Pensando a Ditadura Militar Brasileira à luz do Estado de Exceção de Giorgio Agamben

Fábio Abreu Passos

Resumo


Alguns eventos políticos transcorridos em um passado recente de uma nação, como uma ditadura militar, que perdurou durante vinte e quatro anos, produzem sequelas aparentemente invisíveis, com sintomas cuja origem é difícil de ser diagnosticada. A dificuldade desse diagnóstico está na razão de que, para muitos, a ditadura militar ocorrida em solo brasileiro se aproxima do não-Ser de Parmênides: impensável e indizível, algo que simplesmente deve ser esquecido. Mas como reconciliar-se com o nosso passado e construir bases sólidas de uma nova democracia se não falamos e refletimos sobre nossas mazelas fomentadas, fundamentalmente, em “nossos campos”, nos porões dos DOPS? O presente artigo tem como objetivo refletir acerca de algumas características constitutivas da ditadura militar brasileira, transcorrida entre os anos de 1964 a 1988, balizada pelos conceitos de estado de exceção, vida nua e campo do filósofo italiano Giorgio Agamben. A pesquisa se justifica, uma vez que, em nosso entendimento, aproximar a ditadura militar brasileira com tópicas da filosofia política de Agamben, nos dota de importantes ferramentas argumentativas que nos auxiliam na compreensão do que se passou no Brasil em seus “anos de chumbo”.


Palavras-chave


Ditadura militar brasileira, Giorgio Agamben, Estado de exceção, vida nua, campo.

Texto completo:

PDF

Referências


AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. Trad. Iraci D. Poleti. São Paulo: Boitempo, 2004.

_______. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: UFMG, 2007.

ARENDT, Hannah. Sobre a Violência. Tradução de André de Macedo Duarte. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

______. Entre o passado e o futuro. Tradução de Mauro W. Barbosa. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 1990.

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 2013, Art. 136.

DUARTE, André. Vidas em Risco: Crítica do Presente em Heidegger, Arendt e Foucault. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.

ESPOSITO, Roberto. Bios: biopolítica e filosofia. Trad. M. Freitas da Costa. Portugal: edições 70, 2010.

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: A vontade de saber. Tradução Maria Theresa da Costa Albuquerque e J.A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Graal, 2007.

GASPARI, Elio. A Ditadura Envergonhada. São Paulo: Companhia das Letras, 200a2.

_______. A Ditadura Escancarada. São Paulo: Companhia das Letras, 2002b.

JÚNIOR, Goffredo Telles. Carta aos brasileiros. Editora Juarez de Oliveira, 2007.

PELBART, Peter Pál. Vida capital: ensaios de biopolítica. São Paulo: Iluminuras, 2003.

REIS, Daniel Aarão. Ditadura e Democracia no Brasil. Rio de Janeiro, Zahar, 2014.

SILVA, Elivanda de Oliveira. A transformação da natureza humana nos governos totalitários e a ascensão do animal laborans na esfera pública: uma leitura biopolítica da obra de Hannah Arendt. Fortaleza: UFC, 2012. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2012.

SCHMITT, Carl. Teoria de la Constitucion. Madrid: Editorial de derecho privado, 1956.




DOI: https://doi.org/10.26694/pensando.v5i10.3276

DOI (PDF): https://doi.org/10.26694/pensando.v5i10.3276.g1868

Direitos autorais




INDEXADA EM/INDEXED BY:

Logotipo do Sumarios   Logotipo do DOAJ Logotipo do IBICT  Logotipo da rede Cariniana  Logotipo do LatIndex 

Logotipo da ANPOF Logotipo da MIAR

Logotipo do Portal Periodicos Logotipo da Diadorim Logotipo do Philosopher's Index

Logotipo da LIVRE   Logotipo da PhilPaper   Logotipo da CrossRef   Logotipo da SUDOC   Logotipo da BELUGA   Logotipo da ERIH PLUS 

 



ENDEREÇO/MAIL ADDRESS:

Universidade Federal do Piauí, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Centro de Ciências Humanas e Letras, Campus Min. Petrônio Portela,

CEP 64.049-550,  Teresina - PI, Fone: (86) 3237 1134  E-mail: revista.pensando@gmail.com



 

OUTROS LINKS:

  Logotipo da Capes   Logotipo do CNPq   Logotipo da UFPI  Logotipo da FAPEPI

 


ISSN 2178-843X