Abstract

Pela dimensão da crítica literária de Benedito Nunes, a sua história intelectual e os desdobramentos do seu pensamento são indispensáveis aos estudiosos que procuram compreendê-lo como filósofo da literatura, teórico e intérprete da Amazônia. Cabe a este artigo apresentar um conjunto de pesquisas sobre sua crítica de literatura e uma síntese do seu itinerário intelectual em Belém do Pará. Morador da Rua da Estrela no bairro do Marco, na capital paraense, Benedito Nunes não se considerava uma “planta nativa”, por isso criticava o localismo e as visões endógenas da arte, mas, a partir de estudos avançados, em aulas, entrevistas, ensaios, orientações, seminários se tornou um “fazedor de intelectuais”, guiando uma rede de sociabilidade em diversas instituições do Pará. Assim, com ênfase na relação entre filosofia e literatura, construiu uma trajetória e uma crítica com alcance ético e universalizante. Seus ensaios circularam em jornais e revistas com grande impacto cultural. Seus estudos no campo literário contribuíram enormemente para a validação estética e histórica de autores da Literatura da Amazônia paraense como Mário Faustino, Max Martins, Paulo Plínio Abreu, Ruy Barata e muitas outras vozes invisibilizadas pelo cânone brasileiro.