Griot 22 (3):80-92 (
2022)
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Abstract
Neste texto, o nosso objetivo é indicar, seguindo o horizonte proposto por Primo Levi em Os afogados e os sobreviventes [1986], que é possível comunicar ou diminuir a distância entre o expressar e o compreender. Como hipótese, argumentaremos que embora não nos seja permitido sentir no lugar do outro, é-nos possível compreender a sua expressão; essa compreensão se daria a partir de uma conversão do olhar, fundamentada em uma vontade de comunicar. Para isso, utilizaremos – no horizonte da problemática de Levi – alguns elementos da filosofia de Simone de Beauvoir, em especial a sua noção de situação, e de Ludwig Wittgenstein, com ênfase em sua noção de apresentação panorâmica. Ambas as noções mencionadas sugerem, a nosso ver, atitudes metódicas, das quais Levi se aproximou.