Abstract
Pela pena de homens de letras de Portugal e do Brasil, a aproximação cultural entre os dois países tornou-se um ideal pelo qual valia a pena lutar e que encontrou espaço adequado nas recentes sociedades republicanas de aquém e além-Atlântico. João de Barros e Olavo Bilac foram os arautos deste projecto que, exaltando os laços de uma comum identidade – história, tradição, cultura, raça – e neles se fundamentando, salvaguardadas as respectivas independências, pretendia criar, em conjunto com Angola, uma unidade política de domínio do Atlântico Sul e de interlocutora forte na cena internacional. Neste sentido, deram corpo a uma verdadeira militância que iria encontrar na criação da revista Atlântida, patrocinada por altas entidades da política externa dos dois governos, a sua expressão de maior significado.