Outras histórias do povo de santo, feiticeiras e curandeiros soteropolitanos

Odeere 2 (3) (2017)
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Abstract

Esse texto preocupa-se com universo religioso afro-brasileiro, em Salvador, no período que compreende as décadas de 1930 e 1960. A partir dos indícios de práticas religiosas identificadas em processos criminais e jornais que envolveram supostos curandeiros, adeptos do candomblé e feiticeiros. Buscando diversificar as práticas religiosas analisadas, o estudo contemplou casos e que evidenciam o cotidiano religioso baiano com características que destoam da propalada “baianidade nagô”. O debate sobre pureza iniciado pelos pesquisadores na década de 1980 abriu espaço para 926 problematizar de forma mais profunda as relações entre o povo de santo, trazendo à tona práticas, deuses e rituais que não foram tratados pelos estudos afro-brasileiros, que hierarquizaram saberes e experiências com um crivo semelhante ao que vigora nos terreiros tidos como tradicionais na Bahia. A documentação analisada trouxe à tona rituais que envolveram caboclos e encantados, envolvidos em feitiços, rezas, passes e defumações.. A problematização das fontes permitiu reunir indícios acerca das práticas religiosas afro-brasileiras, assim como trazer à tona o cotidiano dos réus e de pessoas que o cercavam, vinculando as crenças e rituais ao contexto dos envolvidos nos processos. Interessa especialmente buscar caminhos na história que deem conta da discussão de cultura. Nessa abordagem, as estratégias adotadas pela História Social da Cultura preocupam-se com os significados das práticas, a partir do contexto em que estão inseridas, ou seja, interessam os significados compreendidos em seu tempo, o que pode ocorrer ao evidenciar a pluralidade de prá- ticas heterodoxas homogeneizadas em termos genéricos como “candomblé”. Ao tratar a tradição inserida em um contexto específico, deixando de abordá-la como um aglomerado de costumes congelados, aspectos constantemente repetidos que acabaram sendo tomado como dados na história dos candomblés deixam de fazer sentido. Proponho bagunçar a imagem pronta que costuma vir a mente quando falamos em candomblé, para compreendê-lo no contexto em que estava inserido.

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