Abstract
Joseph Addison, um dos pais da estética britânica, forneceu uma das formulações clássicas do espirituoso como conjunção de surpresa e prazer. O propósito deste artigo é o de mostrar o caráter exploratório da teorização estética britânica em seu estágio ainda embrionário. Além da precariedade conceitual, destacava-se a ênfase no prazer, constituindo, portanto, realmente um hedonismo e não apenas um sensismo. Tanto em Addison quanto em Hutcheson a influência fundamental é o empirismo de Locke. Além dessa base psicológica, o humor e o espirituoso possuem também uma dimensão prática, vinculada ao jornalismo e à formação da esfera pública burguesa, na qual a sátira desempenhava uma função de controle normativo sobre o senso comum.