Abstract
A Teoria Crítica nasceu da reformulação da relação entre a filosofia e pesquisa social empírica, no Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt, em 1931, quando Horkheimer defendeu a reorientação da agenda de pesquisa do Instituto, bem como a substituição de sua abordagem pelo que ficou conhecido como materialismo interdisciplinar. Ele conectou reflexão teórica, baseada no marxismo filosófico, e ciência social empírica, em resposta a outras interpretações do marxismo ortodoxo. Desde as primeiras pesquisas e elaborações teóricas do Instituto nessa época, Horkheimer e Adorno manifestaram sua preocupação com o destino da humanidade – e a junção entre teoria social e pesquisa dizia respeito a tal preocupação. Horkheimer deixou isso claro no prefácio de The Authoritarian Personality, onde defendeu a articação entre a pesquisa e os interesses do Instituto e sua preocupação com a emancipação humana - desenvolvida a partir de uma análise cientificamente honesta do mundo material. Foi Adorno, contudo, no contato com a experiência científica norte-americana que, apesar de sua rejeição inicial da pesquisa empírica, reformulou seu conceito sobre ela, desenvolvendo uma teoria dialética da primazia do objeto, a partir da qual a possibilidade de uma teoria crítica como práxis se torna clara. O objetivo deste trabalho é mostrar o contexto da relação entre Teoria Crítica e pesquisa social empírica e como um compromisso com a práxis é parte integrante da mediação desta.