Abstract
O objetivo deste artigo é demonstrar como o reconhecimento de uma “virada retórica” em Nietzsche resulta em uma demarcada “tensão” que caracteriza certa ambiguidade acerca da linguagem em seu pensamento. Deste modo, no âmbito de apresentar essa mobilização em Nietzsche no interior da discussão sobre a linguagem, examinamos três aspectos fundamentais desse direcionamento àquilo que constitui uma _impossibilidade semântica_: primeiro, identificamos a chamada “virada retórica”; em segundo lugar, aprofundamos o tema a partir da análise da adesão de Nietzsche à tese de Gustav Gerber de que a retórica é a “essência” da linguagem; e, em terceiro lugar, perscrutamos a legitimidade da distinção entre linguagem própria e linguagem imprópria. Portanto, essa _problematização da linguagem_ realizada por Nietzsche aparece desdobrada ao longo de sua obra e pode ser observada a partir da heterogeneidade da discursividade que seus escritos tardios contemplam.