A Reescritura da Moral

Pensando - Revista de Filosofia 1 (1):52 (2010)
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Abstract

O autor parte da constatação de uma intensa ânsia de novidade, que se manifesta na filosofia e na cultura em geral, principalmente desde a modernidade, com preponderância nos dias atuais, de modo especial na área da ética aplicada. Observa que novidade não tem compromisso com verdade; razão mesma do interesse em examinar se e em que medida a moral pode ou deve ser reescrita, como propõem alguns próceres do pensamento nos últimos tempos. Apresenta a posição ambígua de Hans Jonas, que ora postula uma nova moral, ora defende a permanência de valores e normas da moral comum. Traz também à colação o entendimento de Michel Serres, que propõe a substituição ou a emenda do contrato social por um contrato natural, em que a natureza - nela incluídos os animais - adquira status de sujeito jurídico, deslocando desta forma o homem de seu lugar privilegiado e central na ética como único sujeito de direito. Apresentade forma sumária a posição de Peter Singer, que propõe a substituição de alguns dos princípios da ética tradicional, por outros que, em verdade, são os mesmos velhos princípios, porém "reescritos" por ele. Menciona ainda outros pensadores, cujas propostas vão mais ou menos no mesmo sentido. Desenvolvendo sua tese, em oposição aos que defendem a renovação radical ou a rejeição in totum da ética clássica, sustenta a utilidade, ou mesmo a necessidade, em alguns casos, da complementação ou renovação parcial da ética comum, mediante conclusões e determinações, a partir dos princípios primários da lei moral natural, de acordo com as exigências dos tempos que fluem. Dessa maneira, não acolhe a opinião dos que têm a ética tradicional como incapaz de dar conta das novas questões exsurgidas com o espantoso desenvolvimento da ciência e da tecnologia, nomeadamente na área da biotecnologia. A tese específica é a da união saudável do antigo, devidamente joeirado, de valor permanente, e do novo, que não conflite com a verdade e a razoabilidade, de acordo com a sabedoria comum da humanidade. É o que expressa o conhecido adágio nova et vetera, que aponta para a necessidade da renovação, sem o abandono dos valores tradicionais autênticos, unindo o antigo que permanece valioso com o novo que vem para enriquecer o patrimônio cultural da humanidade.

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