Abstract
O presente artigo visa analisar o conceito de progresso no pensamento de Richard Rorty. O interesse desta análise justifica-se com o facto de o filósofo norte-americano rejeitar a herança do racionalismo iluminista e a acepção de progresso que lhe subjaz, mas, ainda assim, manter um vincado uso de tal termo. Na parte I, expor-se-á a crítica rortiana ao progresso encarado numa perspetiva racionalista; na parte II, retratar-se-á o progresso preconizado pelo autor norte-americano; e finalmente, na parte III, sugerir-se-á que, em Rorty, o progresso não é mais do que a projecção narrativa da esperança. O fio condutor do artigo basear-se-á na leitura de Contingência, Ironia e Solidariedade – um das obras centrais de Rorty –, aprofundada e complementada pela de outros escritos do autor.