Abstract
O presente artigo tem como propósito discutir sobre as origens e os desdobramentos da maquinação na história do pensamento ocidental. Para tanto, fazemos uma leitura ontológica-fenomenológica da questão da técnica a partir das meditações de Heidegger, sobretudo na obra Contribuições à Filosofia, publicada em 1989. As reflexões aqui presentes pensam a maquinação como uma disposição que, em sua gênese, revela-se como um acontecimento além da força e da vontade do homem, destacando o abandono e o esquecimento do ser como eventos fundantes da história. Buscamos evidenciar o verdadeiro sentido da condição histórica dos entes no contexto contemporâneo ao demonstrarmos como o ocultamento e a ausência do ser representam o fundo originário da existência. Assim, o ponto fundamental deste texto é a indicação de que o vigor da ausência essencial pode possuir robustez mais profunda do que a presença de qualquer ente.