Abstract
No artigo, apresentamos uma análise sobre a loucura a partir de Marx, extraindo sua compreensão sobre como ela é produzida no modo de produção capitalista (MPC). Para isso, analisamos produções marxianas acerca do sofrimento ou deste nas suas formas mais aguçadas como a loucura e o suicídio, situando tal compreensão nos marcos de sua análise totalizante, materialista histórico-dialética sobre o ser social no MPC e dialogando com elaborações de importantes autores no campo psi, cujos entendimentos se fundamentam nos postulados marxianos. Como resultado, explicitamos o caráter social da loucura, que diz de sua determinação social, como expressão ou desdobramento da “questão social” no MPC, tendo como base material o conjunto das relações de produção e a alienação e estranhamento pelo trabalho (alienado e estranhado) como fundamento. Expomos também a crítica marxiana às formas hegemônicas asilares e coercitivas de compreensão e tratamento da loucura, argumentando que nele existem germens ou protoformas de crítica e oposição ao que se desenvolveu como psiquiatria e à lógica (e instituição) asilar-manicomial.