Abstract
Este artigo reflete sobre a desmaterialização de um tipo documental e seus arranjos no contexto digital, observando que a desmaterialização do álbum sonoro é marcada por um fenômeno nomeado de vácuo informacional no contexto do serviço de música digital Spotify. A desmaterialização de tipos documentais mostra-se uma realidade consolidada em tempos de informação digital. Com as inovações tecnológicas, mudanças culturais, comportamentais e todo um arcabouço conceitual e epistémico atrelado a essas inovações floresce e se desenvolve num curto espaço de tempo. Revisita a noção de documento e neodocumentação, adotando-se a premissa Neodocumentalista a respeito do valor contextual que a materialidade do documento oferece. A pesquisa caracteriza-se como exploratória, bibliográfica, documental e telematizada e utiliza como corpus de pesquisa 112 álbuns sonoros da extinta gravadora pernambucana Rozenblit. Constata-se que a desmaterialização dos álbuns sonoros tem como característica principal o comprometimento da natureza ontológica do documento, da marca distintiva deste enquanto documento: a sua natureza informativa.