras e interpretações, que é histórico e é judeu, não é fábula e por isso é também pedra. -/- William: desculpe, Lancio, eu continuo sem entender. A que cálice que também é pedra você se refere? -/- Lancio: o mesmo símbolo que sempre representou a tradição do Graal, não em Robert de Boron, mas em Wolfram Schenbach. Novamente, William, o cálice, antes de ser um símbolo cristão pela fábula de José de Arimatéia, é um símbolo judaico e quando discorri sobre esse simbolismo, era o cálice judaico ou o que se designou chamar de cálice, que Wolfram chamou de “pedra”, o símbolo em questão. -/- William: por maior esforço de memória, eu não consigo compreender a substituição de cálice por pedra dentro do mesmo simbolismo. Quando você deu o exemplo do coração como cálice, sim, é passível de entendimento, mas substituir o coração por pedra e manter o mesmo significado simbólico? -/- Lancio: a dúvida corajosa é a boa dúvida e isso em qualquer disciplina, por ser ela capaz de provocar perguntas capitais. Em poucas palavras, com o que já ouviu; você será capaz de entender o simbolismo do cálice. Primeiro devemos buscar, nas tradições judaicas, um ato ritualístico em que o cálice participe e não é difícil encontrá-lo, pois há no seio do judaísmo uma tradição em que o cálice ou vaso de ouro, como também é chamado, participa, refere-se ao sacrifício das frutas frescas, (omer), contudo, esse simbolismo em que está inscrito o cálice, nada diz à nossa investigação, é uma tradição judaica e nela se encerra, mas não podemos dizer o mesmo da sua representação nas moedas cunhadas pelos seguidores de Judas, o Galileu, quando estes tomaram Jerusalém e o Templo em 66 DC, dando início à primeira revolta contra Roma, proporcionando ao reino judeu, um breve período independência (326). Assim, torna-se ele, o cálice, símbolo daquela revolta e mais do que isso, torna-se o cálice um símbolo em si mesmo, capaz de servir à lembrança e à memória. Quando fiz referência ao simbolismo do cálice, era a esse simbolismo que me reportava e quanto à sua metamorfose em pedra, falarei agora. -/- Wolfram chama aquilo que representa o Graal, não de “cálice”, mas de “lapsit exiliis”, cuja tradução, apesar dos esforços de pesquisa e imaginação, definitivamente não está resolvida. -/- O nome “lapsit exillis” reúne assim como o nome “Lazalies”, “Mazadan” ou “Terdelaschoye”, um sentido propositadamente ambíguo, por isso há sempre dificuldade quanto a seu estudo (337), se é possível encontrar um tímido consenso sobre o significado da palavra lapsit, como sendo “pedra”, no que se refere à palavra composta, entretanto, não há consenso algum quanto ao significado, sendo muitas e corajosas, as interpretações que se tem buscado dar, inclusive com o sentido de “pedra do exílio” ou “pedra exilada”(338), que embora esteja no cesto das interpretações fantasiosas, devo dizer que não deveria, porque “pedra” é uma palavra largamente utilizada nos escritos judaicos com sentido além do literal, significando família, isso é possível devido a composição das palavras na língua hebraica, constituídas em sua maioria por duas ou mais palavras menores, assim pedra, “even”, soletrado, alef, beit, nun, é um acrônimo para av - ben, que significa “pai e filho”, representando a palavra pedra, esse conceito. -/- Esse simbolismo permeia toda a literatura judaica cristã (339). Quando, por exemplo, se diz em determinado versículo que Jacob pegou “pedras” e colocou sob sua cabeça como travesseiro e em outro versículo que Jacob ao acordar tirou a “pedra”, no singular, que tinha posto anteriormente sob sua cabeça; isso revela uma aparente discrepância, no entanto, isso significa, à luz dos intérpretes da Lei, que as “pedras”,no plural, significam os 12 filhos de Jacob, as 12 tribos de Israel que se fundiram em um só povo, uma só nação, uma só “pedra.”(340) Portanto, chamar o Graal por “lapsit exiliis” ou “pedra exilada” ou “pedra do exílio” ou ainda “pedra no exílio”, pelo simbolismo hebreu, significa o mesmo que dizer; família exilada, família do exílio ou família no exílio, termo aplicável ao povo judeu em geral e às famílias judias em particular, mas por ser o romance do Graal uma tradição relacionada a uma família específica, é a essa família que devemos buscar. (shrink)
Devemos olhar o mito como um grande quebra cabeça da história, cujas peças esparsas precisam ser unidas corretamente e, mesmo assim, não é certo que as peças unidas possam vir a formar um quadro de acontecimentos reais. É provável que a causa primeira da distorção de fatos e acontecimentos em mitos ou fábulas, estivesse na incompreensão da língua, assim como aconteceu, em grande medida, com a criação do romance cristão, contudo, superada essa incompreensão, julgou-se bom e necessário à ordem dos (...) acontecimentos, manter o mito fabuloso, da história. -/- Alina: ah! Sobre o Novo Testamento, tenho forte inclinação em crer naqueles que dizem que sua redação final tem muito pouco dos escritos primitivos, mas não acredito que isso se deva à incompreensão da língua, Lancio, como dizes, pode ter ocorrido com os mitos. -/- Lancio: eu entendo o que queres dizer. Você fala do Cristianismo de Constantino, quando o imperador romano deu status de religião de Estado à seita dos galileus e, nesse tempo e momento, toda redação do texto religioso não passa pela incompreensão do semítico e sim pelo interesse do Estado e da Igreja. Mas quando o movimento messiânico judaico, nos seus primeiros anos, passa a aceitar não judeus em suas sinagogas, sua literatura, até então restrita a um pequeno grupo de zelosos, passa a ser redigida indiscriminadamente, formando um sem números de evangelhos permeados de simbolismos que não poderiam ser compreendidos plenamente pelos não judeus e como era bom aos olhos e às intenções daqueles que estavam por trás desse movimento, muitas das incompreensões passaram a ser propositais (143). -/- Para uma visão do simbolismo nos textos religiosos, o Zohar é uma fonte brilhante. Um exemplo; com a palavra deserto: Em Samuel I, IV, 8, está escrito: "Estes são os Deuses que golpearam os egípcios com toda a sorte de pragas no deserto". DESERTO na expressão dos sábios judeus significa linguagem, fazer por meio das palavras, como em: “Quem é este que sobe do deserto?” (Cântico dos Cânticos, III, 6) , análogo à expressão “E tua linguagem é graciosa” (Cântico dos Cânticos, IV, 3), ou “A palavra se levantou da montanha” (Salmos LXXV,7). Similarmente “Voz que clama no deserto” (Isaias 40, 3). No Novo Testamento “A voz que clama no deserto” ( Marcos I,3, Lucas III,4, Mateus III,3), Portanto, como nunca existiu praga no Egito, a não ser pelos escritos de um povo que em determinada época, oprimido, os amaldiçoou, a História nunca evidenciou qualquer vestígio dessas pragas, apesar dos esforços. Percebemos que uma forma alegórica na redação de um texto pode custar muitos estudos e investigações mal sucedidas. -/- Também a redação do Novo Testamento se utiliza dessas alegorias, e com as figuras mais proeminentes do seu Corpo de Doutrina. (Sefer Ja Zohar, prologue,125 – 129). -/- A referência comparativa da incompreensão da língua extensiva ao romance cristão, diz respeito aos primeiros anos do messianismo judaico, quando a quarta filosofia (144) transpõe os portões de Jerusalém e ganha a mente e os corações dos gentios. -/- Alina: tens razão, a primeira lembrança que me veio foi o Concílio de Niceia, por isso minha descrença quando falou em incompreensão da língua. Mas o que estou percebendo é que a história cristã não foi gerada somente pelo simbolismo piedoso daquela gente, mas também pela utilização da incompreensibilidade do símbolo como fundamento da crença, ou estou pensando de forma errada? -/- Lancio: pensas corretamente, Alina. Houve a princípio a incompreensão do real significado das palavras, já que os nomes hebraicos, em sua maioria, eram sentenças abreviadas (145) e outras palavras que além de serem sentenças, eram tidas como códigos, próprias da astúcia dos escribas, o que hoje é facilmente identificável na literatura periférica judaica, como o Zohar, ou o “Livro do Esplendor”. -/- Alina: perdoe, Lancio, mas quando falas em quarta filosofia transpondo os portões de Jerusalém...? -/- Lancio: nos últimos séculos, Alina, os hebreus se dividiam em três partidos ou seitas ou, como denominou o historiador Flavio Josefo, em filosofias, que eram os Saduceus, os Fariseus e os Essênios. A quarta seita, partido ou filosofia, surge na Judeia por volta do ano 6 DC, fundada por Judas, O Galileu, um sofista cuja família ficaria em evidência por várias décadas e suas ações culminaram com dois registros históricos: o desaparecimento do reino judeu e o nascimento do Cristianismo. É uma longa e bela história, Alina. -/- . (shrink)
Ética. O que é isso? -/- Ética é o que dizemos ser o valor maior da conduta humana e esse valor, que aprendemos através do ensino e da educação é a parte frágil que se soma ao valor fixado em nossa natureza pela herança genética, por isso, não podemos dizer que somente através do saber adquirido o homem forma o seu corpo de caráter para o bem ou para o mal, para as ações virtuosas ou para as ações viciosas, o (...) valor que de fato baliza a conduta humana é aquele fixado em cada natureza por sua ancestralidade. -/- Mas se perguntássemos às pessoas o que entendem por ética, com certeza ouviríamos que é fazer a coisa certa. Mas o que é a coisa certa? É seguir o sentimento? É seguir o que cada um de nós entende ser correto? E se o que entendo ser correto não for o seu entendimento? Ser ético é seguir os preceitos da crença que se professa? Ser ético é seguir as leis? -/- Muitos que professam determinadas crenças pensam e agem diferentes daqueles que professam crenças diferentes, então muitas e diferentes ações que uns julgam lícitas, outros segundo suas crenças não as entendem assim. Definir ética não é tão simples, mas todos concordam que ética é fazer a coisa certa. -/- Mas o que é a coisa certa? Muitos diriam que é seguir o sentimento daquilo que julga ser correto, ocorre que muitas vezes quando seguimos nosso sentimento fazemos a coisa errada, o que é comum quando envolve família ou amigos. Ser ético é seguir as leis? Bem, as leis tendem a seguir padrões éticos, mas não podemos estar seguros de que as leis são éticas. Em um passado próximo tivemos a lei que regulamentava a escravidão, mais recentemente, o apartheid. No Brasil há um sem número de leis ambíguas criadas para servir ao Estado, não ao povo, por exemplo, a carga de impostos em produtos essenciais e a indústria das multas. É possível dizer que ser ético é seguir os padrões de uma sociedade, seguir o que ela aceita por força da tradição, de uma doutrina política ou religiosa? Digo que não. A sociedade em grande medida pode desviar-se do comportamento ético pela força e indução de seus governos. Vimos isso acontecer nos regimes chinês e soviético, no nazismo alemão, no fascismo italiano e em países cujo sistema moral está fundamentado na corruptocracia como ocorre nos países da América Latina e África, onde as ações corruptas têm papel fundamental na crescente crise da desigualdade social. Assim, devemos entender que a ética não é uma ciência exata, é um valor maleável que permeia as normas que recomendam o senso de lealdade, do sentimento piedoso e da honestidade para com o próximo. (shrink)
This is James Diggle's OCT , with a modified apparatus. The lacuna at 186 prompted two conjectures by Willink: υτθυ and the ingenious αλθυ . I wonder, however, whether an adverb is what we want: the anadiplosis of λακυ would not have come amiss to lend a touch of hysterical urgency to the cry of the rapist's victim; but that would not give us the rhythm we need . Something approaching the effect of the suggested anadiplosis might be obtained by (...) the supplement πoλλοσιυ. Although it lacks the palaeographical plausibility of αλθυ, it gives us an expression that is characteristically Euripidean in contexts pertaining to souls in torment: Ale. 185 πoλλυ δακρωυ, 938 πολλυ δ μχθωυ Su. 1119 ἂλγσι πoλλος, Tr. 28 πολλος δ κωκυτοσιυ, 38 δκρυα χουσα πολλ, etc. The adjective applied to sound is not unknown:Rh. 290–1 πολλι γᾰρ χι Θρικιοςωυ στρατς1στιχ. It can also be used to describe the frequency of sung laments accompanied by hysterical self-mutilation: S. El. 88–90 πολλς μυ θρυωυ ιδς, 1 πολλᾰς δ’ υτρις ισθxυ 1 στρυωυ πλαγᾰς αμασσομυωυ. (shrink)
RESUMO Neste artigo pretendemos refletir acerca da constituição do sujeito político a partir de dois conceitos específicos: rosto e cena de dissenso. Nosso argumento pretende evidenciar como, ao “aparecerem”, os indivíduos produzem uma cena polêmica de enunciação na qual se desencadeia um processo de subjetivação política e de criação de formas dissensuais de comunicação e performance que inventam modos de ser, ver e dizer, configurando outras interfaces entre experiência estética e política. Tal processo potencializa a invenção de novas visualidades e (...) interlocuções nas quais se inscreve o rosto, definido aqui como o vestígio de um lugar do outro que se transforma na promessa do meu próprio lugar, assumindo caráter político e comunicacional, num processo incessante de subjetivação política em que ética e estética se tangenciam. ABSTRACT The aim of this article is to ponder on the constitution of the political subject from two specific concepts: the face and the scene of dissensus, in order to show how the “appearance” of the individuals can produce a controversial scene of dissensus, trigger a process of political subjectivation and the creation of dissensual forms of expression and communication that invent new ways of being, seeing and saying, configuring new ways of collective enunciation and interconnections between aesthetic experience and politics. This is related to the invention of new visualities and interlocutions in which the face is inscribed. Face is defined here as the vestige of a place of the other that is transformed into the promise of my own place, assuming a political and communicational character, in an incessant process of political subjectivation where ethics and aesthetics are related. (shrink)
Esse artigo aborda a atuação de Abílio de Nequete como liderança no movimento comunista brasileiro entre os anos de 1917 e 1924. Nequete era um imigrante libanês que trabalhava como barbeiro na cidade de Porto Alegre, que se tornou uma figura importante no movimento operário durante a Greve Geral de 1917 e foi o fundador da União Maximalista no ano de 1918, um dos primeiros grupos operários do Brasil identificados com as ideias da Revolução Russa. Após o ano de 1920, (...) o militante se articulou com a Internacional Comunista a partir de contatos na Argentina e no Uruguai, sendo um dos responsáveis pela formação do Partido Comunista do Brasil em 1922. Sua permanência como Secretário Geral do PCB foi rápida, rompendo com o partido por conta de uma série de conflitos internos em 1924. O objetivo desse texto é analisar a trajetória de Nequete como liderança maximalista e comunista em um período formativo dessa corrente política, compreendendo especificidades e contradições de uma fase de definições do que era ser comunista no Brasil. (shrink)
No Discurso sobre as Ciências e as Artes, seu primeiro discurso, Rousseau defende a polêmica tese de que o progresso das ciências e das artes, contrariamente ao que pretendia o Iluminismo, estava contribuindo mais para a degeneração dos costumes e da sociedade do que para seu aperfeiçoamento. O Primeiro Discurso foi escrito em 1749, há quase 300 anos. Nesse período, a ciência e a nossa compreensão sobre ela mudaram profundamente. Mais importante, nesse período surgiu da ciência algo imprevisto para Rousseau (...) no Primeiro Discurso: a tecnologia moderna. A proposta deste trabalho é, pois, revisitar as críticas de Rousseau à ciência com um olhar contemporâneo, buscando avaliar o quanto daquelas críticas ainda faz sentido nos panoramas científico e social atuais. Para tanto, classificamos esquematicamente as críticas de Rousseau em dois grupos: as que acusam a inutilidade das ciências e as que acusam como nociva a sofisticação que as ciências produzem na sociedade. Defenderemos que o surgimento da tecnologia moderna tornou obsoletas as críticas quanto à inutilidade ao mesmo tempo que potencializou as críticas quanto à sofisticação. Assim, uma parte importante de suas críticas à ciência pode ser recuperada, vestida em nova roupagem e aplicada justamente na crítica à tecnologia.: In the Discourse on the Arts and Sciences, his first discourse, Rousseau supports the polemical thesis according to which the scientific and artistic progress were contributing more to moral degeneration than to the improvement of society. The First Discourse was written in 1749, almost 300 years ago. Since then, science and our understanding of it have changed completely. More important, in this period something new and unpredictable from Rousseau's view point has emerged from science: modern technology. In this essay, thus, we intend to review Rousseau's criticisms of science from a contemporary perspective to evaluate if they are still appropriate in face of our transformed society and science. To do so, we classify Rousseau's criticisms in two groups: those which claim that science is futile and those which blame science for the sophistication of society. We argue that the emergence of technology has become obsolete the criticisms of the first group meanwhile has made powerful those of the second group. Consequently, as we intend to show, an important part of his criticisms of science can be useful to criticize modern technology. Keywords: Science. Technology. Rousseau. (shrink)
No Discurso sobre as Ciências e as Artes, seu primeiro discurso, Rousseau defende a polêmica tese de que o progresso das ciências e das artes, contrariamente ao que pretendia o Iluminismo, estava contribuindo mais para a degeneração dos costumes e da sociedade do que para seu aperfeiçoamento. O Primeiro Discurso foi escrito em 1749, há quase 300 anos. Nesse período, a ciência e a nossa compreensão sobre ela mudaram profundamente. Mais importante, nesse período surgiu da ciência algo imprevisto para Rousseau (...) no Primeiro Discurso: a tecnologia moderna. A proposta deste trabalho é, pois, revisitar as críticas de Rousseau à ciência com um olhar contemporâneo, buscando avaliar o quanto daquelas críticas ainda faz sentido nos panoramas científico e social atuais. Para tanto, classificamos esquematicamente as críticas de Rousseau em dois grupos: as que acusam a inutilidade das ciências e as que acusam como nociva a sofisticação que as ciências produzem na sociedade. Defenderemos que o surgimento da tecnologia moderna tornou obsoletas as críticas quanto à inutilidade ao mesmo tempo que potencializou as críticas quanto à sofisticação. Assim, uma parte importante de suas críticas à ciência pode ser recuperada, vestida em nova roupagem e aplicada justamente na crítica à tecnologia. (shrink)
The diagram of sign when applied to the understanding of science gives place to an original correation correlation of abduction or retroduction, deduction and induction. The conjunction of abduction and deduction consists of a general Form of logical possibility. Induction in its turn, establishes, in the long run, the ratio of frequency of the accomplishment of expected consequences of general representations in the universe of facts. As a formal construction, science as semiotics sustains itself even if it has as its (...) object an universe of pure chance. Nevertheless, within Peirce s philosophical system, science retains its meaning only if it corresponds to the reality of Nature. The warrant of this statistically relevant correspondance would be the fact that human instinct belonged to the same stage of evolution as the whole universe.O diagrama do signo, quando aplicado no entendimento da ciência, dá lugar a uma correlação original entre abdução, dedução e indução. A união da abdução e da dedução consiste numa Forma geral de possibilidade lógica. Enquanto que a indução estabelece, no decorrer da experiência, a razão de freqüência no universo dos fatos das conseqüências previstas na representação geral. Como uma construção formal, a ciência enquanto semiótica sustenta-se, mesmo tendo por objeto um universo do puro acaso. Todavia, no interior do conjunto total do sistema filosófico de Peirce, a ciência só adquire significado se corresponder à realidade da Natureza. A garantia desta correspondência estatisticamente relevante seria o fato de o instinto humano pertencer ao mesmo estágio de evolução do universo todo. (shrink)
No mais profundo centro: João da Cruz e o Sufismo Sadili cantam a união transformante Carlos Frederico Barboza de Souza O camelô em Belo Horizonte: aspectos da informalidade e da identidade Maria Aparecida Carvalho de Castro Igreja, povo de Deus, sujeito da comunhão e da missão Cleto Caliman A literatura como questionamento do sujeito da modernidade: Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, e A peste, de Albert Camus João Pereira Pinto O ensino religioso na rede pública estadual de Belo (...) Horizonte -MG: história, modelos e percepções de professores sobre formação e docência Douglas Cabral Dantas. (shrink)
Entre as várias referências feitas ao pensamento de Peirce, ao longo de sua carreirafilosófica, dois textos foram tomados como exemplares da leitura que Jürgen Habermas faz do pensamento de Peirce e, ao lado das diferenças encontradas entre os dois textos, dois itens muito importantes se conservam: a verdadeira admiração pela virada pragmática promovida por aquele filósofo e cientista, que será seguida por seu leitor, e a séria restrição feita à progressiva tendênciado pensamento de abandonar a intersubjetividade como garantia da objetividade (...) da semiose, dando preferência a uma fundamentação cosmológica para todo conhecimento. Embora esta última restrição pudesse ser criticada em sua pertinência, tanto a admiração manifesta à contribuição feita por Peirceao pensamento filosófico com sua proposta pragmática, quanto a restrição a um suposto abandono das relações pessoais na base da semiose, sem dúvida, manifestam o viés filosófico de Habermas lendo um autor que ele admira, mas que não pretende seguir como um exegeta. (shrink)
Entre as várias referências feitas ao pensamento de Peirce, ao longo de sua carreira filosófica, dois textos foram tomados como exemplares da leitura que Jürgen Habermas faz do pensamento de Peirce e, ao lado das diferenças encontradas entre os dois textos, dois itens muito importantes se conservam: a verdadeira admiração pela virada pragmática promovida por aquele filósofo e cientista, que será seguida por seu leitor, e a séria restrição feita à progressiva tendência do pensamento de abandonar a intersubjetividade como garantia (...) da objetividade da semiose, dando preferência a uma fundamentação cosmológica para todo conhecimento. Embora esta última restrição pudesse ser criticada em sua pertinência, tanto a admiração manifesta à contribuição feita por Peirce ao pensamento filosófico com sua proposta pragmática, quanto a restrição a um suposto abandono das relações pessoais na base da semiose, sem dúvida, manifestam o viés filosófico de Habermas lendo um autor que ele admira, mas que não pretende seguir como um exegeta. Among several references made to Peirce's thought during Jürgen Habermas' philosophical career, two texts are exemplars of the reading Habermas makes of Peirce's thought. Despite the differences found between the two texts, two very important items are conserved: a true admiration for the pragmatic turn promoted Peirce (and followed by Habermas), and serious restrictions with regard to the progressive tendency in Peirce's thought toward abandoning intersubjectivity as the warrant of the objectivity of semiosis and giving preference to a cosmological foundation to all kinds of knowledge. Although this last restriction could be criticized as to its pertinence, both the admiration manifested by Habermas for Peirce's contribution to philosophical thought in his pragmatic proposal, as well as Habermas's restrictions regarding a supposed abandonment of personal relations on the basis of semiosis, undoubtedly manifest the philosophical bias of Habermas' reading of an author he admires but does not intend to follow as an exegete. (shrink)
Diante do problema de fundamentar criticamente a produção semiótica no interior da formação econômica e social capitalista e mesmo da fase inicial de implantação do socialismo, BAKHTIN, ou seu discípulo VOLOCHINOV, discute as proposições da lingüística de tradição saussuriana e do subjetivismo individualista dos vosslerianos e, evitando o mecanicismo pretensamente marxista, propõe o estabelecimento da instância social e ideológica da formação do discurso. Após elaborar os fundamentos gerais da produção social dos signos, detém-se na análise dos discursos indiretos progressivamente elaborados (...) na literatura burguesa a partir do século XVIII francês.Faced with the problem of lying foundations for the semiotic production inside the capitalistic social and economic formation and even inside the first phase of the establishment of socialim, Bakhtin, or his disciple Volochinov, discusses the propositions of Linguistics along the line of the saussurian tradition and the propositions of the vosslerian individualistic subjectivism; he avoids the pretendedly marxist mechanicism and proposes establishing the social and ideologic instance of the formation of discourse. After formulating the general principles of the social production of signs, Bakhtin analyses the indirect discourses which have been gradually elaborated in the French bourgeois literature since the 18th century. (shrink)
Resumo O presente artigo se encontra na interface entre literatura e religião e trata-se de um estudo da linguagem presente na obra de João da Cruz intitulada “Chama viva de amor”, utilizando-se, para tal, de alguns recursos da crítica literária. Esta obra teve a redação de seu poema realizada entre os anos de 1582-1584 e de seus comentários nos anos de 1585/86 (primeira redação) e 1591 (segunda redação). É um texto que, tanto em sua dimensão poética quanto em sua prosa, (...) retrata algumas das especificidades da forma do místico trabalhar com a linguagem ao tentar traduzir sua experiência “inefável”: ou seja, desconstrói e a reconstrói para que seja capaz de comunicar algo do vivido. Com vistas a atingir este objetivo, após uma breve introdução à vida e a obra joãocruciana, abordar-se-á brevemente a estrutura e as principais temáticas presentes na obra supracitada. A seguir, apresentar-se-á alguns dos recursos lingüísticos utilizados por João da Cruz, tais como o uso de paradoxos, antíteses e antônimos com freqüência, neologismos e arcaísmos, ressignificações de conceitos, aproveitamento da polissemia de muitos vocábulos, a forte presença de metáforas e símbolos e uma forma particular de lidar com os registros espaço-temporais e a lógica racional. Palavras-chave : João da Cruz, teologia negativa, mística, linguagem mística.The present article is placed in the isthmus of Literature and Religion, and consists of a study of the language that is present in the work of João da Cruz entitled “Chama viva de amor” (Living flame of love) , using, for such purpose, some of the Literary Criticism’s resources. This work had its poem written between 1582-1584, and its comments, in 1585/86 (first writing) and 1591 (second writing). It is a text that, as much as in its poetics dimension as in its prose, pictures some of the mystic’s method of working with the language when trying to communicate their ineffable experience: that is, deconstruct it and reconstruct it so that it can communicate something from the experienced. Aiming at that purpose, after a brief introduction to the life and work of João da Cruz, the study will approach the structure and the main themes present in the aforementioned work. Furthermore, some of the linguistics resources used by João da Cruz will be presented, such as neologisms and archaisms, concepts resignification, the use of polysemy of many words, the strong presence of metaphors and symbols, and a special way of working the spatial-temporal accounts and the rational logics. Key words: John of the Cross, negative theology, mysticism, mystical language. (shrink)
As cada vez mais freqüentes referências ao pensamento de Peirce feitas pela contemporânea filosofia da ciência não têm sido capazes de esconder a dificuldade encontrada de assumi-lo em sua integridade. A maior parte das citações é parcial e contradiz o conjunto da doutrina. Parece ser mais fácil chamar para conversação William James e John Dewey do que chamar seu inspirador comum. A razão última deste desafio parece se encontrar na radicalidade do realismo falibilista, dificilmente aceitável pela maioria das filosofias atuais. (...) The increasingly frequent references to Peirce's thought made by the contemporary Philosophy of Science are not able to conceal the difficulty found in assuming that thought in its entireness. The most part of the quotations made are partial and contradict the whole of the doctrine. It seems easier to call James and Dewey to conversation than to call their common inspirer. The ultimate reason for this challenge seems to lie in the radicality of the fallibilist realism, hardly acceptable by almost all the present philosophical currents. (shrink)
As cada vez mais freqüentes referências ao pensamento de Peirce feitas pela contemporânea filosofia da ciência não têm sido capazes de esconder a dificuldade encontrada de assumi-lo em sua integridade. A maior parte das citações é parcial e contradiz o conjunto da doutrina. Parece ser mais fácil chamar para conversação William James e John Dewey do que chamar seu inspirador comum. A razão última deste desafio parece se encontrar na radicalidade do realismo falibilista, dificilmente aceitável pela maioria das filosofias atuais. (...) The increasingly frequent references to Peirce's thought made by the contemporary Philosophy of Science are not able to conceal the difficulty found in assuming that thought in its entireness. The most part of the quotations made are partial and contradict the whole of the doctrine. It seems easier to call James and Dewey to conversation than to call their common inspirer. The ultimate reason for this challenge seems to lie in the radicality of the fallibilist realism, hardly acceptable by almost all the present philosophical currents. (shrink)
A diagnose médica, considerada de um ponto de vista semiótico, consiste num complexo processo dialógico entre médico e paciente. Ambos desempenham papéis essenciais no estabelecimento de hipóteses diagnósticas sugestivas. E isso por meio de um diagrama em que as categorias fenomenológicas, propostas por Peirce, funcionam como vetores caracterizando as diversas atividades e experiências que compõem o processo. O processo em sua inteireza é bastante longo, embora possa ser abreviado em razão ou da urgência de se determinar a conduta terapêutica ou (...) da precipitação de ao menos um dos participantes. A seqüência das atividades também pode mudar de direção dependendo do curso do diálogo, como acontece em todo processo dinâmico e não determinístico. (shrink)
As ideias estão em Deus e são compreendidas por seus limites em relação à sua essência ilimitada. A originalidade do ser de Tomás de Aquino pode ser testada se comparada com as múltiplas teorias a respeito da ideia que se desenvolveram ao longo dos séculos na investigação filosófica. Das ideias subsistentes de Platão à ideia como subsistência em Hegel, os percursos aristotélico e tomista revelam-se opções intelectuais moderadas no âmbito gnosiológico, em razão de suas conquistas metafísicas. Deixando de lado os (...) problemas gnosiológicos em favor de uma abordagem metafísica do problema da ideia, pode-se perceber que, para Tomás, tanto o valor do conceito na ordem gnosiológica, quanto a subsistência da ideia na ordem metafísica, se resolvem apenas em ordem ao ser. A terceira das Quaestiones Disputatae De Veritate aborda diretamente o problema e traz sua formulação definitiva no pensamento de Tomás. Todas as perfeições das ideias estão em Deus formaliter, pertencem à sua essência, mas a ideia da essência divina somente Deus a conhece, pois identifica-se com seu ser, o Ipsum Esse Subsistens. (shrink)
RESUMO: O Pragmatismo, como proposto por Charles S. Peirce, deve ser considerado um método para a produção teórica de pensamento que visa à construção de conceitos, a qual assume a forma de uma máxima lógica orientadora da conduta científica. Se um conceito é uma relação sígnica e a sua compreensão, um processo sígnico, encontramos na semiótica peirceana uma estratégia para discriminar as etapas da compreensão conceitual e avaliar os significados de termos e conceitos abstratos. Assim, o objetivo deste trabalho é (...) explicar os princípios lógicos que governam os tipos de Signos que mais diretamente estão relacionados à construção de conceitos, a saber: o Símbolo-Remático, o Símbolo-Dicente e o Argumento. Tais signos correspondem à antiga divisão Termo, Proposição e Argumento, modificada de modo a ser aplicável aos signos em geral. ABSTRACT: Pragmatism, as proposed by Charles S. Peirce, should be considered a method for the theoretical production of thought that aims the construction of concepts, which takes the form of a logical maxim guiding scientific conduct. If a concept is a sign relationship and its understanding a sign process, we find in Peircean semiotics a strategy to discriminate the stages of conceptual understanding and to evaluate the meanings of abstract terms and concepts. Therefore, the aim of this work is to explain the logical principles that govern the types of Signs that more directly are related to the construction of concepts, namely: the Rhematic Symbol, the Dicent Symbol and the Argument. Such signs correspond to the old division between Term, Proposition and Argument, modified in order to be applicable to the signs in general. (shrink)
Resenha do livro de Juan Adolfo Bonaccini, Maria de Paz Nunes Medeiros, Markus Figueira de Silva e Oscar Frederico Bauchwitz (Org.). Metafísica: história e problemas: atas do I Colóquio Internacional da Metafísica . Natal: EDUFRN, 2006, 332 páginas. [Coleçáo Metafísica n. 5].
O presente artigo busca fazer uma análise do diálogo inter-religioso entre o judaísmo e o cristianismo, duas religiões monoteístas, com origens semelhantes, mas separadas por questões históricas e algumas divergências doutrinárias. Inicialmente se propõe relatar a importância do diálogo entre as duas religiões, baseando-se nos trabalhos de Alberto Milkewitz, Edwin Arteaga Tobon, e Frederico Laufer. Após isso, procurou-se identificar os aspectos divergentes e convergentes entre o cristianismo e o judaísmo, para verificar a viabilidade do diálogo. Consultou-se para este momento (...) os trabalhos de Josh McDowel e do Instituto Cristão de Pesquisas. Como conclusão do artigo, apresentou-se uma breve síntese visando a aplicabilidade do diálogo inter-religioso para a Igreja Cristã atual. (shrink)
Os tópicos e problemas filosóficos discutidos no volume são de natureza bastante variada: a natureza da complexidade computacional no processamento de uma língua natural; a relação entre o significado linguístico e o sentido Fregeano; as conexões entre a a agência e o poder; o conteúdo semântico da ficção; a explicação dos impasses éticos; a natureza dos argumentos cépticos; as conexões entre as dissociações cognitivas e o carácter modular da mente; a relação entre a referência e o significado. Estes tópicos deixam-se (...) subsumir num tema mais geral, o tema das ligações múltiplas entre a cognição e o conteúdo, mental ou linguístico. O tópico do conteúdo, a questão de determinar como é que muitas das nossas elocuções e muitos dos nossos estados mentais são dotados de conteúdo, representam algo (correcta ou incorrectamente), e o tópico da cognição, a investigação da natureza e dos mecanismos envolvidos na cognição humana, no processamento de informação tipicamente proveniente do exterior, são inegavelmente tópicos centrais da investigação filosófica, presente ou passada.Dado o carácter inclusivo e pluridisciplinar dos tópicos cobertos, não é surpreendente que os ramos da Filosofia representados no presente volume sejam igualmente diversificados: a Filosofia Moral, a Filosofia da Linguagem, a Teoria do Conhecimento, a Filosofia da Mente, os Fundamentos da Ciência Cognitiva. E também não é surpreendente que nele também estejam representados outros ramos do conhecimento cuja relevância para o estudo do conteúdo e da cognição é conspícua: a Psicologia Cognitiva; a Linguística Computacional e a Inteligência Artificial. Os autores dos ensaios são de proveniências diversas. De um lado, há um conjunto de especialistas nacionais a trabalhar na tradição analítica em Filosofia, como João Branquinho, ou a trabalhar em algumas áreas filosoficamente importantes da Ciência Cognitiva, como António Branco (Processamento da Língua Natural), José Frederico Marques (Psicologia Cognitiva) e Helder Coelho (Inteligência Artificial). Do outro lado, há um conjunto de especialistas estrangeiros de elevada reputação internacional: Allan Gibbard, da Universidade de Michigan, autor de livros influentes na área da Ética e Filosofia Moral; Stephen Schiffer, da New York University, uma das principais figuras actuais da Filosofia da Linguagem e da Semântica Geral; Paolo Leonardi, da Universidade de Bolonha, um especialista nas áreas da Filosofia da Linguagem e Filosofia da Comunicação; e Manuel García-Carpintero, da Universidade de Barcelona, um dos grandes vultos da Filosofia Analítica praticada em Espanha e na Europa Continental. (shrink)
Wie gelangen wir in einen Zustand des Strafrechts, den viele Spezialisten mit guten Grunden fur unmoglich halten? Das Buch <I>Zur Moglichkeit des unmoglichen Strafrechts beschaftigt sich mit dieser Frage und versucht auf sie anhand einer vergleichenden Analyse eine Antwort zu geben: Die Krisis des Strafrechts aus der Perspektive der sogenannten Frankfurter Schule des Strafrechts steht dabei der Kritischen Theorie gegenuber. Ausgewahlte Beispiele aus der deutschen sowie der brasilianischen Geschichte, wie Sklaverei, Diktatur, Imperialismus und Nationalsozialismus, sprechen dafur, dass Wissenschaft und Barbarei (...) oft Hand in Hand gehen konnen. Die ublichen Erklarungen uber diesen Zustand verdeutlichen die Notwendigkeit einer radikalen Selbstkritik.". (shrink)
Theories of spatial cognition are derived from many sources. Psychologists are concerned with determining the features of the mind which, in combination with external inputs, produce our spatialized experience. A review of philosophical and other approaches has convinced us that the brain must come equipped to impose a three-dimensional Euclidean framework on experience – our analysis suggests that object re-identification may require such a framework. We identify this absolute, nonegocentric, spatial framework with a specific neural system centered in the hippocampus.A (...) consideration of the kinds of behaviours in which such a spatial mapping system would be important is followed by an analysis of the anatomy and physiology of this system, with special emphasis on the place-coded neurons recorded in the hippocampus of freely moving rats. A tentative physiological model for the hippocampal cognitive map is proposed. A review of lesion studies, in tasks as diverse as discrimination learning, avoidance, and extinction, shows that the cognitive map notion can adequately explain much of the data.The model is extended to humans by the assumption that spatial maps are built in one hemisphere, semantic maps in the other. The latter provide a semantic deep structure within which discourse comprehension and production can be achieved. Evidence from the study of amnesic patients, briefly reviewed, is consistent with this extension. (shrink)