Resumo: Feuerbach em A essência do cristianismo desenvolve uma investigação sobre a origem humana de Deus, sobretudo, na religião cristã e este artigo procura reconstruir a fundamentação teórica de nosso autor que, a partir de uma teoria da consciência e essência humanas, alicerça uma crítica/desvendamento da alienação religiosa que o permitirão demonstrar, assim, a verdade integralmente antropológica de Deus e da religião, afirmando, também, a perfeição e infinitude das qualidades essenciais do homem enquanto ser consciente de seu (...) gênero. (shrink)
The interpretation of an anthropological or reducing the anthropological theology - denies God to confirm the man - who does Feuerbach religion is the starting point for his understanding of ideology: there is no liberation of man without a denial of God. It assumes that religion is the expression and cause of human alienation. For Feuerbach, "the knowledge that man has of God is only selfknowledge of man, of his own essence." He holds a total reduction of theology and all (...) philosophy to anthropology as "the absolute being, the God of man is his own essence." There is the religious alienation: as God make something that actually only an expression of man himself. (shrink)
Entendendo “pensamento pós-metafísico” no sentido da crítica moderna e positivista à metafísica como forma de conhecimento, o artigo apresenta a filosofia analítica da religião como uma resposta à tese de que a linguagem religiosa não tem sentido porque não se refere a nenhum dado empiricamente verificável ou falseável. Em primeiro lugar, é apresentada a resposta não-realista ao desafio pós-metafísico, especialmente a de D. Z. Phillips, baseada nas ideias de Wittgenstein. Nessa proposta, o sentido da linguagem religiosa não (...) está na referência a uma realidade transcendente, mas ao uso que ela tem como guia existencial e ético. Em seguida, é exposta a resposta realista à crítica antimetafísica, usando-se elementos das ideias de alguns dos principais autores da filosofia analítica da religião: Alvin Plantinga, William Alston e Richard Swinburne. Além de sustentarem o significado referencial real da linguagem religiosa, eles argumentam que a metafísica é não só defensável cognitivamente, mas também condição importante para o raciocínio científico.Taking ‘post-metaphysical thought’ in the sense of the modern and positivistic criticism to metaphysics as a form of knowledge, the article presents analytic philosophy of religion as a response to the thesis that religious language has no meaning since it does not refer to any empirically verifiable or falsifiable data. Firstly, it is presented the non-realist reply to the post-metaphysical challenge. The main non-realist author introduced is D. Z. Phillips, who based his ideas on Wittgenstein’s philosophy. According to this proposal, the meaning of religious language is not given by reference to a transcendent reality, but to its use as an ethical and existential guide. Next, it is expounded the realist position to the antimetaphysical criticism, using ideas by some of the leading authors in the analytic philosophy of religion: Alvin Plantinga, William Alston and Richard Swinburne. Apart from holding that religious language has a real referential meaning, they argue that metaphysics is not only cognitively defensible, but also an important condition for scientific reasoning. (shrink)
O manuscrito estudantil das Lições sobre a Doutrina Filosófica da Religião, ministradas muito provavelmente no semestre de inverno de 1783/84, foi publicado pela primeira vez em 1817 por Karl Heinrich Ludwig Pölitz. Kant ministrou essas Lições tendo como base escritos metafísicos e teológicos que tinham sido publicados por influentes filósofos alemães de sua época (Alexander Gottlieb Baumgarten, Johann August Eberhard und Christoph Meiners). Mas, em suas Lições, Kant não apenas faz referência à posição desses filósofos. Ao contrário, ele (...) também os comenta e os critica, fornecendo importantes indicações de sua perspectiva filosófica sobre problemas que estão localizados na interface entre teologia, religião, metafísica e filosofia moral. O leitor desses manuscritos adquire uma impressão bastante favorável do alto nível em que Kant e seus contemporâneos refletiram por exemplo sobre as (segundo ele, três possíveis) provas especulativas da exisência de Deus. Kant acredita firmemente que moral e filosofia moral não se baseiam na teologia. Muito pelo contrário, a teologia (Deus como postulado da razão prática) se beneficia primeiramente da filosofia moral que por sua vez vai se beneficiar, do ponto de vista motivacional, dessa teologia fundada criticamente. As Lições Sobre a Doutrina Filosófica da Religião são indubitavelmente uma importante fonte para a nossa compreensão da filosofiacrítica de Kant. -/- Heiner F Klemme (Martin Luther Universität – Halle – Wittenberg) . (shrink)
Partindo do pluralismo religioso como um fato europeu, no diálogo inter-religioso encontra-se uma chance para uma espécie de acordo entre diferentes culturas. No presente texto, após intensos debates sobre diferentes correntes religiosas e filosóficas do decorrer da história, o professor Dr. Michael Schulz utiliza especialmente da abordagem dos pensadores Stephan Grätzel e Armin Kreiner para explicar o que significa uma filosofia da religião inter-religiosa e intercultural.
O texto apresenta o pensamento de Friedrich Nietzsche sobre os fundamentos da religião cristã. Trata-se de uma abordagem em que se traz à tona criticas, entendidas como posicionamento filosófico do autor de O Anticristo. Considerando-se que a fé e a verdade são temáticas que estão indissociáveis na Crítica de Nietzsche à religião cristã, buscou-se denotar a importância destes assuntos atrelados à convicção religiosa no cristianismo. Isso porque, em conformidade com a perspectiva de Nietzsche, é um posicionamento que (...) desafiou a cosmovisão de seu tempo, e perdura ainda até hoje. Isto é, a respeito da conjuntura religiosa do contexto social e religioso do século XIX, mas que hodierno instiga apreciação investigativa. (shrink)
The aim of this article is to analise the religion philosophy and its critic, based on Ludwig Feuerbach principles as one of the greatest exponents of modern atheism. It will start from some thinkers that could be considered as Ludwig predecessors, going through Feuerbachian considerations to finish with a valuation of those philosophers who have built a new critic philosophy of the religion and theology, relating some Feuerbach innovations in this fields with highly topical matters, proving the actual (...) relevance of his thinking despite the fact that it has been a century and a half since his death. (shrink)
Resumo O objetivo deste artigo é sintetizar os principais elementos do confronto entre o pensamento do teólogo reformado Karl Barth e o do filósofo alemão Ludwig Feuerbach com relação aos temas da religião, teologia e antropologia, que na abordagem de ambos apresentam conexão direta. Para tanto, este estudo inicia-se com uma panorâmica apresentação feuerbachiana da interpretação antropológica da teologia e religião, particularmente a partir de sua obra mais famosa “A Essência do Cristianismo”, que conduz às suas conclusões (...) de ataque à teologia e re-significação da função da religião. A seguir, a reação de Barth às idéias de Feuerbach são contempladas, a partir de sua visão teológica teocêntrica. Nesse sentido, há a exposição de duas fases da reação barthiana ao pensamento de Feuerbach. Na primeira delas Barth apresenta certos elementos de concordância e aproveitamento das noções feuerbachinas, ao passo que na segunda fase a discordância é total. Em suas conclusões o artigo aponta que o debate entre Barth e Feuerbach gira em torno da idéia de reducionismo teológico ou religioso, tão presente nos debates epistemológicos dos estudos em Ciências da Religião. Palavras-chave : Barth; Feuerbach; teologia; religião; antropologia.This article aims to summarize the main elements of the confrontation between the reformed theologian Karl Barth’s conception and the German philosopher Ludwig Feuerbach’s thought concerning religion, theology and anthropology, which maintain straight connection in both approaches. For so much, this study begins with a feuerbachian panoramic presentation of the anthropological interpretation of theology and religion, particularly from his most famous work “The Essence of the Christianity”, which leads to his conclusions of attack upon theology and a re-signification of the function of religion. Thereafter, Barth’s reaction to Feuerbach’s ideas is discussed from his theocentric theological perspective. In this sense, there is an exposure of two phases of barthian reaction to Feuerbach. Firstly Barth presents topics of agreement with feuerbachian notions, while in the second phase the disagreement is total. Among the article’s conclusions there is an indication that the Barth-Feuerbach debate deals with religious or theological reductionism, usually present in epistemological discussions on Religious Studies. Key words : Barth; Feuerbach; theology; religion; anthropology. (shrink)
: The classical North American pragmatists were intrigued by religion and devout in varying ways, all of which were compatible with a secularist outlook. Peirce is the most fruitful to pursue because of the analytical usefulness of his semiotics for interpreting religious symbols. First, his theory shows that symbols make possible and guide engagement with the divine, rather than substitute for it. Second, his theory distinguishes meaning from reference and interpretation, each of which opens new ways to think about religious (...) engagement. A theory of religious symbols can be developed from his theory of meaning that highlights their mutual correction and resonance rather than logical coherence. A theory of indexical reference can be developed that shows how symbols are true or false depending on the causal relations established by the index between the object and the interpreter. A theory of contextual purpose for interpretation can show how symbols that are true in one context are false in another. Peirce's theory can be supplemented by a discussion of those persons for whom the symbols actually engage the divine and those for whom they do not. These developments open new approaches to understanding religious belief as part of practice, an old pragmatic theme, with doctrines reinterpreted in terms of symbolic engagement.Resumo: Os pragmatistas norte-americanos clássicos eram intrigados com a religião, e devotos de diferentes maneiras todas elas compatíveis com uma visão secularista. Peirce é o mais frutífero a ser seguido, por causa da unidade analítica da sua semiótica para interpretar símbolos religiosos. Em primeiro lugar, sua teoria mostra que os símbolos guiam e tornam possível o engajamento com o divino, em vez de funcionarem como seus substitutos. Em segundo lugar, sua teoria distingue significados de referência e interpretação, de forma que cada conceito abre novos caminhos para pensarmos sobre o pragmatismo religioso. Uma teoria dos símbolos religiosos pode ser desenvolvida a partir da teoria peirciana do significado, que sublinhe sua mútua correção e ressonância, mais do que sua coerência lógica. Uma teoria da referência através dos índices pode ser também desenvolvida, que mostre como os símbolos são verdadeiros ou falsos dependendo das relações causais estabelecidas pelo índice entre o objeto e o intérprete. Uma teoria do propósito contextual para a interpretação pode ainda mostrar como os símbolos que são verdadeiros em um contexto, são falsos em outro. A teoria de Peirce pode ser suplementada por uma discussão daquelas pessoas para quem os símbolos realmente engajam o divino, e aquelas para quem eles não o engajam. Estes desenvolvimentos abrem novas perspectivas para entendermos a crença religiosa como parte da prática, um antigo tema pragmatista, com as doutrinas reinterpretadas em termos de engajamento simbólico. (shrink)
O presente artigo busca apresentar a concepção de essência humana materialista antropológica de Feuerbach. Ao longo de seu pensamento, Feuerbach, procura esclarecer que pensar o homem, significa pensá-lo dentro dos limites da condição humana material sensível e física. Portanto é enfatizado que Feuerbach sustenta que o acesso a nossa essência está relacionado com a maneira como acessamos a nossa consciência e que a maneira como acessamos essa última tem uma condição estritamente material e, portanto, deveríamos abordá-la exatamente dessa maneira e (...) não como algo fora de nós e meramente abstrato como a filosofia especulativa. A essência humana não alienada é resultado de uma relação adequada do ser humano com aqueles atributos que são estritamente humanos, que são razão, vontade e coração. Por fim, pretende-se apresentar como Feuerbach compreende a essência humana e qual deve ser a condição para o contato de forma não alienada do homem com a mesma, bem como o que é necessário para possibilitar tal contato. (shrink)
A epistemologia da crença religiosa é uma área da filosofia da religião que procura responder ao seguinte problema: haverá justificação para se ter fé sem provas, argumentos ou indícios? Ou formulando de outra forma: será epistemicamente legítimo acreditar em Deus sem provas, argumentos ou indícios? Além das respostas tradicionais de William Clifford e de William James a esse problema, há uma resposta mais contemporânea e filosoficamente prometedora: a epistemologia reformista de Alvin Plantinga (n. 1932). Chama-se “reformista” à sua (...) epistemologia porque este filósofo se identifica com o pensamento reformista, tradição protestante que remonta a João Calvino. (shrink)
RESUMEN El presente artículo trata de mostrar las varias y diversas interpretaciones y posiciones existentes con respecto a la filosofía de Feuerbach, lo cual revela la influencia e importancia de su pensamiento. Así mismo, más allá de los diversos intentos por periodizar la obra de Feuerbach, el artículo trata de mostrar en qué medida es posible afirmar la existencia de un principio interno explicativo de su filosofía, el cual puede encontrarse en el concepto mismo de crítica, referido tanto a (...) su método como a su actitud filosófica. Esta crítica tiene, en cualquier caso, un sentido positivo y trata de reafirmar una concepción plena del ser humano. ABSTRACT This paper tries to show the various and diverse interpretations and positions regarding Feuerbach's philosophy, what reveals the influence and importance of his thought. Likewise, beyond the various efforts to periodize Feuerbach's works, it tries to show how it is possible to affirm the existence of an internal explanatory principle to his philosophy, which can be found in the very concept of critique, referring both to his philosophical method and attitude. This critique has, in any case, a positive sense and tries to reassert a full conception of human beings. (shrink)
Feuerbach deixa claro que a teologia cristã se relaciona negativamente ante a natureza. A depreciação ou desvalorização religiosa pela natureza tem consequências para o julgamento da natureza humana por parte da teologia, pois esta condena também a dimensão natural-sensível da natureza do homem e, frente a esta, enaltece o espírito. Precisamente porque a natureza expressa objetividade, necessidade, corporeidade, sensibilidade, é ela o negativo, por assim dizer uma prova dos limites da interioridade, do sentimento religioso, isto é, a barreira concreta que (...) se opõe à ilusão de uma existência sobrenatural. Deste ponto de vista cristão, ela deve, portanto, ser eliminada, negada. Feuerbach argumenta que Deus (o todo supremo, a essência sublime), o qual a fantasia religiosa criou, é apenas uma representação fantasmagórica do gênero humano, uma construção subjetiva do homem, abstraída de todas as fronteiras e restrições da natureza, e a religião cristã serve ao homem como um meio, com o qual ele tenta livrar-se da natureza. (shrink)
We are presently confronted with an impressive growth of the religious phenomenon. This can be observed not only related to both the outbreak of new religions and the increasing attendance to worship services, but also for the presence of the religious language in the political discourse. We can see nowadays a political use of religion and a religious use of politics. When we approach the religions in a large scale perspective is possible to verify that in all of them both (...) aspects live together, and they are contradictory and excludent only in appearance. This evidence brings some particular questions: there would be more political and bellicose religions than others? Or maybe the contentious nature of religions rises when they become ideologies, in the same way ideologies impose themselves politically when they act like religion? We will let ourselves be guided by this hypothesis in order to explore the ambiguous relation between politics and religion. It was precisely after the death of the ideologies that religions of any creed reappeared strongly in the scenario. We will take as references to this theoretical task two thinkers in particular: Marsilius of Padua and Machiavelli. They both will guide us to think respectively the religious use of politics and the political use of religion. -/- Estamos confrontados na atualidade com um vertiginoso crescimento do fenômeno religioso. Isso pode ser observado não apenas pelo surgimento de novas religiões e o aumento da frequência aos cultos, mas também pela presença da linguagem religiosa no discurso político de tal modo que podemos falar num uso político da religião e um uso religioso da política. Quando abordamos as religiões na longa duração, percebemos que em todas elas coabitam estes dois aspectos, contraditórios e excludentes apenas na aparência. Esta constatação leva ao questionamento: existiriam religiões mais políticas, ou mais conquistadoras, do que outras? Ou então, talvez, a natureza belicosa das religiões emergiria a partir do momento em que elas se erigem em ideologias, da mesma forma como as ideologias se impõem politicamente quando agem à maneira de religiões? Neste trabalho nos orientaremos por esta hipótese para explorar a relação ambígua entre política e religião, pois foi precisamente após a morte das ideologias que as religiões, independente do credo, retornaram com toda a força. Para tanto, tomaremos como referência teórica dois pensadores, Marsílio de Pádua e Nicolau Maquiavel, para pensar, respectivamente, o uso religioso da política e o uso político da religião. (shrink)
O presente artigo pretende demonstrar como a obra de Maquiavel elenca aspectos pertinentes sobre a relação entre religião e Estado, e como estes podem ser analisados através do ponto de vista da teoria política moderna. Suas contribuições relacionadas ao estudo da função política da religião, entendida como item essencial na manutenção, reconhecimento e solidez do Estado, levantam indagações indispensáveis para pensar a influência de determinados preceitos confessionais, relacionados ao poder eclesiástico, na formulação de uma moral política voltada para (...) a obediência dos ditames de natureza religiosa, e que auxiliam no desenvolvimento de uma vírtu coletiva, elemento, segundo o autor, indispensável para o Estado. O artigo ainda procura explorar questões relacionadas ao método empregado por Maquiavel, e a sua busca pela “verdade efetiva das coisas”. Através desta preocupação, o autor elucida as questões religiosas pela capacidade que as mesmas possuem em influenciar a vida coletiva, influência que abrange as decisões dos cidadãos no que concerne aos temas políticos, garantindo a disciplina e, consequentemente, o fortalecimento do Estado. Assim, o autor de Florença reconhece a incumbência da doutrina religiosa e sua eficiência ao motivar o vivere civile. Palavras-chave: Estado. Religião. Maquiavel. Política. (shrink)
O artigo apresenta a defesa da racionalidade da crença em Deus desenvolvida pelo filósofo reformado Alvin Plantinga, a partir de sua redefinição como “crença apropriadamente básica”. Após uma breve introdução, que situa a epistemologia religiosa de Plantinga no contexto das transformações recentes no campo da filosofia analítica da religião, expõe-se a crítica de Plantinga ao fundacionalismo clássico, cujo colapso teria reaberto a viabilidade epistemológica da crença em Deus. Segue-se a defesa plantingiana da crença em Deus como crença (...) apropriadamente básica, que teria bases experienciais identificáveis, mas dispensaria qualquer evidência ou demonstração racional, mostrando a orientação firme da construção plantingiana em direção a uma forma plenamente externalista de epistemologia. O final do artigo oferece uma breve reflexão sobre o significado cultural e espiritual da epistemologia reformada de Plantinga. Palavras-chave: Crença; Epistemologia; Externalismo; Fé e razão; Filosofia reformada; Fundacionalismo. ABSTRACT The article presents a defense of the rationality of the belief in God, developed by reformed philosopher Alvin Plantinga, who redefined it as a “properly basic belief”. After a brief introduction to place Plantinga’s religious epistemology in the context of recent transformations in the field of analytical philosophy of religion, Plantinga’s critique to classic foundationalism, whose collapse opened the epistemological viability of belief in God, is exposed. Then, the article focuses on the Plantingian defense of belief in God as a properly basic belief, nased on identifiable experiential grounds but independent from all evidence or rational demonstration, thus showing the firm orientation of Plantinga’s construction towards a fully externalist form of epistemology. The conclusion offers a short reflection on the cultural and spiritual meaning of Plantinga’s reformed epistemology. Key words: Belief; Epistemology; Externalism; Faith and reason; Reformed philosophy; Foundationalism. (shrink)
O objetivo deste artigo é compreender como Ernst Bloch articula as concepções de materialismo e religião. Apoiando-se especialmente em F. Schelling, Bloch elaborou uma concepção de materialismo que concebe a capacidade de transcender sem a necessidade de recorrer a um ente transcendente. É a recusa radical de qualquer forma de idolatria. Carregadas de conteúdo utópico, como indicara Feuerbach, as religiões seriam um locus privilegiado de pré-anúncio e emergência do inédito. Seria preciso, no entanto, trazer esses conteúdos para o âmbito (...) da práxis social mediante uma hermenêutica da esperança, de modo que não mais permaneçam apartados do ser humano, como se fossem predicados de um ser transcendente. Se a posição materialista contribui para trazer os conteúdos religiosos de volta para a imanência, a religião, por sua vez, contribui para libertar o materialismo de seus enrijecimentos, acrescentando-lhes conteúdos e sentidos humanos e messiânicos. Assim, ao situar a religião em um horizonte materialista, Bloch contribui, simultaneamente, para evitar que ela se degrade em ideologia e para que o materialismo não se petrifique em dogmas. (shrink)
O presente artigo visa tratar do “novo materialismo” na filosofia de Karl Marx após 1845, com a produção das chamadas _Teses ad Feuerbach_. Nesse sentido, buscaremos expor essa nova concepção filosófica através da reformulação da relação sujeito-objeto levada a cabo por Marx, que levou o autor a uma noção crítica de ciência, distinta daquela que vigorava no pensamento europeu e posteriormente caracterizada como tradicional, bem como da crítica da metafísica da economia política. A partir dessas críticas, a (...) concepção marxiana se apresenta como uma continuação da chamada _deutsch Wissenschaft_, uma ciência filosófica, influenciada desde Hegel, que agora coloca o modo de produção capitalista como objeto crítico que constitui uma essência histórica específica e que deve ser conhecida enquanto tomada de consciência de si e por si apontando para a necessidade de rompimento com uma atividade científica instrumentalizada pelas necessidades do desenvolvimento das relações de produção e da valorização da riqueza capitalistas. Nesse sentido, a filosofia marxiana, tendo a negatividade como motor da razão, fundamenta uma teoria crítica e revolucionária da sociedade capitalista e reivindica uma práxis emancipadora e emancipada dos interesses e finalidades da produção capitalista estrita. (shrink)
o artigo reflete sobre a atualidade da filosofia da religião de Kierkegaard tomando como inspiração as comemorações dos duzentos anos de seu nascimento e considerando, especialmente, o contexto atual de leitura da obra do dinamarquês como posterior ao anúncio da morte de Deus. Como uma perspectiva de leitura para a filosofia da religião de Kierkegaard abordarei a interpretação de Gianni Vattimo para o anúncio da morte de Deus. Em seguida analisarei alguns aspectos do conceito de histórico (...) como desenvolvido pelo pseudônimo Johannes Climacus no Interlúdio de Migalhas filosóficas e argumentarei que Kierkegaard pensa o Cristianismo de modo não-metafísico, o que aparece, também, em alguns aspectos da forma de sua escrita. Por fim, argumentarei que a kénōsis tanto dá unidade à filosofia da religião de Kierkegaard quanto fornece elementos para pensar sua atualidade. (shrink)
: O presente artigo evidencia, por um lado, o mérito da filosofia de Espinosa, pelo fato de haver submetido a oposição das partes e do todo, do corpo e da alma, da matéria e do espírito, à unidade da substância, já que toda parte singular da substância pertence à sua natureza. Por outro lado, destaca a crítica de Feuerbach a Espinosa, porque a filosofia deste é, na verdade, uma filosofia da identidade, que não reconhece, como Hegel (...) também assinala, a substância como espírito e o espírito como substância, e não determina suficientemente a unidade da matéria e do espírito, já que falta a ela a realidade da diferença, da determinidade. Enquanto Espinosa identifica Deus com a natureza (Deus sive natura) e, mediante a natureza divina (a substância), supera a contradição de Descartes entre matéria (res extensa) e espírito (res cogitans), Feuerbach quer, em oposição ao panteísmo, a diferença entre natureza e Deus (aut Deus aut natura). (shrink)
Este artigo consiste em um diálogo com textos de Jürgen Habermas e Richard Rorty referentes ao tema da religião e seu lugar na sociedade contemporânea. Em vista do tom dialogal, as citações desses autores são relativamente numerosas, a fim de que as suas vozes sobressaiam no texto. O objetivo do diálogo é extrair pistas para a construção de uma filosofia da religião em tom pós-metafísico, ou não fundacional. Não é um texto exaustivo, mas sugestivo. Não se propõe (...) a tecer críticas ao sistema de ideias dos autores com quem dialoga, mas aproveitar criticamente algumas de suas ideias para a definição de possíveis rumos para uma filosofia da religião pós-metafísica. Os termos pós-metafísico e não fundacional são usados aqui de modo intercambiável e não se referem a um tipo de filosofia antimetafísica, mas sim, a uma filosofia para a qual os temas da metafísica não assumem papel de explicação fundacional da realidade como um todo. Palavras-chave : Filosofia pós-metafísica; Habermas; Rorty; Religião.This essay is a dialogue with Jürgen Habermas’s and Richard Rorty’s texts on the theme of religion and its place in contemporary society. Given the conversational tone, the number of quotations from those authors is relatively large, so that their voices can speak up in the text. The goal of that dialogue is the formulation of clues to the elaboration of a post-metaphysical or non-foundational philosophy of religion. The essay is not exhaustive, but suggestive. It does not mean to criticize Habermas’s and Rorty’s systems of thought, but to appropriate critically some of their ideas as guidelines to a post-metaphysical philosophy of religion. The terms ‘post-metaphysical’ and ‘non-foundational’ are interchangeable here and do not refer to an anti-metaphysical philosophy. They try to express a kind of philosophy in which metaphysical themes do not play a role of foundational explanation of reality as a whole. Key words : Post-metaphysical philosophy; Habermas; Rorty; Religion. (shrink)
Partimos dos eixos propostos por José Carlos Barcellos no artigo “Literatura e teologia” para enquadrar a fortuna crítica que se elevou em torno de Franz Kafka quanto à relação entre sua literatura e a temática religiosa. O primeiro eixo lida com a perspectiva de que a literatura se apresente como uma teologia não teórica, nele analisamos a configuração de Kafka como um cabalista de acordo com Scholem. No segundo, sob a ótica de que a teologia está presente na literatura, (...) observamos a crítica de Anders aos investimentos apologistas que diagnosticam em Kafka uma teologia positiva. O terceiro eixo enfoca a literatura como “lugar teológico” e por ele discutimos com Brod e Moller sobre a possibilidade de visualizar a literatura de Kafka como signatária da mesma esperança que se encontra nestes analistas. Já o quarto eixo trata de uma interpretação mais focada no aspecto humano, assim como a leitura interpretativa de Heller. Por último é apresentado o método da analogia estrutural de Kuschel como uma possibilidade de respeitar as peculiaridades de cada uma das áreas envolvidas. Por meio deste levantamento procuramos defender a manutenção da tensão entre literatura e religião como a melhor forma de respeitar tanto uma quanto a outra. Palavras-chave: Literatura. Religião. Teologia. Franz Kafka. José Carlos Barcellos.We assumed the positions proposed by José Carlos Barcellos in the article “Literature and theology” to frame the criticism which revolves Franz Kafka and the relation between his literature and religion. The first position deals with the perspective which considers literature as a non-theoretical theology. Based on that, we analyze the configuration of Kafka as a cabalist, according to Shcolem. In the second position, under the point of view that theology is present in literature, we observed Ander’s criticism of the apologist investments which diagnosed a positive theology in Kafka. The third aspect focuses on literature as a “theological place”, and based on it we discuss with Brod and Moller about the possibility of seeing Kafka’s literature as holder of the same hope found on those analysts. The fourth point approaches an interpretation focused on the human aspect, as Heller’s interpretative reading. Finally, it is presented Kuschel’s method of structural analogy as a possibility of respecting the peculiarities of each area involved. Through this survey we tried to defend the maintenance of the tension between literature and religion as the best way to respect both of them. Keywords : Literature. Religion. Theology. Franz Kafka. José Carlos Barcellos. - DOI: 10.5752/P.2175-5841.2012v10n25p157. (shrink)
Resumo Os estudos literários têm comumente recorrido a ferramentas auxiliares ligadas às ciências sociais, mormente à filosofia e à sociologia. Tal postura tem dado origem a análises interessantes a respeito do discurso literário como produto ideológico configurador de verdades coerentes e totalizantes no que concerne a grupos sociais diversos, o que envolve, freqüentemente, a prática de estigmatização desses na tessitura da engenharia social. Nesse contexto, o presente artigo pretende trabalhar com a representação das beatas valendo-se da análise da personagem (...) Magdá na obra naturalista O homem , de Aluísio Azevedo. Reconhecendo que a estigmatização dessa personagem religiosa tem sua gênese no esquadrinhamento do corpo, recorremos à "fala" saudosista de Magdá no intuito de analisar dialeticamente a relação entre religião, patologia e feminilidade na obra naturalista. Conclui-se que, apesar de a representação da personagem beata em O homem obedecer à lógica do positivismo científico então vigente, em que a saudade religiosa é compreendida como um dos principais elementos sintomáticos configuradores da psique doentia da mulher na obra em questão, essa pode se converter dentro de um movimento dialético em um elemento de referência na ressignificação das experiências místicas da personagem Magdá. Palavras-chave: Saudade religiosa; Literatura naturalista; Beata; Gênero e religião.Literary studies have frequently depended on auxiliary tools related to social sciences, mainly philosophy and sociology. Such position has produced relevant analyses regarding literary discourse as an ideological product that represents coherent and absolute truths concerning diverse social groups, which often involves the practice of stigmatization of the those groups in the structure of social engineering. In that context, this article focuses on the representation of devout women, based on the analysis of the character Magdá in Aluísio Azevedo's naturalist novel O homem. Recognizing that the source of Magdá's stigmatization is the scrutinizing of her body, we investigate Magdá's longing discourse in order to analyze dialectically the relation between religion, pathology and femininity in the text. We conclude that, although the representation of the devout woman in Azevedo's novel obeys the logic of 19 th-century scientific positivism, according to which religious longing is one of the main symptomatic elements of woman's mental illness, it can be converted, in a dialectic movement, into a reference element in the re-signification of the Magdá's mystical experiences. Key words: Religious nostalgia; Naturalist literature; Devout women; Gender and religion. (shrink)
This article on the one hand offers evidence of Spinoza's philosophical merit due to the fact that he propounded the opposition of substance of parts and whole, body and soul, matter and spirit, to unity of substance, since every single part of substance belongs to nature. And on the other hand it presents Feuerbach's critique of Spinoza since Spinoza's philosophy is in fact an identity philosophy which does not recognize, as Hegel also points out, the substance of spirit and the (...) spirit as substance, and does not clearly determinate the unity of matter and spirit because it lacks the truly aspect of difference, determinacy. While Spinoza identifies God with nature and by means of divine nature overcomes Descartes' contradiction between matter and spirit , Feuerbach wants, in opposition to pantheism, determine the difference between nature and God .O presente artigo evidencia, por um lado, o mérito da filosofia de Espinosa, pelo fato de haver submetido a oposição das partes e do todo, do corpo e da alma, da matéria e do espírito, à unidade da substância, já que toda parte singular da substância pertence à sua natureza. Por outro lado, destaca a crítica de Feuerbach a Espinosa, porque a filosofia deste é, na verdade, uma filosofia da identidade, que não reconhece, como Hegel também assinala, a substância como espírito e o espírito como substância, e não determina suficientemente a unidade da matéria e do espírito, já que falta a ela a realidade da diferença, da determinidade. Enquanto Espinosa identifica Deus com a natureza e, mediante a natureza divina , supera a contradição de Descartes entre matéria e espírito , Feuerbach quer, em oposição ao panteísmo, a diferença entre natureza e Deus. (shrink)
Resumo: Ludwig Wittgenstein tentou desenvolver, desde 1929, uma abordagem à filosofia da lógica em termos de escalas de medição. Embora mostrasse grande sensibilidade a diversos tipos de escalas, Wittgenstein não estava bem posicionado para fazer seu projeto render frutos, porque a teoria das medidas não começou a fazer avanços significativos antes do final da década de 1940, e continuou desfrutando de um progresso relevante, até os anos 80. Não obstante, nas suas obras e palestras dos anos 30, Wittgenstein (...) fez diversas tentativas de entender a lógica, ou a “gramática” da linguagem religiosa e ética relativa à medição. Este artigo é uma tentativa de desenvolver algumas dessas ideias que ocorreram a Wittgenstein, na sua fase intermediária, dentro do contexto da evolução posterior da teoria da medição. Especificamente, defende-se que as linguagens religiosa e ética são formas extremas de medição, não empíricas nem fatuais. Elas representam o caso-limite da medição.: Ludwig Wittgenstein attempted to develop an approach to the philosophy of logic in terms of measurement scales. While he showed great sensitivity to different kinds of scaling, Wittgenstein was not in a good position to bring this project to fruition; measurement theory did not begin to develop significantly until the late 1940s, and only made pertinent advances as late as the 1980s. However, in writings and lectures from the 1930s, Wittgenstein made a number of attempts to understand the logic, or “grammar”, of religious and ethical language in relation to measurement. This article is an attempt to develop some of these nascent ideas in intermediate Wittgenstein in terms of later developments in measurement theory. Specifically, it is argued that religious and ethical language are extreme forms of non-empirical and non-factual forms of measurement; they represent the limit-case of measurement. (shrink)
Esta tese, de caráter epistemológico, tem como objetivo demonstrar como a relação entre filosofia e psicoterapia contribui com o empreendimento da Análise Existencial frankliana, permitindo vislumbrar uma concepção de ser humano desde uma dimensão existencial. A relação com a filosofia se deu principalmente a partir das obras de Martin Heidegger, em especial Os fundamentos metafísicos da lógica e Seminários de Zollikon. No tocante à bibliografia de Frankl, destaca-se Logoterapia e Análise Existencial. Esta pesquisa teórico-bibliográfica está dividida em três (...) momentos. No primeiro, buscou-se tematizar a relação entre filosofia e psicoterapia, a fim de compreender a Análise Existencial. O segundo capítulo, partindo de uma crítica à epistemologia psiquiátrica moderna, buscou perscrutar a antropologia filosófica proposta por Frankl com vistas ao itinerário de reabilitação da dimensão espiritual. Por fim, buscou-se explicitar o fenômeno da transcendência como constituição essencial do ser humano. (shrink)
Neste texto, refero-me principalmente à forma madura da Ciência da Lógica, isto é, ao seu primeiro livro da edição revista do ano 1832. O objetivo de meu trabalho reside em demonstrar que a ilustração do problema do início da filosofia por Hegel é indiretamente uma chave para o entendimento da ideia fundamental de sua concepção da lógica como método científico da filosofia. Para atingir esse objetivo exponho, em primeiro lugar, as principais ideias do programa de Hegel por uma (...) revisão da lógica, da metafísica e da filosofia completa, em contraste à lógica tradicional. Depois ofereço uma interpretação da declaração da dificuldade em encontrar um início lógico na filosofia, que reside em que resolver o problema de unir o método ao conteúdo, a forma ao princípio. Essa interpretação deve mostrar no qual sentido o início vale sem pressuposto. Esse entendimento nega a possibilidade de começar a filosofia com algo hipotética e problematicamente verdadeiro como é o procedimento comum na matemática. Por meio da análise daquele problema ilustrado especialmente pelo exemplo da crítica hegeliana à compreensão da natureza da relação entre o ser puro e a sua alteração necessária em Jacobi, tento encontrar um acesso para o entendimento do método lógico de Hegel, na medida em que o momento da negatividade enquanto princípio do modo de determinar e, com isso, do conteúdo, resultam necessariamente da indeterminidade do ser como a mais pensável abstração. Esse resultado surge pela necessidade, por qual o ser puro provoca a sua própria mudança para o devir um desenvolvimento que Jacobi desmente por princípio para ficar parado na abstração unilateral e falsa. Assim, a indeterminidade enquanto algo contrário é mesmo o determinado ou o negativo, isto é, o negativo puro, inteiramente abstrato, em outras palavras: O ser como resultado da perfeita abstração é negatividade abstrata, o nada. Mas essa negatividade é o princípio e o método da determinação e do conhecer na lógica e na filosofia como ciência. (shrink)
Michel Onfray e André Comte-Sponville são os dois mais famosos representantes do ateísmo filosófico francês contemporâneo, que continua uma tradição iniciada no século XVIII de negação irreligiosa da noção monoteísta de Deus. Embora compartilhando várias ideias, como o naturalismo e, obviamente, a rejeição do monoteísmo, suas propostas têm diferenças importantes. Onfray imputa à religião a maioria dos males enfrentados pela humanidade, recusando-se a fazer qualquer concessão à tradição religiosa monoteísta, e propondo uma filosofia libertária de tipo hedonista e (...) materialista. Comte-Sponville vê aspectos positivos na religião no tocante à manutenção da unidade social e propõe uma espiritualidade mística ateia. O artigo faz uma breve apresentação de suas teses e formula críticas a ambas as propostas. Onfray está muito mais preocupado em convencer de uma proposta política do que em argumentar filosoficamente em favor de uma tese e Comte-Sponville não parece perceber as consequências auto-refutadoras do naturalismo, que também torna muito problemática a própria noção de moralidade. Palavras-chave: Michel Onfray; Comte-Sponville; ateísmo; neoateísmo; naturalismo.Michel Onfray and André Comte-Sponville are the most famous representatives of philosophical contemporary French atheism, which is a continuation of a tradition begun in the 18 th Century of irreligious denying of the monotheistic notion of God. Although sharing many ideas, like naturalism and, obviously, the rejection of the monotheistic conception of God, their proposals show important distinctions. Onfray blames on religion most of evils faced by humanity, refusing to make any concession to monotheism, and proposing a libertarian, hedonistic, materialistic philosophy. Comte-Sponville sees positive aspects in religion regarding the keeping of social unity, and puts forward an atheistic spirituality. The article makes a brief presentation of both theses and formulates criticisms to each of them. Onfray is much more concerned with convincing of a political proposal than with arguing in favour of his thesis philosophically, and Comte-Sponville does not seem to notice the self-defeating consequences of naturalism, which also makes very problematic the very notion of morality. Keywords: Michel Onfray; Comte-Sponville; atheism; neoatheism; naturalism. (shrink)
Conforme Lévinas, a filosofia críticakantiana ainda é insuficiente para estabeleceruma autêntica relação com outrem, à altura dohumano. Isso ocorre apesar de Kant determinaros limites, o alcance e o valor da razão, concluindopela redução do campo do conhecimento racionalaos objetos de experiência possível, o que significoua negação da possibilidade de cognoscibilidadedos objetos da metafisica e da religião. Tal insuficiênciaconsiste essencialmente na concepção dasubjetividade como atividade espontànea. Nessesentido, Lévinas propõe uma destituição do euautônomo do seu poder de legislar os princípiosque (...) regem a lei moral. Ele substitui o principio daautonomia pelo princípio da heteronomia, propondoque a heteronomia é a condição de possibilidadepara chegar à autonomia. (shrink)
Discutir o tema secularização significa obrigatoriamente tratar do comportamento humano em seu relacionamento social. Nos últimos três séculos, tal acepção remete ao ideal da modernidade de conceber uma sociedade com o direito de organizar a vida civil tendo como recurso apenas a razão livre da tutela da autoridade religiosa. Rousseau, tendo apresentado no Contrato social elementos como a defesa da Soberania e da Vontade Geral, não deixa de causar estranheza que no fim da obra apresente uma proposta de Religião (...) civil. É difícil entender que nos primeiros livros do Contrato surjam proposições que sugerem ser o Estado um corpo político autônomo que apresenta a lei estatuída pelo próprio povo como a expressão das condições da associação civil e, surpreendentemente, depois de todo esse fundamento da autonomia, conclua sua obra com o recurso à religião civil, deixando entender ser a religião um elemento fundamental à sociedade. Certamente, Rousseau representa um marco na difusão e compreensão do tema secularização, mas é preciso entender o fato deste ter certo apreço pela religião enquanto outros racionalistas queriam apenas livrar-se dela ou tinham ideias apenas deístas, filosóficas, abstratas, enquanto as suas concediam mais ao sentimento, e também à religião. (shrink)
O questionamento da validade do princípio sistemático do kantismo trouxe inicialmente consigo tentativas de aperfeiçoá-lo e, em seguida, a suspeita de que a revolução filosófica trazida pela Crítica sela um compromisso arbitrário com os dogmas da moral e da religião, reforçada pelo fato de serem eles reabilitados na filosofia prática a despeito da interdição do dogmatismo. Ao revés dessas interpretações e a partir da retomada do "2 Préfácio" da Crítica da razão pura, argumenta-se aqui que, em (...) Kant, moralidade e sistema andam juntos. (shrink)
RESUMO Este trabalho desenvolve aspectos da controvérsia entre Fichte e Schelling em relação aos elementos estéticos, linguístico-filosóficos e da filosofia da religião de ambos, que é foco das "Investigações sobre a liberdade humana de Schelling", assim como das exposições da doutrina da ciência e da ética do Fichte tardio. As divergências entre Fichte e Schelling não envolvem apenas problemas especulativos, mas sim variadas implicações e consequências dos seus sistemas filosóficos, que podem ser destacadas por uma análise da função (...) da analogia nos dois autores. A analogia é uma figura que agrega a estética, a filosofia da linguagem e a filosofia da religião nos dois autores; ela é um significante que põe o problema do significado, ou seja, põe o problema da relação entre finito e infinito e da relação entre saber absoluto e saber particular. Essa relação vai ser investigada a partir de algumas passagens das "Investigações" de Schelling ; num segundo momento, será analisada a função do conceito de analogia e de símbolo nesse contexto ; e, no final, a diferente compreensão da Igreja como símbolo do absoluto na "Filosofia da arte" de Schelling e na "Doutrina moral" fichtiana de 1798 e 1812. ABSTRACT This paper develops elements of the controversy between Fichte and Schelling regarding aesthetics, philosophy of language and philosophy of religion starting from Schelling's "Inquiry on human freedom" and Fichte's late presentation of the "Wissenschaftslehre". The polemics between Fichte and Schelling is not just a speculative one, but it involves different implications and consequences of their philosophical systems, which can be deepened through an analysis of the role of analogy by the two authors. Analogy is a figure that combines aesthetics, philosophy of language and philosophy of religion; it is a significant that puts the problem of meaning, i.e., puts the problem of the relationship between finite and infinite and the relationship between absolute and factual knowledge. This relationship will be investigated starting from some passages of the "Inquiry on human freedom" ; then the function of the concept of analogy and symbol in this context will be analysed and, at last, a different understanding of the church as a symbol of the absolute in "Schelling's Philosophy of art" and Fichtes's "System of ethics" of 1798 and 1812. (shrink)
This study is devoted to examining the introduction of the Content and Language Integrated Learning classes that combine the history of religion philosophy and English language education within the Ph.D. programme. New global challenges and the BRICS development require the implementation of the CLIL programmes for organizing and improving intercultural cooperation, to give it a more profound value-grounded character. In this regard, it is necessary not only to introduce the teaching of the English language but also to improve the discursive (...) possibilities of postgraduate students, in order to promote their discussions skills. This article, written under the supervision of practicing CLIL educators, is based on the best practices of these programs and describes an example of one session in English. (shrink)
O objetivo do presente artigo é analisar o quanto o chamado idealismo italiano de Croce e Gentile são, em verdade, dependentes da concepção religiosa italiana. Para tanto, nos deteremos, na primeira parte do nosso trabalho, principalmente numa análise das teses de Maurizio Viroli. Já no segundo parte do nosso artigo nos deteremos na análise dessa temática dentro do conceito de religião da liberdade em Croce. Assim, após tal inventário, teceremos nossas conclusões.
The essay revisits the complex phenomenon of religion, in light of the articulations and differentiations between theology, philosophy of religion, and religious studies, particularly within the social, cultural context of modernity and the Enlightenment categories of rationality, freedom, and science, in major thinkers such as Max Weber and Ernst Troeltsch.
Studies of religion in Renaissance and Enlightenment modernity were always under the conditions of the emancipatory promises of secular knowledge, technology experimental and critical traditions, aiming at social emancipation from the old ways of thinking and society. However, the disasters of the great wars and the problems arising from political and economic forms of technical and bureaucratic characteristics favored painful ailments and even bloody in the twentieth century. Religion has always been treated in the size of traditional societies, of which (...) modernity struggled to get free. This article deals with a study written by Adorno and Horkheimer, which is critical to the ideological and germinal aspects of modernity. Between reading and analysis of the Frankfurt School thinkers, this article focuses on further implications to religious studies in which the Frankfurt School thinkers weave an archetypal genealogy and sociopsicanalítica of modernity, aiming, above all, at the possibilities of social emancipation. (shrink)