Abstract
O objetivo deste artigo é demonstrar como, apesar da sobredeterminação, a vida moral e a biológica se articulam, observando-se não apenas a grandeza daquela sobre esta, mas realçando o papel da vida moral ao significar a vida biológica, seja ela humana ou de outra espécie. Nesse contexto, pode-se perguntar: por quais caminhos morais é possível se chegar à significação da vida biológica? É possível se fugir do paradigma da consciência e se aquilatar moralmente tanto um quanto outro tipo de vida? Para respondermos a estas questões, analisaremos o § 42 da Crítica da Faculdade de Juízo, a partir do qual demonstraremos o aspecto moral kantiano acerca da natureza animada e inanimada. Em seguida, articularemos o caráter pragmático e prático na relação humano e não humano. A partir disso, afirmaremos não a sobredeterminação de uma forma de vida sobre outra, mas a relação direta de uma com a outra