Abstract
Uma das formas de aplicação de penas na Roma Antiga passava pela encenação na arena de narrativas mitológicas, cujos protagonistas – como Ícaro, Dirce, Pasífae, Átis e Hércules – não tinham um final feliz. Essas personagens eram interpretadas por condenados, que desse modo reviviam em tempo real as histórias fatais que por certo proporcionavam espectáculos e experiências marcantes na sociedade romana antiga. Este estudo analisa as fontes que dão conta deste fenómeno sociocultural e propõe uma leitura histórico-sociológica para a compreensão desta vivência colectiva da justiça na Antiguidade Clássica.