Em mais de uma ocasião, e em variados escritos, Tarso Mazzotti enfatizou a importância do diálogo e do debate como parte constitutiva do fazer científico e demonstrou a importância da Teoria da Argumentação como ferramenta essencial ao exame das teorias e doutrinas pedagógicas. Podese seguramente identificar como algumas das principais características da filosofia da educação, praticada por este autor, o rigor na apresentação das idéias e construção dos argumentos, além do amplo espectro de temas que aborda. Seu último (...) livro, Doutrinas pedagógicas: máquinas produtoras de litígio, é um testemunho da originalidade inerente ao seu pensamento, que focaliza, dessa feita, o exame de algumas doutrinas pedagógicas, as quais, a partir do século XVII, operam direta ou indiretamente nos discursos a respeito da educação escolar. (shrink)

Nossa pesquisa, em três momentos, tem o objetivo de acompanhar a virada noética da lógica a partir do parágrafo 67 dos Prolegômenos quando Husserl buscará fundamentar a estrutura subjetiva e a lógica pura enquanto condição de possibilidade de conhecimento e, assim separar os domínios lógicos dos domínios psicológicos do conhecimento. Num segundo momento, tentaremos elucidar como essas demarcações são possíveis a partir da lógica em vista da passagem à possibilidade subjetiva em geral do conhecimento a qual o filósofo nomeou de (...) noética. Por último, investigaremos no parágrafo 51 as vivências enquanto evidência da verdade na constituição mesma da subjetividade e como Husserl balizará a subjetividade lógica a favor da primeira fenomenologia, rejeitando com ela toda espécie de psicologismo epistemológico. Tudo isso só fará sentido fazendo-se uma análise comparativa entre o texto original de 1900 e sua segunda edição em 1913, sugerindo-se com o último uma segunda fase do pensamento do mestre. (shrink)

The rhetoric of algorithmic neutrality is more alive than ever-why? This volume explores key moments in the historical emergence of algorithmic practices and in the constitution of their credibility and authority since 1500. If algorithms are historical objects and their associated meanings and values are situated and contingent-and if we are to push back against rhetorical claims of otherwise-then the genealogical investigation this book offers is essential to understand the power of the algorithm. The fact that algorithms create the conditions (...) for many of our encounters with social reality contrasts starkly with their relative invisibility. More than other artifacts, algorithms are easily black-boxed. Rather than contingent and modifiable, they are widely seen as obvious and unproblematic-without context and without history. As an antidote, this volume keeps a clear focus on the emergence and continuous reconstitution of algorithmic practices alongside the ascendance of modernity. Its essays highlight the trajectory of an algorithmic modernity, one characterized by attitudes and practices that are best emblematized by the modernist aesthetic and inhuman efficacy of the algorithm. The volume moves from early modern algorithmic practices, centered on heuristics for arithmetic operations, emphasizing ruptures, shifts, and variations across times and cultures. By the age of Enlightenment, the term algorithm had come to signify any process of systematic calculation that could be carried out mechanically, but its meaning and implications are still distant from those familiar to us. It's in the nineteenth and twentieth century that the meaning of algorithm is sharpened through a new discipline and by adding sets of specific conditions-such as the condition of finiteness-which acquire new and crucial significance in the age of digital computing. Throughout, the connection between algorithms and modernity is one of our central concerns. Through detailed historical reconstructions of specific moments, thinkers, and cultural phenomena over the last five hundred years, these essays lead us to the definitions of algorithm most legible today and to the pervasiveness of both algorithmic procedures and rhetoric. This volume contributes a multi-faceted exploration of the genealogies of algorithms, of algorithmic thinking, and of the distinctly modernist faith in algorithms as neutral tools that merely illuminate the natural and social world. (shrink)

The regional brain networks and the underlying neurophysiological mechanisms subserving the cognition of visual narrative in humans have largely been studied with non-invasive brain recording. In this study, we specifically investigated how regional and cross-regional cortical activities support visual narrative interpretation using intracranial stereotactic electroencephalograms recordings from thirteen human subjects (6 females, and 7 males). Widely distributed recording sites across the brain were sampled while subjects were explicitly instructed to observe images from fables presented in “sequential” order, and a set (...) of images drawn from multiple fables presented in “scrambled” order. Broadband activity mainly within the frontal and temporal lobes were found to encode if a presented image is part of a visual narrative (sequential) or random image set (scrambled). Moreover, the temporal lobe exhibits strong activation in response to visual narratives while the frontal lobe is more engaged when contextually novel stimuli are presented. We also investigated the dynamics of interregional interactions between visual narratives and contextually novel series of images. Interestingly, the interregional connectivity is also altered between sequential and scrambled sequences. Together, these results suggest that both changes in regional neuronal activity and cross-regional interactions subserve visual narrative and contextual novelty processing. (shrink)

Uma das abordagens que estuda o construto da motivação é a teoria da autodeterminação, que discrimina diferentes estilos motivacionais: desmotivação, motivação extrínseca e motivação intrínseca. Este estudoobjetivou identificar motivações de acadêmicos de um curso de Educação Física do estado São Paulo, Brasil, para participarem de uma capacitação em natação para pessoas com deficiência físicas, bem como a motivação para atuação como tutores desse mesmo grupo. Trata-se de um estudo qualitativo realizado por meio de entrevistas semiestruturadas. Participaram 20 acadêmicos do curso (...) de Educação Física,divididos em: capacitação teórica – CT e capacitação teórica associada a tutoria em natação adaptada-CTP. Após análise, as seguintes categorias e subcategorias foram estabelecidas: motivação extrínseca (objetivos ou ganhos futuros; decorrente de fatores externos e vinculada à recompensa ou punição) e desmotivação (sentimentos e percepções). Conclui-se que os principais fatores que motivaram os acadêmicos estiveram vinculados à motivação extrínseca. (shrink)

O século XX trouxe uma ciência impossível: a ciência da mente. Esta ciência ignora os problemas semiológico, nosológico e sociocultural a ela inerentes e que a inviabilizam. Como resultado, observamos a criação de uma pandemia global de transtornos mentais, majoritariamente administrados através de psicofármacos. Em contraponto, o pensamento filosófico desafia esta logica desde Canguilhem, passando por Michel Foucault, Deleuze & Guattari, dentre tantos outros. E da Éticaespinosana dos afetos e afecções, nasceu a Heterogênese Urbana (HU), que tem como objeto original (...) a revitalização criativa das potências humanas através do contato entre subjetividades diversas. Etimologicamente, “criação a partir e com a diversidade”. Com a circulação dos afetos, dos desejos, das ideias nos espaços públicos, a HU promove, fenomenologicamente, a expressão daquilo que, antes permanecia invisível e indizível face o silêncio da vida da cidade. Os campos de afetações intersubjetivo e intercorpóreo entre vidas tão distintas desloca e descola o olhar fundado na psicopatologia clássica para atravessar a vida da cidade pelas potências que cada indivíduo é capaz nas experiências coletivas.A HU denuncia a multicomplexidade do conceito “produção de saúde”, que apenas inicia-se nas práticas biomédicas, compreendendo todos os saberes para a construção do cidadão autônomo e afetivo. (shrink)

O principal objetivo deste artigo é realizar uma crítica ao argumento segundo o qual o princípio majoritário apresenta riscos à democracia, usualmente empregado pelos defensores da legitimidade democrática do controle jurisdicional de constitucionalidade das leis. Em uma sociedade democrática, onde os princípios da liberdade e da igualdade são adotados, o princípio majoritário fornece um critério justo para identificar os pontos de vista que devem prevalecer ao final de processos coletivos de tomada de decisão. As regras da unanimidade e da maioria (...) qualificada são insuficientes para corrigir as alegadas injustiças produzidas pelo princípio da maioria, em virtude das dificuldades de efetivação que possuem, da ausência de real proteção às minorias e das contradições internas que apresentam. Embora seja possível imaginar um sistema jurídico no qual o princípio majoritário viabilize a existência de uma tirania ou ditadura da maioria, presumir que, nesse contexto, os juízes necessariamente formarão o grupo de defensores dos direitos das minorias é realizar uma aplicação seletiva do princípio da igualdade. (shrink)

Para além da doutrinação, que busca dizer ao educando precisamente o que pensar e da lógica que busca dizer uma forma correta de pensar, os debates contifos neste livro enfocam as possibilidades do pensar, desenvolvendo temas tão diversos como a necessidade social do pensar, as possibilidades da argumentação no conflito social, o sentido da filosofia como prática na educação, as relações que provocam o pensar nas diferentes fases de desenvolvimento do educando.

Resumo: Na filosofia contemporânea acompanhamos um amplo movimento de retorno às fontes paulinas. Especialmente no sentido de buscar sustentação e inspiração para um projeto de crítica do poder e crítica do nomos estruturador da realidade excludente, violenta e injusta. A partir das reflexões de Jacob Taubes, Giorgio Agamben e Franz Hinkelammert, o presente estudo pretende acompanhar os traços fundamentais desta renovada hermenêutica, tomando o papel da lei no corpus paulinum como fio condutor da argumentação. Ao situar Paulo de Tarso (...) no horizonte do judaísmo da diáspora, no qual o messianismo assume características próprias e importância fundamental, o objetivo será o de mostrar como este conjunto de leituras pretende evidenciar o núcleo político de suas cartas. Palavras-Chave: Paulo de Tarso. Lei. Tempo Messiânico. Crítica. Judaísmo. (shrink)

Nuestro trabajo se propone presentar el pensamiento paulino trabajado por Alain Badiou en San Pablo: La fundación del universalismo. Intentaremos clarificar las posiciones que toma Badiou en torno a la figura del apóstol. Consideramos que, explicitando las lecturas del autor en cuestión, es posible tejer puentes para la discusión en el campo de la teología política. Entendemos la lectura de Badiou como una lectura filosófica política, que busca dialogar con una comunidad política. Pablo, en Badiou, es presentado como «un teórico (...) antifilosófico de la universalidad» y el fundador del universalismo cristiano. A partir de esta interpretación la tarea de Badiou es buscar lo universal en lo particular. (shrink)

Neste artigo elaboramos um estudo exegético de 1Coríntios 2,1-5 com o objetivo de cotejar com a visão estoica de sabedoria. Na perícope em questão, assim como no contexto de 1 Coríntios, Paulo torna explícita sua defesa de superação do ideal de sabedoria, pois defende que esta ainda se encontra no nível humano, não divino. Ao fazer isso, o apóstolo se opõe a uma das principais linhas filosóficas de sua época, o estoicismo, uma vez que os estoicos têm por finalidade justamente (...) a sabedoria, ou mais objetivamente, a vida sábia. (shrink)

Se analiza la problemática esencial planteada por la cristiandad en el esfuerzo de Pablo de Tarso por universalizar el mensaje de la fe más allá de las limitaciones propias de la razón ("los griegos buscan sabiduría") y del signo ("los judíos procuran señales"). Se indica cómo la tradición paulina opta por la "locura de la predicación" como medio y salida del cristianismo para acceder a la salvación por vía de la "locura de la cruz".

A partir do célebre e provocativo curso de Jacob Taubes sobre a teologia política de Paulo, Giorgio Agamben assume a tarefa de desdobrar as principais intuições do filósofo alemão, além de trazer muitos elementos originais e extremamente significativos para debate em torno da teologia paulina na filosofia contemporânea. Nosso artigo pretende, ao acompanhar a cuidadosa leitura do filósofo italiano realizada no livro Il tempo che resta: un commento alla Lettera ai Romani, destacar a dinâmica e a importância do messianismo do (...) qual as cartas do apóstolo estão carregadas e identificar o seu lugar e papel no projeto filosófico do autor. Palavras-Chave: Paulo de Tarso; Jacob Taubes; Giorgio Agamben; Tempo Messiânico; Lei. The place of Pauline theology in the thought of Giorgio Agamben Abstract: From the famous and provocative course by Jacob Taubes on the political theology of Paul, Giorgio Agamben takes on the task of unfolding the main insights of the German philosopher, in addition to bringing many original and extremely significant elements to the debate around Pauline theology in contemporary philosophy. Our article intends, by following the careful reading of the Italian philosopher carried out in the book Il tempo che resta: un commento alla Lettera ai Romani, to highlight the dynamics and importance of the messianism of which the apostle's letters are loaded and to identify its place and role in the author's philosophical project. Keywords: Paul of Tarsus; Jacob Taubes; Giorgio Agamben; Messianic Time; Law. El lugar de la teología paulina en el pensamiento de Giorgio Agamben Resumen: A partir del famoso y provocador curso de Jacob Taubes sobre la teología política de Pablo, Giorgio Agamben asume la tarea de desplegar las principales intuiciones del filósofo alemán, además de aportar muchos elementos originales y sumamente significativos al debate en torno a la teología paulina en la filosofía contemporánea. Nuestro artículo pretende, siguiendo la atenta lectura del filósofo italiano realizada en el libro Il tempo che resta: un commento alla Lettera ai Romani, destacar la dinámica y la importancia del mesianismo del que están cargadas las cartas del apóstol e identificar sus lugar y papel en el proyecto filosófico del autor. Palabras-clave: Pablo de Tarso; Jacob Taubes; Giorgio Agamben; Tiempo Mesiánico; Ley. Data de registro: 24/02/2022 Data de aceite: 15/06/2022. (shrink)

El artículo trata de plasmar cómo la influencia de Pablo de Tarso en Heidegger puede explicar no sólo la concepción de la Zeitlichkeit como sentido del ser del ente que es el Dasein, sino el concepto de tiempo después de la Kehre. Si aquella concepción escatológica hizo del futuro el éxtasis principal de la existencia que se sabe tan abierta y proyectiva como caída y deyectada por la muerte adveniente, esta otra dimensión mesiánica insiste más en el tiempo que (...) resta, en el presente que nos queda. De este modo, en las dos grandes etapas de Heidegger podrían encontrarse resonancias de las dos determinaciones del kairós que, en nuestra opinión, traslucen las epístolas paulinas. (shrink)

O objetivo do presente artigo consiste em apresentar uma reflexão sobre os paradigmas existentes e emergentes frente a um contexto teórico-científico e a necessidade de mudança devido aos desafios enfrentados em determinados momentos. Assim, o texto, de abordagem qualitativa e caracterizado como uma revisão bibliográfica, contextualiza acerca deste braço da filosofia que trata da natureza da pesquisa científica, do conhecimento no campo educacional, não somente do âmbito da epistemologia, mas também da fundamentação dos paradigmas das ciências e da educação, e (...) do conhecimento científico. As questões metodológicas estão diretamente relacionadas com essa reflexão sobre os resultados significativos e o que precisa ser modificado a partir de uma análise sobre o contexto social em que se está inserido. Para fundamentar este artigo, se apresentam as contextualizações que dialogam em torno de autores como Alda Judith Alves-Mazzotti, Pierre Bourdieu, Boaventura de Sousa Santos, Bernard Charlot, Edgar Morin, Thomas Kuhn e Mario Osório Marques. Portanto, o artigo expõe no seu panorama científico uma resposta às imposições das ciências na contemporaneidade, sem o rompimento com o passado e suas tradições, mas apresentando um olhar voltado para o futuro. A partir dessa perspectiva, precisamos ter clareza do campo científico em que estamos inseridos, conhecendo de fato suas peculiaridades para optarmos por um método que contemple as necessidades apresentadas, tendo segurança do que estamos fazendo. Enfim, pode-se concluir que os profissionais da educação precisam de uma base de pesquisa científica sólida para terem subsídios necessários ao experimentarem novas metodologias em suas práticas pedagógicas que sejam significativas para os estudantes. (shrink)

El _Corpus dionysiacum_ es uno de los casos más importantes y desafiantes de pseudografía de la historia del pensamiento occidental. Las referencias textuales, consagradas por un amplio e influyente listado de comentaristas a lo largo de los siglos, de Occidente a Oriente, que atribuía cuatro tratados y diez cartas a Dionisio, autodenominado discípulo de Paulo de Tarso y de un maestro llamado Hieroteo, no solamente sirvió de estructuración para una compleja visión cristiana del mundo que incluye desde aspectos mistagógicos, (...) hasta ontológicos y cosmológicos, y que también fundamentó reflexiones radicales sobre el lenguaje que culminaron, en grande parte, en lo que hoy llamamos mística. En este sentido, hablar de Dionisio Pseudo Areopagita, Pseudo Dionisio Areopagita o Dionisio Areopagita, es referirse a un _corpus_ textual que sigue, aún en la actualidad, estimulando investigaciones gracias a su naturaleza fronteriza que congrega aspectos filosóficos griegos –en particular neoplatónicos– y cristianos. En el presente trabajo pretendo exponer los vínculos entre mística y mistagogía en Dionisio Pseudo Areopagita, priorizando el carácter teológico-iniciático del lenguaje como el eje unificador entre la _Teología mística_ y la _Jerarquía eclesiástica_. Para ello, nos parece fundamental partir del análisis de la obra procleana _Teología platónica_ como fuente neoplatónica del texto pseudo-dionisiano en sus aspectos iniciáticos del lenguaje. (shrink)

The word algorithm has become the default descriptor for anything vaguely computational to the extent that it appears synonymous with computing itself. It functions in this respect as the master signifier under which a spectrum of sense is subsumed, less a well-defined and stable expression than the vehicle through which innumerable concerns are projected. Commenting on this nebulous quality, Massimo Mazzotti has dubbed the term “a site of semantic confusion.” Yet, rather than “engaging in a taxonomic exercise to norm (...) the usage of the word,” Mazzotti proposes that a more generative approach would “consider its flexible, ill-defined, and often inconsistent meanings as a resource: a messy map of our increasingly algorithmic life”—that is, he attempts to take “the omnipresent figure of the algorithm as an object that refracts collective expectations and anxieties.” Similarly, this study has little fondness for semantic discipline. Unlike Mazzotti, however, my focus here is primarily historical: How did the algorithm come to be such an “omnipresent figure”? What was at stake in aligning the computational with the algorithmic? (shrink)

El artículo desentraña la relación entre Carl Schmitt y Jacob Taubes en sus interpretaciones sobre el Leviathan de Thomas Hobbes y la teología política. El jurista del nazismo y el rabino mantienen posiciones opuestas sobre el filósofo inglés hasta el punto de encontrar Taubes en Spinoza una alternativa aún por desarrollar. Frente a la interpretación de Schmitt que situaba a Spinoza como origen de la enfermedad que condujo a la muerte del Leviatán, Taubes lo sitúa en Pablo de Tarso (...) (“primer judío liberal”) y la separación entre interino y externo en el mesianismo paulino. (shrink)

L’investigazione del testo, che pone il «valore di legge» ma che disorienta il diritto accostando al valore la «forza di legge», passa dalla sua scomposizione, dall’interrogazione delle lettere che sono depositate e custodite nei suoi anfratti, negli interstizi. Bisogna, cioè, seguire tanto l’esplicito, la superficie, quanto le tracce disseminate, talvolta nascoste, senza dimenticare che la superficie è tale per il profondo. La ricerca muove da un’opzione ermeneutica. Ogni ricerca presuppone un’ipotesi preliminare, che l’inchiesta abbia già una direzione. In principio era (...) il Verbo e il Verbo si fece carne, ma in un senso peculiare. Nella Seconda Lettera ai Corinzi, Paolo di Tarso disse che «la lettera uccide, lo spirito dà vita», opponendo la Legge cristiana, la buona novella, l’evangelo, la parola orale portata «sulle tavole di carne dei [...] cuori», alla Legge ebraica, antica, immobile, rigida, scritta «su tavole di pietra». Altrove, però, nella Lettera ai Romani, precisò: «Togliamo dunque ogni valore alla legge mediante la fede? Nient’affatto, anzi confermiamo la legge», ove la legge, a cui il valore è qui già legato da una relazione di predicazione, è la lettera giudaica e la fede è lo spirito vivente della rivelazione cristiana. Ecco che il «valore di legge» è la secolarizzazione, più o meno consapevole, di un tema messianico. E, muovendo dalla prospettiva teologica in cui la Legge “significa”, si azzarda che «la lettera uccide chi la ignora». Contro lo spettro paolino, o meglio prima del paolinismo e poi dell’agostinismo, dell’ordine nuovo dello spirito contro la antica, morta, silente, lettera, questa lettura della Legge tenta di farsi carico del peso del testo, di “valorizzarlo” e di non ridurlo a figura, a immagine di altro, ad anagogia o ad allegoria con quel tanto di nichilismo che questa porta con sé, ove la lettera assume valore ancillare. La lettera della Legge è dura, nel senso che è, teologicamente, «scrittura su tavola» ed è, nel Secolo, scrittura incisa su carta. Ha una sua fissità, seppure alterabile. La sua normatività è tutt’uno con la sua inscalfibilità, con la sua resistenza e, dunque, con la sua positività. Ma – per restare dentro l’ordine discorsivo dell’interpretazione della Scrittura – non si avanza una proposta interpretativa masoretica, che venera superstiziosamente la lettera della Scrittura originaria e men che meno il pensiero e la voce di chi la creò e rivelò. Tutto al contrario. Per dirla nel discorso dell’interpretazione delle leggi e, tra esse, della prima legge, la Costituzione, implica il testualismo, ma non nella versione soggettivistica dell’original intent, perché i testi scritti, che sono “cose”, vivono di vita propria, separata dal loro autore (o “firmatario”) e dai lettori, potenzialmente infiniti, e producono sensi e conseguenze inintenzionali. Senza arrivare alla radicale conclusione strutturalista di Roland Barthes, che già nel 1968 decretava La mort de l’auteur, perché lo impedisce – ove ritenuta applicabile alla Costituzione/legge – l’art. 12 delle preleggi che prescrive di ricavare il senso della legge fatto palese (anche) dall’intenzione del legislatore, l’autore si trasfigura in funzione (dell’autore), perde la propria individualità e intenzionalità e si confonde, si disfa, nel discorso, nell’ordine del testo. La scissione strutturalista (e non solo) tra autore e testo nella teoria costituzionale conduce difilato al rigetto delle ragioni dell’originalismo ingenuo delle intenzioni e, con esso, del mito delle origini, ma non porta affatto all’oblio del testo in nome della esclusiva normatività della unwritten o living Constitution: sostiene, anzi, il privilegio della scrittura della legge e non della voce, del corpo e non del senso. Nel mezzo, contro il dualismo tra materia e pensiero, tra il significato immanente alle lettere, “cose scritte” nel testo e il tesoro delle intenzioni di chi scrisse la Costituzione, ciò che conta è la posizione, la “incorporazione”, nel documento costituzionale, nella scrittura che si fa testo nel senso proprio di “tessuto”, del «valore di legge» che, almeno nella “lettera”, è rimasto incorrotto e che quelle lettere hanno agito sul testo che le ha accolte e il testo ha retroagito su quelle nel tempo. Le possibilità discorsive e significanti del valore di legge dipendono, cioè, strutturalmente, dal reticolo di dati interrelati e interdipendenti che lo legano seguendo la logica interna al testo costituzionale. Va da sé che la valorizzazione della (lettera della) Legge presupponga, all’origine, un sottinteso ebraico e, quindi, la lotta alla polemica paolina contro il formalismo conservatore della legge (ebraica). È una polemica simile all’accusa di conservatorismo dell’originalismo testualista. A difesa, il testualismo è conservatore o meno a seconda del testo che serve e della relazione tra il testo dell’origine e le interpretazioni che ne sono seguite. Ma, contro l’originalismo, contro la conversione del testo costituzionale in Sacra Scrittura, la lettura che qui si esperisce si apre al commento – che quel reticolo sappia analizzare – del testo, alla sua significatività mai esaurita, che annulla la concepibilità di un testo originario inteso quale testo “autentico”. (shrink)

Resumen El concepto de fraternidad, tal y como se propone en la Fratelli Tutti, se vería privado de su potencial descriptivo y crítico si se entendiera como una mera opción sentimental de la persona. En este artículo se busca profundizar en su virtualidad ética desde la experiencia cristiana concretada en Pablo de Tarso, afianzando la dignidad humana, mostrando la diferencia con el camino de la excelencia aristocrática de los clásicos; pretende, así mismo, mostrar cómo las reflexiones metafísicas de Zubiri (...) y Levinas desvelan el fundamento fraternal de nuestra dignidad, y la exigencia de justicia y solidaridad que nos constituye.The concept of fraternity, as proposed in the Fratelli Tutti, would be deprived of its descriptive and critical potential if it were understood as a mere sentimental option of the person. This article seeks to deepen its ethical virtuality from the Christian experience concretized in Paul of Tarsus, strengthening the human dignity, showing the difference with the path of aristocratic excellence of the classics; it also aims to show how the metaphysical reflections of Zubiri and Levinas reveal the fraternal foundation of our dignity, and the condition for justice and solidarity that constitutes us. (shrink)

Se trata de averiguar la compatibilidad entre utilitarismo y religión. La incompatibilidad sería la de una teoría cientificista conspicua y la creencia en lo ultraterreno vinculado a la salvación. Bentham escribió, solo o en colaboración, unas pocas pero importantes obras sobre religión. Consideró dos versiones, el deísmo y el anglicanismo y, dentro de éste, consideró la posibilidad de centrarse en un presunto mensaje original de Cristo que habría sido desvirtuado por Pablo de Tarso. Bentham apuesta claramente por la reducción (...) de lo religioso al ámbito de lo privado. Pero esta propuesta no habría acabado con todos los problemas que plantean las relaciones entre religión y felicidad. (shrink)